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Era fim de tarde, Alicia e Luísa conversavam na praça enfrente suas casas, enquanto Isabella colhia flores.

- Ela adora flores. – Luísa comentou. – Eu posso confiar em você?

- Já percebeu que temos muita coisa em comum? Você confiara em você mesma? – Alicia perguntou.

- Não... Eu não confio em mim... E muito menos em você, ou qualquer outra pessoas.

Alicia estava esperando essa resposta, e era justamente essa que ela também usaria, mesmo assim decidiu conta-la o que havia acontecido na noite passada, das brigas dos pais, até a garotinha que viu na cozinha. Tentou acreditar que fosse a irmã, já que era sonâmbula, mas não quis enganar-se a si mesma, Isabella não subiria tão rápido, a tempo de chegar antes dela no quarto, e outra criança não existia na casa.

- Ela pediu para eu te entregar. – Isabella falou para Alicia a entregando uma flor.

- Ela fala? – Alicia perguntou admirada, já que não ouvia a menina falar uma só palavra.

- Isabella não gosta de falar, é muito calada, a única pessoa que ela ainda conversa um pouco é comigo, mas não é muda. – Sorriu abraçando a irmã.

- Quem pediu para você me entregar essa flor? – Ela perguntou a menina, que ignorou a pergunta e correu para colher flores novamente.

- Isa tem uma amiguinha imaginária, ela nunca fala dela para ninguém, apenas para mim... Isso quer dizer que minha irmã gostou de você, já que falou contigo e ainda te deu uma flor. – Sorriu.

- É verdade que você era a melhor aluna dos seus colégios anteriores?

- Isso não é prestígio para mim. Meus pais nem meu boletim olham. – Luísa respondeu tristemente. – Notas máximas, aluna brilhante, e vida pessoal miserável.

Alicia pensava que alunos prodígios eram bem educados, e de vida feliz, pois não tinham nada que se preocuparem, e nada disso era verdade, pois havia conhecido alguém muito parecida com ela. Aprendeu que todos têm seus monstros, e passavam a vida lutando contra eles. A menina aproveitou o momento para pergunta-la o porquê de não gostar da casa em que morava, porém Luísa não quis responder, e como já estava anoitecendo decidiu voltar para casa com a irmã.

Ao chegarem em casa, os pais estavam na sala de jantar, pareciam que haviam se reconciliado, eles conversavam e sorriam um para o outro, e até trocavam beijos.

- Onde vocês estavam? – O pai perguntou. – Já ia te ligar Luísa, estávamos preocupados.

- E você Isa? Seu vestido está todo sujo de terra... Vá tomar banho agora. E desçam rápido para jantarmos. – A mãe completou.

- Estávamos na praça, enfrente a nossa casa, e te avisei mamãe. – Luísa se justificava para os pais, porém eles pareciam não dar atenção, então ela subiu com a irmã.

Os pais das garotas eram do tipo que lhes davam tudo o que queriam, não lhes faltava nada, melhores escolas, melhores roupas, melhores brinquedos, tudo da moda e de alta tecnologia. Bastava pedir e recebiam. Mas o principal, amor, carinho e atenção que não se compravam em lojas, as garotas não possuíam.

- Isa, vamos descer, estão nos esperando para jantarmos. – Batia na porta do quarto da irmã. A menina não respondeu, então entrou, Isabella estava sentada na cama, parecia conversar com alguém ao seu lado. – Vamos jantar, caso contrário vamos levar uma bronca.

- Ela disse que você a viu ontem. – Disse Isabella ao sair do quarto. – Disse também que não precisa ter medo.

- Não vi ninguém ontem, agora vamos descer rápido.

- Ela não mente, deixou você vê-la... Disse-me também, que conhece Angel e também a mãe dela.

- Sua imaginação está a cada dia mais fértil, ver se procura amigos de verdade, ao invés de imaginários. – Luísa fingiu não acreditar.

Ao descerem para o jantar foram surpreendidas, várias pessoas em volta da mesa, á mãe educadamente levantou-se, indo ao encontro das meninas discretamente. Reclamou de suas roupas, que não estavam adequadas para receber visitas, e exigiu que trocassem. Porém Luísa não a deu atenção, pegou na mão da irmã, a arrastando para a mesa, sem pelo menos dar boa noite para as pessoas sentaram-se, o pai as olhou disfarçadamente com olhar furioso pela indelicadeza das filhas.

A mãe furiosa as acompanhou. Deu um beijo em cada uma das meninas, e sentou-se ao lado delas e do marido, fingindo felicidade aos convidados. Elas já estavam acostumadas com toda a farsa de família feliz, ao lado de desconhecidos.

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 Olá anjos, + uma parte do capítulo para vocês... I aí curtiram? Obrigada por ler.

 Abraços fraternos e fui...

Ao nascer da lua cheia (O Livro de Angel 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora