Subo as escadas com o coração na mão.
Esbarro em um cara de terno que desce às escadas às pressas de olho em seu celular. Murmuro uma desculpa, mas ele parece nem ligar. Pelo menos, ele não estragou as flores.
Chego até a porta do apartamento de Olivia. Resolvo bater, mas no meio do caminho, desisto. Quem, em pleno século XXI, bate à porta? Ao invés disso, toco a campainha.
Olivia abre a porta vestida apenas com um roupão de seda lilás.
- O que você está fazendo aqui? - Ela parece assustada. Seu cabelo laranja está mais volumoso e cacheado que ontem.
- Bom dia. - Tasco-lhe um beijo na bochecha e vou entrando sem permissão. - Trouxe o café da manhã.
Ela fecha a porta lentamente.
- Você o quê? - Ela ri.
- Eu trouxe bolo de chocolate, suco de laranja - espalho tudo sobre a mesa. - e essas são para você.
Ela pega o buquê de rosas vermelhas, encantada.
- Deliciosas. - Diz ela cheirando as rosas.
Chego bem perto dos lábios dela.
- Mereço um beijo por isso?
- Não. - Diz ela. - Vou procurar um jarro para colocar isso.
Ela sai andando tranquilamente pela cozinha. Sento-me em uma das cadeiras altas do balcão.- Então - pergunta ela abrindo um dos armários. - o que te traz aqui tão cedo?
- Já disse, vim trazer o café da manhã.
Ela revira os olhos para mim.
- Não pode ser só por isso.
- Ok, eu admito. - Levanto as mãos em sinal de rendição. - Eu vim aqui para te agradecer.
- Agradecer pelo quê? - Ela pousa um vaso de vidro gigante no balcão.
- Pelo que você fez ontem. Você sabe, a bebida no cabelo de Natalie, os conselhos, o beijo...
Olho para ela. Ela sorri discretamente enquanto enche um pote com água.
- Enfim, não sei se teria conseguido me recuperar daquela noite sem você. Obrigado.
Ela despeja a água do pote no vaso. Em seguida, o preenche com as flores.
- Com relação à bebida, aquilo foi um favor à ela. Aquele cabelo estava quebrando todas as regras de cabelo ruim. Quanto aos conselhos, são de graça, não precisa agradecer nem seguir. - Ela pega o vaso com dificuldade. Ofereço ajuda, mas ela recusa. Em seguida, o coloca na mesa de vidro da sala. - Quanto ao beijo, não vai acontecer de novo nem tão cedo.
Ela esfrega as mãos e admira seu trabalho, enquadrando-o com os dedos.
- Por que não? - Pergunto.
Ela suspira.
- Porque, se eu bem me lembro, eu disse que queria manter isso simples. E com manter isso simples, beijos, sexo e tudo o mais não estão incluídos.
- Eu não me lembro de ter mencionado sexo.
Ela faz uma careta.
- Eu só estou deixando as coisas bem claras, Nick.
- Ok, se é assim que você quer. - Esfrego as mãos na calça jeans.
- É sim.
Pode-se sentir a tensão no ar. Nos encaramos por alguns segundos. O roupão de Olivia se soltou um pouco e agora eu posso vislumbrar um pouco de sua camisola cor de creme. Ela repara que eu estou encarando e amarra o roupão com força.
- Apreciação do corpo alheio também não está inclusa.
- Pelo menos café podemos tomar?
Ela sorri. A velha Olivia está de volta.
- Sim.
Ela se senta de frente para mim.
- Refresque minha memória, o que você trouxe mesmo?
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Made In The A.M. - The History
FanfictionE se as músicas do álbum "Made In The A.M" fossem, na verdade, uma história? Venha conferir esse incrível delírio meu em "Made In The A.M - The History", estrelando Niall Horan, no papel de Nicholas, e Olivia.