As histórias que você vai ler neste livro são exemplos ilustrativos, e não baseados em acontecimentos ou pessoas
específicas. Por mais que até dê para imaginar, não se trata de tentativas transparentes de zombar publicamente dos
nossos amigos, inimigos, ou dos ex.
(Não vamos afirmar, no entanto, que a idéia não tenha passado pela nossa cabeça.)
Greg e Liz
Introdução de Liz
Tudo começou num dia comum. Estávamos trabalhando na redação de Sex and the City, conversando, dando idéias,
nossa vida pessoal amorosa se misturando com as vidas ficcionais que criávamos por lá. E, como em qualquer outro dia
comum, uma das mulheres da equipe perguntou o que achávamos do comportamento do homem de quem gostava. Ele
transmitia mensagens incoerentes, e ela estava confusa. Mergulhamos com prazer na tarefa de decifrar todos os sinais e
significados dos atos do cara. E, como em qualquer outro dia, depois de muita análise e debates, concluímos que ela era
fabulosa, que ele devia estar assustado, que nunca tinha conhecido uma mulher tão maravilhosa assim, que devia estar
se sentindo intimidado e que ela só precisava dar mais tempo para ele. Nesse dia, porém, tínhamos um consultor - um
homem - na sala, alguém que aparece duas vezes por semana para dar sua opinião sobre os diálogos do roteiro, e nos
dá uma ótima perspectiva, puramente masculina: Greg Behrendt. Nesse dia, Greg ouviu atentamente a história e a
nossa reação, e, então, disse para a mulher em questão: "Olha só, está parecendo que ele simplesmente não está a fim
de você."
Achamos graça, ficamos chocadas, atônitas, horrorizadas, e, principalmente, intrigadas. Percebemos imediatamente que
aquele homem podia estar dizendo a verdade. Uma verdade que nós, com nossos cem anos somados de experiência de
namoro, jamais havíamos considerado e, definitivamente, nunca imaginamos enunciar em voz alta. "Tudo bem, ele
talvez tenha razão", concordamos com certa relutância. "Mas Greg não poderia entender o meu complicadíssimo e
possível futuro marido, de jeito nenhum." Logo começamos a perambular pela sala toda, e Greg, o Buda onisciente, foi
ouvindo uma história de sinais trocados depois da outra. Tínhamos desculpas para todos esses homens, desde fratura
nos dedos com que digitam até infâncias problemáticas. No fim, uma por uma, todas as desculpas foram alvejadas pela
poderosa pérola de Greg. Ele nos fez ver, depois de um imenso esforço, que se um cara (mentalmente saudável)
realmente gosta de você, nada poderá impedi-lo. E se não for mentalmente saudável, para que alguém vai querê-lo? E
ele também pode confirmar tudo isso: depois de anos de farra, bancando o menino mau, ou dando uma de bonzinho, ele
finalmente se apaixonou e casou com uma mulher realmente fantástica.
Uma epifania coletiva explodiu na redação, e me contagiou. Passei todos esses anos reclamando dos homens e de seus