Capítulo 10

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Nos dias de hoje...

Eu sofri muito desde que o bê foi embora, mas não é apenas a dor do abandono que me acompanha durante esses anos todos, mas sim as dor dos fatos ocorridos depois de sua partida. As vezes eu o culpo, as vezes não.
A verdade é que eu não sei lidar com essa dor que eu sinto, que é um misto de perda, abandono, sofrimento, ódio, raiva e ate alívio, a final de contas eu estou viva e de certo modo consegui me recuperar de todo mal feito a mim.

Mas a verdade é que se o bê não tivesse ido embora, talvez as coisas hoje estivessem diferentes, talvez hoje eu fosse uma mae de família, uma dona de casa que dedica a sua vida a seu marido e filhos, ou eu estivesse trabalhando na empresa com minha mae e irmão, porém esses sonhos foram tirados de mim, minha mae e meu irmão foram tirados de mim, mataram meu irmão, o meu protetor, meu anjo da guarda na minha frente, e só não me matam tambem pois o "senhor" tinha planos pra mim, mas eu preferiria ter morrido a ter passado pelas coisas que passei...

-Lola, lola meu anjo? Vamos princesa os senhores estão te esperando minha diva!!- Esse é o mi que veio me acordar dos meus pensamentos para fazer a minha apresentação.

-Mi querido estou quase pronta, falta só a mascara e o batom.

-Tudo bem lida, vou dar mais uma olhada e volto pra te chamar, a final a noite é uma criança- Ele diz e sai sorrindo e saltitando

Bom então é isso, eu trabalho em uma boate de Streep Tease e uso uma mascara para não ser reconhecida, eu trabalho aqui já à quatro meses, desde que eu me livrei daquele monstro.

Mas foi quando derrepente o mi entrou no meu camarim correndo e fando tão rápido que eu quase não entendo.

-Lola corre, corre amor vai, ele esta ai, quer saber de você, esta perguntando pelo seu nome, corre linda, sai pela saída secreta, e corre amor, amanhã ao meio dia você me encontra no apê do centro, agora vai Paola, AGORA.

E assim eu faço saio correndo, tiro a mascara e saio para a avenida somente com o meu figurino que é apenas uma micro saia rodada vermelha, meia sete oitavos com sinta liga e um corpete vermelho com stras. E agora?

O que eu faço agora? Deus eles me acharam...
eu sabia que isso iria acontecer, sabia que ele iria me encontrar, essa foi a promeça dele.

Com certeza alguém contou a ele, alguém disse que era eu que dançava naquele clube mascarada, eu tenho certeza disso. Agora não é hora para pensar nisso, estou exposta nessa avenida.

Mas assim que saio correndo me deparou com uma parede de músculos que me segura para eu não ir de encontro ao chão.

-Porra mulher você não olha por onde anda?- Diz ele com aquela voz que eu sei muito bem de quem é, um pouco mais grave por causa dos anos que se passaram, mas eu a reconheceria em qualquer lugar do mundo, independente de quantos anos possam se passar.

E agora? Como vou explicar que eu estou aqui nessa avenida quase nua e correndo feito uma louca? Como reagir a esse encontro depois de tantos anos? E esse cheiro, o mesmo cheiro do qual eu me lembrava, o cheiro do meu be.

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