Já passávamos pela 6° casa, conseguimos várias coisas úteis para passar um tempo por ali.
Carl ainda parecia estável. Não sabia o que estava pegando e por algum motivo - sendo o mesmo, ou não - Michonne parecia entristecida.
_ Mich... _ eu comecei. Só não sabia como terminar.
_Fala, lourinha...
_Você acha que o Daryl pode estar morto!?
_Não. Acho que ele pode tá por aí.
Minha agruras queria fugir, porém a manti somente sobre meu conhecimento.
_Nunca disse para ele como se sentia? _Mich deu um tempo _não pense nisso.
_É. _ mudei o assunto com ápidez. _Sabe o que está pegando com Carl!?
_Sei... Judith. Ele não quer aceitar a morte dela.
_ São tantas as mortes... que acabei por me acostumando.
_ Não deveríamos _Mich me abraça, reconfortando-me. _ isso não é normal.
_ Antes, hoje sim.
Chegamos a casa que servia de refúgio, bem, chegamos perto. Pois papai apareceu do nada falando algo como: "vão, vão" e acabamos por recuando.
Depois de muito longe, papai nos explicou o acontecido. Um grupo entrou na casa - aparentemente só de homens. Segundo papai, os sujeitos nada tinham de confiáveis. E matou um deles.
Não o julgo, houve um tempo que condenava atos como esse, assassinar alguém jamais passou em minha mente, até o dia em que tive que atirar em um residente de Woodbury.
Glenn e Maggie foram capturados por Merle. Michonne nos disse onde encontrá-los, papai não queria que eu fosse, mas não teve outra maneira, estávamos escassos de pessoas fortes para ir. Só havia derrubando zumbis e nada mais, quando em meio a fulga, Daryl foi pego e jogado em uma arena junto com o irmão, papai mandou que eu atirasse em uma garota - não para matar, só deixá-la imóvel - o ódio que dominavam minhas veias era maior a qualquer compaixão que fui submetida, nesse jogo de emoções atirei para matar. O impulso foi tamanho, depois dela derrubei 5 homens.
Não me orgulho de matar, mas virou uma necessidade. Às vezes, eu faço o quero fazer, e em outras, o que é se preciso fazer. Levou tempo para aprender a diferenciar as coisas.
Enquanto caminhava nas linhas enferrujadas ficava a imaginar o que estaria a fazer se o mundo ainda fosse o mundo.
Poderia está em casa. Em meu quarto junto com Brad escolhendo faculdades para mandar inscrições, ou, na casa de Mary tomando um bronze na piscina, pintando as unhas enquanto fazíamos fofocas sobre os garotos. Eu costumava ser líder de torcida na escola, durante o ensino médio, adorava tudo aquilo. Dançar era uma paixão. Tinha as aulas de balé, valsa, ah, a equipe de natação também. Já Carl, ia as de piano e violoncelo. Mamãe pagava a senhora Potcv aulas de francês - nunca entendi o nome russo se seu marido era um francês. Eu e meu irmão criavamos variadas hipóteses sobre. Quando ela ia para sua casa, às 19h00, mamãe já servia o jantar, papai chegava do departamento mais ou menos nesse horário e jantavamos juntos. Terminando o jantar, todos iam para a tv, completamente divertido. As 22h00 ia para o meu quarto e dormia um sono que não durmo há tempos. E tudo se renovava, o perfeito nas imperfeições.
Coisas boas nunca viram refrões, são só trechos que não se repetem com frequência. Já as ruins, são aqueles refrões que não saem da nossa cabeça, volta em meia você se pega assobiando eles para sobreviver.
XXX
O vento frio espalhavam as folhas secas. O meus cabelos ondulados entravam na dança. Apertava um cachecol preto no pescoço, papai falava algo a respeito da comida e locais para nos protegermos. Já se passou 5 dias desde do ocorrido no bairro onde ficamos.
Nenhum perigo eminente, só mortos-vivos - o alto grau de decomposição os deixavam ainda mais lentos, o que era vantagem para nós. Tive diversas conversas com Michonne, aprendi novas técnicas de caça com papai. Fiquei um pouco mais ágil com facas e armas. Se não fosse pelo apocalipse, diria que estou em uma colônia de férias na floresta. As histórias contadas por Mich me fizeram gargalhar por minutos. E papai com as piadas sem graças, Carl com teorias macabras a respeito do surgimento de alguns alimentos...
Nunca vi minha família tão feliz como esses dias. Me fez sentir viva novamente, uma adolescente normal.A noite por parte cobria o céu. Não achamos outro canto para abrigo, e as florestas encheram de mortos-vivos - a teoria é que estão ficando sem "comida" e tentam as matas. Papai parou diante um carro abandonado, tentou ligá-lo mas não deu em nada.
O jeito foi nos acomodarmos nesse pedaço.
_ Parece que não tem cidades por aqui. _ Mich falou olhando ao redor.
_ É, _ papai concordou _ ficaremos por aqui. Rose e Carl vocês podem descansar dentro daquele carro. Eu e Michonne estaremos aqui fora.
Se fosse em outra ocasião me oferecia para ficar ali fora, mas o cansaço me corría. Apenas concordei e entrei. Não demorou 2 minutos para cair em um sono leve.
Até que fui acordada pelos gritos de pessoas, um sujeito tirava Carl do banco do carona e um outro cuidou de me arrancar de dentro daquele veículo.
Agora estava sobre as pedras e as folhas secas. Do chão, vi meu pai, Michonne e Daryl sentados com armas apontadas a suas cabeças. Seja lá o que fosse acontecer, não seria bonito.
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The Walking Dead: Algo para temer [CONCLUÍDA]
Fanfiction"Queria parar ali e chorar, só que tomei uma decisão útil: correr e garantir minha sobrevivência."