Capítulo 5- Run

41 4 0
                                    

Os piores devaneios dela levavam direito a ele. Sua mente lhe traía constantemente, pois nas duas semanas que lhe conhecerá, ele roubará seus pensamentos.

Alice

"Ali? Querida? Aonde você está? - ouvia a voz do meu pai vinda do corredor, mas me mantinha escondida. " Eu trouxe um presente" saio correndo de trás da cortina para ir ao seu encontro.

Assim que ouvi ele chegar naquela tarde, corri para detrás da cortina, como todos os dias, ele ía me procurar.

"Papai" gritei quando o vi e pulei em seu colo.

"Como vai a minha princesa?" ele me abraçava forte. Eu tinha uns três anos de idade. Meus cabelos eram loiros e curtos, na altura dos ombros.

"Bem papai... Cadê meu plesenti?" olhava para todos os lados a procura dele.

"Nem vai perguntar como foi meu dia?"

"Como foi o teu dia papai?"

"Foi ótimo princesa"

"Agora meu plesenti"

"Está lá em baixo com a mamãe. Vamos ir buscar"

"Ebaaaaaa. Otê é papai?" me lembro de falar tudo errado, mas levando em conta minha idade.

"Você vai ver..." e neste momento, tudo vira uma confusão, ouvi minha mãe gritar do andar de baixo, porque ela está gritando? As coisas estão se quebrando.

"Alice você se lembra do que o papai te ensinou, você vai ficar quietinha aqui e só vai sair quando o papai ou a mamãe vier ter busca. Entendeu?

Ele me colocou em um lugar atrás do closet, " eu te amo princesa" me deu um beijo na testa e fechou a porta.

Ouvia passos e mais passos lá em baixo, gritos e mais gritos. Não entendia o que estava acontecendo. O que está acontecendo? Minha respiração estava acelerada, tentava chorar o mais baixo possível, mas alguns soluços escapavam entre meus lábios.

Então o silêncio pairou pela casa, e depois de um tempo ouvi passos pesados bem perto, quando a porta se abre...

-NÃO.

Acordo assustada de um pesadelo ou lembrança de quando era pequena, meu corpo está suando frio, minha respiração acelerada, meu coração parece que irá sair pela boca a qualquer momento.

Me levanto da cama prendendo meus cabelos em um coque frouxo, calço meus chinelos.

Sonho, pesadelo ou lembrança, não importa, o que realmente importa é o porque eu os tenho.

Entro no banheiro e lavo meu rosto, preciso beber água -muita agua -. Desço as escada calmamente, está muito escuro aqui.

Seria ingratidão de minha parte pesar ou dizer que isso possa ser algum trauma de infância, tive uma criação boa, estava bem, mesmo depois de partirmos. Minha mãe nunca me deixou faltar nada, não tinha muito contato com os meus avós, por um tempo, apenas ela foi suficiente. Havia coisas que não sabia, coisas que de acordo com ela, não tinham importância. Nunca soube porque ela deixou meu pai. Talvez seja pelas brigas, não sei, eu sempre o vi como um marido amoroso. E ela sempre parecia estar procurando um motivo para brigar.

Sei que eles se amavam, ela sempre me disse que foi capaz de amar um único homem em toda sua vida, e este foi meu pai. Ela me ensinou que o amor verdadeiro acontece uma vez em sua vida, me dizia para que quando este momento chegasse, eu aproveitasse o máximo que fosse capaz, não perdesse, como ela perdeu. Gostaria de ter tido mais tempo com ele.

Outlaws H.S (Season one)Onde histórias criam vida. Descubra agora