Capítulo 1 sem título

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Deslize

Sabrina não suportava mais! Há uma semana que se comportava como uma adolescente boba sempre que Carlos a olhava. Não tinha o direito de pensar em outro homem, mesmo estando brigada com seu noivo. Henrique tinha seus defeitos, mas não merecia que ela sonhasse em traí-lo. Desde que aquele homem chegara não tivera mais sossego e para piorar sua situação ela nunca lhe dirigira uma palavra, porém aqueles olhos verdes a desconsertava. Por mais que evitasse, imaginava suas mãos grandes percorrendo seu corpo, afogando seus beijos em seus lábios. Várias foram as vezes em que se surpreendera excitada durante o expediente, sonhando, delirando, montando e remontando cenas inflamadas com Carlos. Teria que dar um basta naquela situação ridícula e resolveu simplesmente ignorar seus olhares, pois acabaria prejudicando seu trabalho e sua vida pessoal.

Os dias se passaram e com muito esforço ela conseguia ao menos fingir que não sentia o olhar em sua direção. Fez as pazes com Henrique e quase implorou para que fosse pega-la no trabalho durante aquela semana. Queria mostrar a Carlos e principalmente a si, que tinha compromisso com um homem que a amava, a desejava e que ela correspondia integralmente. Nos primeiros dias foi relativamente fácil, já que o estagiário passou mais tempo fora do escritório e ainda que algumas vezes se flagrasse sentindo sua falta, recuperava o juízo ou pensava recuperar. Tudo corria bem até que esqueceu os documentos para a audiência de um cliente. Estava em cima da hora e o escritório da JJ Advogados Associados ficava distante. Não teria como ir até lá e retornar para a audiência a tempo e decidiu ligar pedindo que mandassem alguém levar. Minutos depois sentiu aquele olhar atrás de si e a voz grave pronunciou seu nome, arrepiando toda sua alma:

- Doutora Sabrina! Aqui está o processo. Vim o mais rápido que pude.

Ao virar-se ela estava lívida, as mãos trêmulas e a calcinha molhada.

- Obrigado, Carlos. - Falou ela gaguejando.

- A senhora está bem? Está pálida.

- Estou sim. Muito obrigado. - Agradeceu ela, saindo imediatamente.

Desconcentrada! Assim encontrava-se Sabrina. Suas mãos e pernas suavam e temendo pelo pior correu para o banheiro. Precisava se acalmar, retocar a maquiagem e voltar seus pensamentos para a audiência:

- Concentre-se! Como pode uma advogada de prestígio comportar-se como uma adolescente qualquer? Ou pior, como uma vagabunda. Ele é apenas um garoto bonito. - Tentava ela se convencer em voz alta. Olhou para o relógio percebendo que só tinha dez minutos até que chamassem seu cliente e apressou-se em se maquiar. Respirou fundo e saiu. Aos trinta e quatro anos já possuía experiência suficiente para conseguir lidar com aquela situação e mesmo nervosa saiu-se muito bem durante a audiência. Porém, o que não saía de sua cabeça era a voz, os olhos verdes daquele garoto dez anos mais novo que ela. Não se conformava em estar sentindo aquele desejo, não queria senti-lo! Saiu decidida a esquecer tudo aquilo e só iria no escritório quando fosse estritamente necessário. Na sua cabeça a melhor forma de fazer isso era estando o maior tempo possível perto do noivo e assim, combinou com ele um cinema logo após o trabalho. Entrou em seu carro indo direto ao escritório para deixar o processo, onde só retornaria dois dias após, caso não houvesse jeito. Tão logo entrou deu de cara com o doutor Alfredo. Um homem de meia idade, muito competente no exercício da profissão de advogado e amigo de seu pai:

- Boa tarde, doutor Alfredo.

- Boa tarde, minha filha. Como foi a audiência?

- Tudo tranquilo. Conseguimos mais uma.

- Você teve a quem puxar. Seu pai não perdia um processo...

- É. Ele vive me dizendo isso! - Interrompeu ela, pois sabia que o homem começaria a remontar toda a trajetória deles, desde o colegial e tudo que ela mais queria era sair dali o mais rápido possível. Despediu-se do colega olhando ao redor e para seu alívio não havia sinal de mais ninguém. Invadiu sua sala empurrando as pastas na gaveta da mesa, saindo a passos apressados quando viu que o doutor Fernando ainda estava na sala. Estudaram, se formaram e entraram juntos na empresa. Eram muito amigos e decidiu passar para dar um "oi" rápido.

- Nando! Ainda está aí?

- Olá, minha bela! Sim, mas já estou de saída. Esse prédio quando está vazio dá arrepios.

- Verdade. Concordou ela sorrindo.

- E você? Que faz aqui ainda esta hora?

- Vim apenas deixar um processo, pois sempre esqueço e quando preciso é um corre-corre.

- Sei bem como é isso.

- Beijos. Falamos qualquer hora.

- Beijos.

Quando Sabrina saía, percebeu que a luz de sua sala estava acesa se dirigindo para apaga-la. No meio do caminho seu celular toca:

- Oi, amor! Já saiu?

- Sim. Vou apenas passar em casa para tomar um banho, ok?

- Certo. Estou indo para casa, vou só apagar a luz que esqueci.

- Tudo bem. Não se atrase, viu?

De repente ela sentiu uma presença, uma respiração forte em sua nuca que gelou todo seu corpo. Ela não queria acreditar que seus pensamentos estavam certos. Recusou-se a virar permanecendo estática com o celular ao ouvido e Henrique gritando feito um louco do outro lado. Quando se deu conta desse fato falou totalmente embaraçada:

- Ôh amor! A ligação ficou ruim. Tchau.

Ao virar-se viu Carlos passar roçando seu corpo nela sorrindo. Sabrina ficou enfurecida! "Quem ele pensa que é? " - Pensou ela indo atrás dele, pronta para uma briga. Invadiu a sala e pegando-o pelo braço perguntou:

- O que pensa que está fazendo?

Com uma cara sínica, um sorriso safado ele disse:

- Não entendi doutora Sabrina! O que eu fiz?

- Você passou..., você sabe o que fez. Não se faça de desentendido!

- Eu não sei do que a senhora está falando. Os processos estavam errados?

- Passou roçando seu...

Carlos não permitiu que ela completasse a frase. Puxou-a pelos cabelos longos, possuindo sua boca com ardor, retirando-lhe não só as palavras como a respiração. Ela bem que tentou esboçar uma reação, empurra-lo, mas o garoto de um metro e oitenta, pele clara, olhos verdes, cabelos negros compridos, tinha braços fortes. Enlaçou sua cintura, apertando-a mais contra si, beijando seu pescoço, deixando-a sem sentidos. Todo seu esforço fora embora, assim como sua razão. Sabrina entregou-se completamente ao desejo, abrindo abruptamente a camisa de Carlos, beijando seu tórax, correndo as mãos por sua calça, retirando os cinto, o botão e alcançando o mastro duro que tanto imaginara. Abaixou-se para suga-lo, forçando o garoto a recostar-se sobre a mesa, preenchendo sua boca gulosa. Engolindo completamente a vara, ela gemia baixo, lambia, voltava a engolir até o fundo da garganta e lambia-o novamente. Sentiu que era erguida e atirada à mesa, de onde papéis, telefone, agendas foram atiradas, abrindo espaço para seu corpo. Carlos retirou sua blusa de onde surgiram dois mamilos rosados intumescidos que foram chupados com volúpia, arrancando gemidos da mulher. Sem pensar ele levantou sua saia, puxando a calcinha vermelha rendada que guardava uma cona encharcada de tesão suplicando sua língua voraz. Mergulhando sua língua em seu interior ele sentiu o gosto da fêmea que tinha o corpo trêmulo, as unhas cravadas em suas costas e pedia desesperadamente:

- Me come! Vem! Me come!

Carlos puxou-a pelas pernas, abrindo-a em sua cintura e enfiando seu falo até onde pode. A mulher gritou alto, enterrou as unhas em seu rosto, mordeu seus lábios, gritando:

- Vou gozar, Carlos! Mete! Mete...

Assim ele fez! Meteu até o fundo daquela vagina pulsante e enquanto ela ainda sentia o prazer rasgando seu sexo, ele a virou de costas penetrando-a mais uma vez. Estocadas firmes, mãos presas aos cabelos louros davam a sensação de cavalgar uma égua no cio e isto fez Carlos gozar abundantemente naquela fenda maravilhosa, deixando-o sem forças, fazendo-o debruçar sobre ela, unindo suas respirações ofegantes, seus corpos e seus pecados. Recobrados os sentidos, Carlos olhou nos olhos castanhos daquela mulher com os cabelos desgrenhados, seios à mostra, saia na cintura e sorriu. Sabia que aquele escritório nunca mais seria o mesmo. Com os olhos miúdos, inundada pelo prazer de Carlos, Sabrina olhava para aqueles olhos verdes, boca carnuda, mãos grandes e sorriu. Sabia que já não adiantava fugir.

Gérson Prado

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