Lírios de açúcar

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Logo começamos uma caminhada mediana, andando em silêncio.
Nao estava sentindo vontade nenhuma de conversar com aqueles estranhos. Apesar de ter simpatizado com a garota... Ah, mari! Sim, o menino a chamou assim.
Ela parecia animada, andando de seu jeito saltitante, fazendo com que eu prestasse mais atenção nela. Usava um vestido de alças amarelo brilhante, com babados, também um cinto dourado e uma tiara de mesma cor com lacinhos em ambos, além de suas sapatilhas brancas. A cor combinava com ela, ao meu ver. Parecia tao cheia de energia... de vida e felicidade, algo que eu estava perto de invejar...

- Daninha, seu vestido está muito sem cor, você nao preferia alguma outra cor?

A garota se virou pra mim, sorrindo, e me entregou um pirulito azul. Aceitei, pois sentia algun tipo de fome. Assim que o coloquei na boca, senti como se o paraiso se derretesse em minha boca.
Sim, é uma comparação estranha de se fazer, mas é tudo que eu consegui pensar neste momento.

- É bom não é? Eu tive essa mesma expressão quando provei o lirio.

Seu sorrido aumentou, fazendo com que sua expressão ficasse ainda mais radiante. Se ela fosse algum tipo de estrela, seria a mais bela de todas. Recompus meus pensamentos, focando em suas perguntas.

- Sim é muito bom, e gosto muito de azul... O que seria um lirio?

Falei com certo interesse, porém nao tao animada em saber. Algo em mim dizia que isso nao podia ser coisa boa.

- Ah sim, os lirios sao flores, facilmente encontradas por aqui, e na maior parte, você acha muito açúcar dentro delas, sao os lirios de açúcar, crescem mais do que chuchu...

Dei uma risada leve, pensando em como seria ter uma horta de chuchu e uma plantação de lirios ao mesmo tempo. Hmm, nao seria una má ideia até...

- ... mas nao comercializamos elas aqui, se isso passou pela sua cabeça. - Ela me olhou, e riu ao ver minha indignação crescendo. Como ela sabia que eu havia pensado isso? Nem sequer cheguei a concluir tal pensamento!

- Estamos chegando, parem de enrolar ai, antes que fechem os portões. - O homem mais velho, talvez pai do dois, falou, me fazendo notar o quão devagar eu estava andando. Mas com motivo, estava andando descalça, e tomava cuidado para nao pisar nos galhos que se preparavam para me machucar.
De repente, ouvi uma explosão aquu perto, porem nao o suficiente para me atingir, e notei quando Mari pegou minha mao, me puxando, e começamos a correr. De repente, senti uma forte pancada em minhas costas, me derrubando no chao, onde bati a cabeça com força. Tudo estava rodopiando, quando vi aquela senhora abaixo de uma arvore, embaçada por conta da tontura que me dominava, que havia me mandado para aquele lugar. Ela parecia estar rindo, mas de seus olhos saiam algumas manchas brilhantes, que chegaram até mim, fazendo com que minhas pálpebras pesassem, e eu desmaiasse sem poder protestar.

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⏰ Última atualização: Nov 17, 2015 ⏰

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