Capítulo Sete - Rebecca Moore

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Atenção!

Essa história ficou disponível para leitura até 10/09, foi retirada para revisão, sendo deixado apenas alguns capítulos para degustação.


***


Assistir ao jogo com o meu pai não era um dos meus passatempos favoritos, infelizmente. Porém, Oliver parecia gostar muito de sentar ao lado de meu pai no nosso velho sofá e imitar os gritos de papai para a tevê.

Oliver Vincent era louro, tinha olhos verdes, e o sorriso mais charmoso do mundo. Eu não tinha dúvidas de que ele seria um grande "arrasa" corações quando crescesse. Mesmo com quatro anos, ele meio que já era. Muito dificilmente eu conseguia resistir a ele quando me pedia para assistir ao jogo, mesmo que eu não fosse paga para estar lhe ensinando como xingar os jogadores, coisa que meu pai fazia de graça.

Madeline Vincent esperava que eu desse jantar ao seu filho e o colocasse para dormir até que ela chegasse a sua casa, que ficava do outro lado da rua. Mas o pequeno e encantador sorriso desdentado de Oliver sempre me ganhava, e ele raramente dormia depois do jantar.

Sim, eu provavelmente não era uma das melhores babás do mundo.

E, sim, dar açúcar para Oliver durante a noite claramente comprova esse fato.

O pestinha ficou elétrico. Ele chegou a gritar ainda mais que meu pai quando os jogadores erravam uma tacada, embora eu ache que ele não saiba o que realmente estava acontecendo no jogo. E mesmo depois que o jogo acabou e meu pai foi se deitar, foi impossível convencer Oliver a ficar quieto. As horas passaram e Oliver ainda queria brincar com seus carrinhos, enquanto eu estava quase caindo de sono no sofá.

Grande culpa da dor de cabeça que tive logo de manhã derivou disso, e eu prometi a mim mesma nunca dar mais nada contendo açúcar ou cafeína para Oliver Vincent, ou qualquer outra criança, pelo resto do tempo em que eu viver.

A alegria momentânea deles não valia o meu cansaço duradouro no outro dia.

— Você está péssima. — disse Hannah, quando entrei no café na manhã seguinte para trabalhar.

Ela não precisava me dizer isso. Eu mesma vi, ao ver o reflexo de meu rosto no espelho. As olheiras que eu tinha sob os olhos estavam totalmente grotescas. Se eu fosse uma daquelas garotas que tem um mar de maquiagem, o que obviamente não era o caso, teria gastado um vidro todo de corretivo para corrigir aquele desastre.

— Noite difícil? — indagou ela quando não respondi.

Terminei de prender o meu cabelo em um coque baixo e suspirei.

— Você não tem ideia.

— Está tudo bem? — perguntou, parecendo preocupada.

Assenti com a cabeça.

— Eu só preciso me lembrar de que depois das dez, açúcar e crianças de quatro anos não combinam.

Ela riu de mim, e eu a deixei na cozinha, atravessando as portas que levavam para o café. Havia poucas pessoas sentadas nas mesas, muitas delas eram trabalhadores se preparando para o dia com um bom e forte café.

Coletei alguns copos vazios que havia sobre uma das mesas perto da porta e os levei em meu caminho para o balcão, descartando-os no lixo, e então olhei para Grant.

— Um café puro. — eu disse, apoiando o cotovelo no balcão e o meu queixo na palma da minha mão, querendo poder ter ficado na minha cama dormindo.

Colidindo em Você (DEGUSTAÇÃO!)Onde histórias criam vida. Descubra agora