A Única Escapatória

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Era manhã, Não lembro que horas, Acho que umas 9:35 por aí... Eu estava me revirando na cama pois estava com preguiça de acordar; Até que chega uma mensagem no meu celular (O que sempre olho, Não importa o sono que eu estiver pois acho que algum "Príncipe encantado" descobriu meu número e quer me encontrar lá na pracinha. Sim, Pracinha pois meu príncipe não tem lá essas riquezas) Mas, Para a minha desilusão, Não era príncipe nenhum. Era só meu amigo Alexandre me mandando um "Eiiii", Eu abri a mensagem e ele estava escrevendo então apenas esperei ele terminar. "Meus pais se separaram" ele escreveu. Eu fiquei muito surpresa pois Alexandre tem 13 anos e os pais dele se depararem nesta altura do campeonato não era de se esperar. Eu estava com tanto sono que simplesmente desliguei o celular e fui aproveitar o sábado, dormindo, claro.
Acordei novamente com um barulho imenso de gente falando.

-Quem será que está falando tão alto em pleno sábado? -Me pergunto

Levantei da cama e desci as escadas para ver o que estava acontecendo. Desci as escadas e me deparei com um bando de policiais na minha casa.

-O que tive? O que aconteceu? Cadê a minha mãe? Alguém pode me falar algo?-Eu perguntei desesperada

-Calma mocinha, Sua casa foi assaltada mas já estamos resolvendo o problema. -Disse um policial muito gato, Mas isso não importava agora (mentira, importava sim).

Foi aí que para minha alegria, Apareceu minha mãe.

-Clara! A casa foi assaltada! Você escutou algum barulho? Acho que foi de madrugada e eu cheguei agora do trabalho. -Disse ela

-Não Mãe, Eu... Eu estava...

-Dormindo não é? Só faz dormir! Não faz mais nada dentro de casa. Eu na sua idade, fazia de tudo e ainda apanhava se esquecesse algo. Os pratos e a casa estão aí, Sujos e você espera a burra e empregada aqui limpar não é? Gorda imunda e inútil! Nem para ver ladrão você serve.

Nessa hora meu sangue ferveu. O que ela achava que eu era? Algum tipo um cão que serve para guardar a casa? Além disso, Não era a primeira vez que ela falava assim comigo.
Subi no quarto, peguei uma mochila e coloquei roupas dentro até que minha mãe apareceu na porta.

-Vai embora?! Então vai! Pelo menos não fica de encosto aqui. Não serve para nada! Não sei pra quê, fui inventar de fazer filho. Só faz atrapalhar uma merda dessas! Se for mesmo, Não volte. Vou continuar com minha vida e vou fazer as coisas que mais gosto: Fumar, Beber e transar. -Falou ela e deu uma gargalhada sarcástica logo após que os policiais foram embora.

Peguei minhas economias da mesada que minha tia me dava e algumas coisas que não podia faltar, coloquei na mochila e dei no pé sem dizer tchau. Fui na casa de Alexandre para dar satisfações pelo menos pra ele já que nos conhecemos a tantos e tantos anos. Chegando lá, escutei uma imensa gritaria. Os pais dele estavam discutindo. Toquei a campainha mesmo assim, para minha sorte foi o próprio Alexandre que abriu a porta.

-Oi Clara, entra, eu queria mesmo falar com você. Vamos lá para cima, meus pais estão brigando para ver quem fica com a casa. Eles são uns idiotas sem noção. -Disse ele

Chegando no quarto eu me sentei na cadeira e disse:
-Estou indo embora.

-Eu também. -Ele respondeu em um tom tétrico

Para minha surpresa ele estava chorando, o que me deixou triste.

-Você? Você não! Não precisa vir comigo. Você não vai vir comigo. Você está sofrendo agora... Mas depois isso passa, É momentâneo. Não irei permitir que vá comigo. Você encontrará uma outra amiga, tenho certeza disso.

-Você acha que estou fazendo isso por você? Está muito enganada. Eu já tinha deixado minha mochila pronta muito antes de você vir aqui. -retrucou ele

De fato havia uma mochila pronta ali no canto do quarto.

-Então vamos, Mas seus pais não podem nos ver saindo Okay? -Eu disse com um certo medo mas não podia expressar isso.

-Eles estão preocupados com a casa, relaxa. -Disse ele pegando a mochila em seguida.

Percebi que naquele "Relaxa" havia uma certa insegurança mas preferi não falar nada a respeito.


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