Just Like Coffee

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Uma vez perguntaram a Jongin o que ele mais gostava no mundo entre todas as coisas.

Sua resposta?

Café.

Por que?

Bem...

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Era uma tarde fria, daquelas que te faz achar a cama e o cobertor mil vezes mais atraentes. Mas ao mesmo tempo, era uma tarde excepcionalmente bonita.

O céu era nublado, completamente coberto por todas aquelas nuvens branquinhas, mas exaltava um brilho que Jongin não via nem em dias de verão.

Jongin caminhava a passos lentos e firmes nas ruas, seguindo aquele mesmo caminho de sempre, virava uma esquina ali, descia uma rua aqui, ele sabia aquilo tudo de cor, afinal, visitava aquela mesma cafeteria há quase dois anos.

Não era muito longe de onde o, na época recém formado, jornalista trabalhava. Na verdade, café não era exatamente a bebida favorita de Jongin, sendo que ele procurava o lugar mais pela paz e calmaria, algo que ele não conseguia encontrar na redação em que trabalhava.

Não que achasse ruim, pelo contrário, não sabia lidar bem com calmaria, mas o moreno não fazia o tipo que era de extremos. Jongin era mediano, nem 8 nem 80, ele estava ali exatamente no meio. Por isso achava que calmaria demais entediava, mas movimento em excesso podia enlouquecer.

A fachada do lugar era bonita e um tanto quanto rústica, mais uma das coisas que fez o garoto alto perceber aquela loja em meio a tantas do centro da cidade movimentada. Era diferente, exalava uma aura imponente, antiga, intensa. Jongin não tinha ideia do porque reparava nessas coisas, talvez por costume, já que seu trabalho era basicamente aquilo, descrever o que sabia, o que via, descrever a realidade a sua volta.

Adentrou o lugar, sentando na mesma mesa próxima à janela. Clichê? Muito, porém pra ele era algo interessante, era neutro assim como ele. Exatamente naquele lugar ele podia observar o que acontecia dentro e fora do lugar, e notar as diferenças das pessoas que ali estavam, das que se movimentavam janela a fora.

Ele se achava um alien muitas vezes, quem percebia essas coisas? Que perderia tempo notando tudo aquilo? Bom, Jongin notava, e gostava de notar.

E foi com essa mesma percepção aguçada de jornalista, que pode capturar o exato momento em que uma figura específica adentrava o local. Foi no exato instante em que o copo de isopor tocou seus lábios, foi naquele segundo em que olhou diretamente pra porta de vidro e enxergou os cabelos castanho claro, acompanhados de um belo corpo branquinho, e os olhos... Ah os olhos dele... Os olhos dele tinham cor de café, e talvez tivesse sido naquele mesmo instante, que café começou a não soar tão ruim aos ouvidos do homem.

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A rotina de visitar o lugar era constante, sempre fora, e depois daquele dia, passou a ser até mesmo mais agradável.

A vida de Jongin era agitada, e quando tinha tempo, gostava de concentrar-se no que estava à sua volta, e não no que residia dentro de sua cabeça.

Mas no que prestar atenção? O que analisar? Jongin via pessoas, mas não via sentimentos, então pra que olhar?

Mas o castanho o dera bem mais que uma razão pra isso.

Não se considerava apaixonado, não, claro que não. Mas o moreno sabia que o outro garoto, o qual sequer sabia o nome, não precisaria de esforço algum para conseguir tal feito de si.

20 Minutos e caféOnde histórias criam vida. Descubra agora