CAPÍTULO 13

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Sem revisão



Alicia

- Eu adoro a torta de morango daqui. É tão mais gostosa! - Raquel falava com a boca cheia de torta.

É sábado e como ambas estamos de folga decidimos sair para curti um pouco, ir a lugares que costumávamos ir à época de faculdade e aproveitar ao máximo esse tempo juntas como sempre fazíamos antes de nos formar. Decidimos ir ao Maria's Coffe, onde sempre tomávamos nosso café da manhã quando estudávamos. Maria é mexicana com mãe brasileira e, mesmo sendo tão jovem, é dona de um dos maiores cafés de Downtown. Eu e Raquel a conhecemos assim que chegamos a Seattle, ela nos ajudou com as localizações e até a encontrar o apartamento em que moramos hoje.

- Eu estava com tantas saudades da torta de limão da Má! - Falo enquanto devoro a maravilha a minha frente.

- Maria sabe o que faz! - Sorri com a boca toda lambuzada.

- E como sabe! Toda vez que como essa torta parece que vou ao paraíso.

- Verdade! - Ri. - Mas me fala uma coisa. Como que estão às coisas entre você e o Becker?

- Normais! - Dou de ombros.

- Depois daquele sexo explicito vocês estão "normais"? - Fala com deboche. - O que é normal para você Aly? Anda se agarrando nos corredores do hospital não é safada?

- Raquel! Pelo amor de Deus. Nós não transamos no Alpho, esta bem? Apenas demos alguns amassos. E outra, eu não me agarraria no hospital, tenha dó. - Reviro os olhos e ela solta uma gargalhada. - Nem nos vimos depois da Alpha e eu prefiro assim. Ainda estou confusa demais.

- Olha, eu prometi a mim mesma que não me meteria nisso pelo bem do Becker e dos órgãos genitais dele, mas posso dar um conselho?

Os conselhos de Raquel são os melhores e sempre me ajudam, então apenas afirmo, prestando total atenção.

- Não seja tão fácil. - FÁCIL???? Ela levanta a mão me advertindo quando vê que irei me intrometer. - Me deixa continuar, vaca! Fácil, que eu falo, é de se render a ele tão facilmente. Eu entendo que ele ainda mexe com você, foi a porra do seu primeiro amor afinal de contas! E eu admito que ele está mudado e que, mesmo chapada, eu senti verdade nas palavras dele quanto a se redimir com nós duas. Só que até agora o que ele nos deu além de promessas?

- Nada...

- Exato! Ele já nos prometeu tanto e nossas mágoas estão justamente por conta dessas promessas que foram quebradas por ele. Por mais verdadeiro que ele esteja sendo, por favor, Aly não se renda só com palavras porque elas não mudam nada, o que realmente vale no fim das contas são as atitudes. Não estou dizendo para afastá-lo, ignora-lo, evita-lo. Não! Faça o contrário, se aproxime e veja se vale a pena, se ele realmente mudou, observe as atitudes dele e depois, só depois, resolva o que irá querer. - Ela uniu nossas mãos e aperta forte. - Por favor, não se deixe magoar por tão pouco. Não se iluda com palavras bonitas! Se ele estiver sendo verdadeiro em tudo o que diz mesmo, ele irá demonstrar isso com ações e eu serei a primeira a apoia-los. Mas se ele te magoar novamente eu juro que não respondo por mim!

Respiro fundo, apertando as mãos dela e puxando-as para dar beijo nas mesmas enquanto sussurro um "obrigada". Ela apenas sorriu e depois de alguns segundos no mundo fantástico de Raquel Muller sendo fofa, voltamos ao mundo real ao qual ela disse para pararmos de "borboletagem" e voltássemos a comer.

(Borboletagem no dicionário Raquel Muller significa algo muito fofo, sentimental demais, fescurento e por aí vai).

Durante nossa tarde de passeios me peguei pensando no que Raquel disse e no Henry. Desde o nosso "pequeno" agarramento quinta-feira eu não o vi e nem o procurei. Confesso que me sinto mais confortável dessa forma, uma vez que tê-lo por perto só confundirá ainda mais meus pensamentos e se tem algo que eu preciso fazer agora, esse algo é pensar. Pensar muito. Pensar com clareza! Não digo que eu o estou evitando, mas também não posso dizer que não estou, entendem? Na sexta eu não o vi no hospital, mas também não o procurei. Até fiquei meio brava por ele também não ter vindo atrás, já o xingava de tudo quanto é nome, mas então fui comunicada que um dos médicos pediatras, doutor Jefferson, que divide o plantão conosco entrou de férias e que seus pacientes foram "divididos" entre o resto da equipe, pois não havia necessidade de mudar a grade de outro médico. Ou seja, estamos atolados! Quase não tive tempo para almoçar e ainda fiquei até tarde no hospital, cheguei em casa e simplesmente desmaiei.

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