Capítulo 14 - Sábado

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Na manhã de sábado eu acordei muito animada. Eu estava ansiosa pra ir à igreja de Benjamim.

Eu queria entender como que ele podia ser tão feliz, mesmo tendo sofrido tanto nas mãos de uma garota... Mesmo ele sendo bom.

Fiquei por quase uma hora sentada na cama, enquanto pensava em como eu estava me sentindo feliz. As coisas na escola estavam bem, eu estava conseguindo me entender com minha equipe do seminário e a gente ia se reunir na quarta pra ensaiar e ajustar os últimos detalhes, mas ainda tínhamos quase um mês pela frente antes da nossa apresentação.
Já faziam cerca de duas semanas que eu não brigava com minha mãe. Me divertia com a amizade de Benjamim, e mais recentemente com a de Pedro e Layla.
E, eu não adimitia para Monique, mas já nem doia mais o que Marcela havia feito comigo.
Eu não queria ser sua amiga, mas também não queria mais matá-la.

Só que eu sentia que faltava algo para tudo se encaixar, mas eu não sabia o que tinha que fazer para estar feliz sem medo, sem estar presa ao passado...

Desci as escadas e Joaquim estava no telefone, mamãe não estava em seu quarto, nem na cozinha. Eu estranhei, quem estaria falando com o meu irmão? Corri para perto dele.

- Quem é? - perguntei, curiosa.

- Shiii. - ele fez sinal pra que eu calasse a boca - Tudo bem, tchau. Amo você também, beijo!

E ele desligou o telefone. Pestinha.

- JOAQUIM, quem era que estava nesse telefone?

- O Romeu. - falou sem se abalar.

- O quê? O Romeu? E por que você não passou esse telefone pra mim?

- Você estava dormindo. - disse me dando língua.

Bufei. Há meses eu não falava com Romeu e estava sentindo tanta falta dele, Benjamim estava sendo como o irmão mais velho que faltava, mas Romeu, Romeu era o meu irmão mais velho, eu não queria mais essa distância entre nós.

- O que ele te disse pirralho?

- Está com saudades. E ama todos nós.

- Só isso? - falei, exasperada.

- E mais algumas coisas que eu não entendi.

Ótimo. Perfeito. Maravilhoso.

- Ah, tudo bem Joaquim.- suspirei.

Passei uns minutos olhando para o telefone e então mamãe chegou com compras.

- Mãe.

- Bom dia querida. - falou.

- Romeu ligou.

Percebi o rosto da minha mãe se iluminar.

- O que ele falou?

- Ele falou com Joaquim. Quando cheguei desligou. E agora eu não tenho o número dele pra retornar a ligação. - falei quase com voz de choro.

- Julie. - mamãe falou, calma demais para quem estava sem contato com o filho há tanto tempo. - É só olhar o número na bina.

A bina! BENDITA SEJA A BINA! Depois da iluminação que mamãe trouxe olhei o número de Romeu e em um segundo eu estava retornando sua ligação, eufórica.

- Alô? - ele atendeu.

- Romeu!

- Julie!

- Ah meu Deus! Eu nem acredito que estou falando com você!

- Nem eu. Minha caçulinha, como você está? Eu não aguento mais de saudade de você. - Romeu falou e parecia estar chorando do outro lado da linha.

Encontro (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora