Parte 9

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Hora de ir ao aeroporto para irmos á Índia. Confesso que estou um pouco ansiosa. Novas culturas, novos ares, nova vida, e quem sabe, um novo amor. Após todos procedimentos, estávamos dentro do avião,e desta vez, resolvo dormir.

Acordo em um pulo, as turbulências estavam grandes, e me deu o maior susto. Olho para o lado e o Breno me encarava. Sorri. Ele retribuiu.

-Sabe Lu, você é bonita.

Corei. –Obrigada Breno.

-Por favor, não fique envergonhada.

Olhei para o lado. Notei que ele ficou um pouco arrependido. Mas eu fiquei feliz. Quem sabe ele não é o meu futuro? Porém, há algo nele, que não me passa 100% de segurança.

Chegamos então á Índia. A cultura deles é maravilhosa. Os tecidos, as especiarias. Tudo é lindo aqui. Deixamos tudo no hotel, e vamos de novo, ás compras. Novamente, o Breno carrega tudo, e ajuda a escolher. Ele tem bom gosto. Porém, ele me olha malicioso, com cara de quem algo está querendo. Não estou gostando nada disso.

Procuro falar pouco com ele. Só o necessário. Mas ele fica me provocando, insinuando coisas.

-Lu, eu não entendo porque seu noivo te deixou.

-Eu também não.

-Eu queria ter tido a oportunidade dele.

E começou se aproximar de mim.

-Breno, é hora de ir para o hotel. Amanhã cedo a gente pega o avião de volta.

-O que você acha de jantar comigo Lu?

-Tudo bem.

Fomos até um restaurante muito aconchegante e bonito. Ele me olhava a todo instante, e mesmo depois que pedimos nossa comida, ele seguiu me encarando.

-Sabe aquelas flores sem remetente Lu? Que você recebeu e eu vi que jogou fora, no seu antigo escritório? Fui eu quem mandei.

-Você?

-Sim. E eu tenho que te confessar uma coisa. Não é que eu não conseguia emprego, é que eu sou dono de uma empresa de advogados. E só quis ser contratado pra ver você. Todos os dias. Eu gosto de você Lu. Eu sei que aconteceram várias coisas, reviravoltas, mas me da uma chance? Pra sermos felizes.

Ele pegou minha mão e meu corpo gelou. Eu olhei pra ele. E tomei coragem e disse:

-Me desculpa, mas eu ainda não estou pronta pra um novo romance. Eu estou abalada. E não crie esperanças, eu não sou tudo que você diz. Eu tenho que ir.

Paguei o jantar, e fui para o hotel. Meu deus, ele gosta de mim? Mas por que? Quem ele é? Resolvi tomar um banho e dormir.

Já no dia seguinte, no aeroporto, ele chega com uma rosa linda e me entrega.

-Uma linda rosa, pra moça mais linda do mundo.

Eu corei. Sim, eu fiquei muito envergonhada.

-Obrigada Breno, gentileza de sua parte.

Já nas escadas do avião, ele me ajudou a subir e carregou minhas coisas. Ele é gentil. Mas ele quer algo mais, algo que eu não posso dar a ele. Não que ele não seja um bom partido. Mas eu, eu não posso me envolver com alguém agora. Eu preciso aterrissar. Eu preciso acordar pra poder amar de novo.

Chegamos enfim, ao Canadá. De volta. Senti falta daqui. Breno insistiu e me levou pra casa. Convidei-o a entrar e servi um café. Minha mãe estava aqui, e então ela apareceu pra me abraçar.

-Minha filha, como foi a viagem? E esse rapaz? É seu namorado?

-Mãe, esse é o Breno, meu secretário e também dono de uma rede de advogados. E não mamãe, ele não é meu namorado.

-Que pena, ele é um partidão.

Rimos. Ela tem razão. Mas eu tenho minhas razões. Ele levantou e anunciou que ia embora. Levei-o até a porta e na hora do tchau, ele me beijou.Um leve toque nos lábios, que me arrepiou até os últimos fios de cabelo. O que foi aquilo? Ele saiu rindo feliz, e eu estava tentando entender o que aconteceu agora.

Subo correndo ao meu quarto. Fecho a porta. Toco meus lábios. Que efeito ele tem sobre mim?

-Lu, meu amor, você está bem?

-Sim mãe, só vou tomar um banho rápido.

-Vou preparar um lanchinho pra você meu bem.

-Obrigada mãe.

Entro no chuveiro, vou esquecer que isso aconteceu. Eu não posso gostar de ninguém por enquanto. Preciso me organizar. Eu sei que ele vai mexer muito comigo, bagunçar a minha vida. Mas ainda não estou disposta a isso.

Eis que meu telefone toca. Olho o visor,número desconhecido. Resolvo atender.

-Oi princesa, é o Breno, boa noite. Saiba que não vou desistir de você. Beijo.

E desligou. Meu coração disparou. E agora?


Frio de MaioOnde histórias criam vida. Descubra agora