Capítulo18

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"Acho que a dor da tatuagem não me incomodou tanto quanto a dor em não te ter."

Tento afastar esse pensamento enquanto Ethan me encara com um sorriso de admiração e diversão.

A tatuagem que faço é pequena, mas o som da máquina está me deixando completamente alucinada.

3000 vezes por minuto. Barulho constante. Me sinto incomodada.

- Está ficando bonita.- O tatuador, amigo de Ethan, comenta.

Ethan e eu sorrimos, ele segura minha mão com força, como se fosse me perder a qualquer segundo.

- Obrigada, T.- o nome é esquisito, mas tento não mostrar minha curiosidade em saber de onde veio.

Ele sorri e continua tatuando a pequena onda que escolhi.

Optei por fazer uma onda, como as do mar, que para mim significa liberdade.

Nunca tinha feito uma tatuagem, quando criança, não saía muito com amigos. Fazia praticamente: Comer, dormir, ir a escola e comer mais.

E Ethan me ajudou bastante a lidar com a morte de meu pai, tendo como base de que a vida dele nunca foi fácil e que já perdeu várias pessoas para a vida. Ele me ajudou a seguir em frente, a me libertar, por isso, estou muito orgulhosa por ele estar ao meu lado.

Escolho um lugar escondido para não aparecer em minhas audições e apresentações de Ballet: no tornozelo esquerdo. As fitas da sapatilha a cobrirão.

Ao terminar a tatuagem, Ethan decidiu que não ia fazer nenhuma esse dia. Nós despedimos e fomos para o apartamento.

Enquanto dirigíamos, a chuva começou a bater em nossos casacos. Quando estacionamos estávamos encharcados e corremos, rindo como loucos, até o prédio.

O dormitório estava silencioso e o barulho pareceu estridente quando Ethan fechou a porta.

Ele coloca as chaves em cima da mesa e vira para me encarar. Umas gotas de chuva pingam em seu rosto e o cabelo bagunçado e rebelde o deixam muito sexy.

Seus olhos azuis estão intensos, como se planejassem uma fuga para dentro de minha calcinha.

- O que foi?- perguntei achando graça de meus pensamentos.

Um sorriso malicioso aparece em seu rosto e ele se aproxima. Existe um subconsciente que controla meu corpo fazendo com que a cada passo seu em minha direção, haja um meu para trás.

Fim de jogo. Já estou encostada na parede. Meus batimentos aceleram e espero, rezo, para que ele não os escute.

Suas mãos se apóiam na parede e seus cotovelos se dobram para que seu corpo fique mais perto do meu.

Tarde demais, ele escuta meus batimentos pois sua expressão é tomada por divertimento e rapidamente muda para um sorriso malicioso e olhos em fúria.

Ele abaixa o rosto e deixa com que seus lábios rocem nos meus. Não faz mais nada. Não vai se mexer mais nenhum centímetro, quer saber se eu o quero também, se eu o beijarei.

Sem mais expectativas, eu faço o que era esperado. O beijo. Beijo ferozmente e ele acompanha.

Suas mãos estão tem todos os lugares e seus lábios macios, agora percorrem meu queixo, meu pescoço, e minha clavícula. Sua mão esquerda passa na parte interna da minha coxa e não consigo deixar de conter um gemido fraco, mas que o faz fazer movimentos mais rápidos. Subitamente, ele para com as mãos em minhas bochechas e o corpo mais afastado.

- Você sabe quanto tempo esperei por isso?- ele pergunta, ofegante.

Mordo de leve a parte inferior dos seus lábios e respondo.

- Demore mais um segundo para me beijar de novo e eu juro que te assassino.

Ele sorri maliciosamente e novamente nossos corpos molhados estão colados. Ele segura minhas coxas e me levanta em seu colo, prendo-me a ele, enroscando as pernas em sua cintura.

Ele me leva para o quarto e milhões de pensamentos são bombeados enquanto o trajeto, antes curto, de meu quarto até a sala, aumenta a cada passo que ele dá.

Quem eu menos esperavaOnde histórias criam vida. Descubra agora