(1) um dia antes do coma

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As férias estão acabando, e eu não estou preparado psicologicamente para voltar as aulas, muito menos a interagir com pessoas idiotas. Sou anti-social de propósito, e o único amigo que faço questão de manter a amizade é o Dane simplesmente por que ele não é um idiota.
Estou na casa da minha avó. Moro com meus pais, mas passei as férias com ela pela fato de amar aqui. A cidade dela e pacata e calma, perfeito para ler livros, meu passa tempo favorito. Sou bem nerd, do tipo de tirar os outros do sério com minha milhares de informações para tudo. Não sou anti-social por que ninguém quer ser meu amigo, pelo contrário, eu é que não quero ser amigo de ninguém. Tenho um perfil considerado "Fofo"( como as amigas da minha irmã descrevem). Tenho quase 17 anos, 1,78 , magro ( mas bem definido), cabelos loiro e liso com uma leve franja, meus olhos eram azuis, mas com o passar do tempo ficaram mais verdes, usava um óculos de Grau quadrado e meu estilo era meio largado (o que servi em mim tava bom).
- Vó eu não quero mais comer, não da tempo, tenho quer ir agora - tentei explicar enquanto ela empurrava comida na minha mala - quando chegar eu mando recado como prometido.
- Você ta muito magrinho, deveria levar mais comida, sei que sua mãe não é muito boa na cozinha.
- Vó... Ta bom... Se eu chegar atrasado, a culpa e sua.
- Você ainda tem tempo, suas aulas só começam amanhã...
- Mas eu prometi passa o dia com o Dane.
- Prefere o seu amigo esquisito, do que sua vovozinha que te ama?
- Não começa Vó - dei um beijo nela, coloquei toda comida que ela quis ( quase uma tonelada), peguei a mala super pesada e sai - Logo Logo estarei de volta, te amo vó.
- Até Pinto.
- Já pedi pra não me chamar assim...

      Apesar de não ter carteira, eu tinha uma moto, e desde os dez anos sabia pilotar, por esse motivo meus pais não se incomodavam. Peguei a moto em frente a casa da minha avó, coloquei a tonelada de comida que ela me deu na parte de trás, e segui viagem. Da casa da minha vó para a minha casa, era uma boa distância. Eram 08:00 da manhã, e pelos meus cálculos chegaria em casa umas 16:00 horas, se não pegar muito trânsito. Mas como não ia direto pra casa, mas sim para casa do Dane, ia demorar um pouco mais. Dane tinha minha idade e por pura coincidência íamos não só estudar na mesma escola, como na mesma classe. Passaria a noite la, e de manhã vamos juntos a escola. Parei em um posto de gasolina uns 40 minutos depois que parti, para abastecer, e enquanto enchiam meu tanque fui lavar meu rosto no banheiro. Aconteceu uma coisa muito bizarra, (1) vi um cara de cabelos longos, Branco, com um palito vermelho, uma cartola e com cara de 40 anos, pelo reflexo do espelho, sentado na privada atrás de mim, e quando olhei para trás, não vi mais nada, e (2) logo em seguida apareceu uma letras no espelho escritas com (Eu acho que Baton), falando o seguinte "te espero logo logo pirralho", não entendi poha nenhuma, e não liguei, em suma eu não me incomodava com quase nada, então simplesmente enxuguei as mãos, sai e ignorei totalmente aquilo. Peguei minha moto, e segui viagem, colocando na cabeça que tudo aquilo seria imaginação minha. Já era 13:00 da tarde, e eu parei em uma lanchonete para almoçar. Enquanto espera pela refeição, fiquei olhando fixamente para vidraça da fachada bem a minha frente, olhando diretamente para meu reflexo, e PÃN, foi quando vi o cara do palito vermelho de novo, dessa vez ele estava a duas mesas atrás de mim, e olhava pró meu reflexo tão pensativo quanto eu, mas a mesma merda que aconteceu no posto de gasolina, aconteceu aqui, olhei para trás e nada dele. Fiquei nervoso, mas não no sentido de medo, mas no sentido de não gosta daquela brincadeira, então sai sem ao menos esperar o almoço. Aquilo estava me incomodando. Passei todo o caminho pensando nisso. Cheguei na casa do Dane lá pras 17:30, comi, conversamos sobre as férias, jogamos videogame e fomos dormi umas 22:00. Eu não tinha falado nada sobre o acontecido de hoje, (1) por que tava meio inibido, por ser uma coisa meio idiota, (2) por que ele não Liga pra quase nada, como eu, e (3) ele com toda certeza iria me zuar. Mas como eu já estava me sufocado com tudo isso, resolvi falar.
- Hey Dane... Acho que estou ficando velho
- Bem... Você tem cara de esqueleto, mas não da para se comparar a um velho.
- Não cara... Tipo... Hoje vi uma coisa muito louca.
- Tipo oque - falou ele com a boca cheio de creme dental, escovado os dentes - o Batman em um patinete?
- Sério cara. Vi uma coisa muito louca.
- Ta cara, então fala logo.
- Você vai me zuar, eu sei.
- Se for uma bosta, eu vou mesmo, e que bom que já sabe.
Então ele se deitou na cama, e eu em um colchão no chão ao lado da cama dele.
- Hoje mais cedo vindo para sua casa, eu vi uma coisa muito bizarra - ele se virou na minha direção para me ver melhor - um pouco depois que sai de casa passei em um posto de gasolina...
- Já sei oque aconteceu! - Falou ele meio que animado.
- Sabe? Oque?
- Você viu um casal de velhinhos transando no banheiro do posto?!
- NÃO CARA! E eca...
- Hahaha foi oque pensei - falou sorrindo.
- Você tem problemas - e acertei o travesseiro na cara dele - enfim, deixa eu termina.
- Ok então - e ele acertou o travesseiro em mim.
- Bem, quando fui abastecer aproveitei para ir ao banheiro. Primeiramente não vi nenhum velhinho transando. Bem... Fui lavar meu rosto e vi pelo reflexo do espelho um cara com palito vermelho, cartola Preta, bigode e uns 40 anos, sentado na privada atrás de mim, e quando me virei para ver el, não tinha nada, quando me virei de novo para o espelho tinha uma mensagem escrita, eu não lembro oque era, por que no momento eu ignorei. Um pouco mais tarde, em uma lanchonete eu vi o mesmo cara, e esse filha da Puta sumiu de novo. PRONTO DANE... pode zuar agora!
- Você falou cartola e palito? - perguntou ele seriamente. Agora ele estava sentado na cama meio pensativo - palito vermelho?
- Você não vai me zuar? - E fiz o mesmo que ele, me sentei cruzando as pernas - Sim, palito vermelho...
- Hoje eu vi um cara de palito e cartola, So mudava a cor do palito, era amarelo. Cara que poha e essa?
- Sabia que você ia zuar. Cara não precisa fingir nada - falei voltando a me deitar e me cobrir - oque eu falei era sério.
- Eu também to falando sério...
- Sei... Sei... Vamos dormi então.
E foi oque fizemos, por que para mim aquilo era so ele de brincadeira com minha cara.
Naquela noite tive um pesadelo muito estranho, parecia tão real, que acordei com um corte no braço.

Rua outro mundo - #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora