capítulo 1

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Naquela tarde fria de agosto enquanto me esquentava com um grande gole de um amargo e grosso café pensava em palavras para expressar o turbilhão de coisas que havia dentro de mim. No rádio tocava Linkin Park em um volume razoavelmente baixo de modo que só se ouvia os gritos agudos de Mike, na televisão passava um capítulo qualquer de uma série mais qualquer ainda, em minha frente um computador aberto do Word esperando para depositar nele todo o conteúdo de uma inútil vida de dezesseis anos chamado de "A minha história". Era um trabalho fácil, claro se você não tivesse morado metade de sua vida em um orfanato inútil e o resto dela neste colégio interno imprestável com pessoas que não me suportam e muito menos eu a elas, com excessão de Alba e Ruggero.
Desisti do trabalho por um tempo e me voltei a televisão, passava agora um capitulo antigo de Tom e Jerry. Como era fim de semana eu era uma das poucas pessoas que estava no colégio então decidi que iria fazer nada mas nada menos do que ficar enterrada no sofá com uma garrafa de vodca, que ficava guardada a mil chaves debaixo de meu coxão, e ficaria de porre até que a rabugenta Carla me visse num estado deplorável e me desse suspensão me livrando, assim, das cinco aulas seguidas de história que eu teria na segunda. E assim fiz, coloquei apenas um moletom, peguei minha vodca e me joguei no sofá, bebendo até não sobrar apenas uma gota do líquido que descia queimando por minha garganta e chegava quente e amargo em meu estômago, dando-me uma sensação reconfortante conhecida muito bem por mim. Fiquei ali vendo o teto girar por cima da minha cabeça, esperando Carla me pegar e eu ter ao menos uma diversão em todo meu imprestável domingo.
Esperei, esperei e esperei, mas nada de Carla, a megera diretora, aparecer então decidi que estava na hora de fazer algo além de esperar a ressaca chegar. Coloquei um short e sai de aventura ou encrenca, o que vivesse primeiro, andei aquele colégio de norte a sul, leste a oste e nada de interessante me chamou a atenção, nada que valesse a pena e meu tempo para se fazer. Então desanimei de vez e resolvi voltar para o quarto já meio tonta, a vodca começa a fazer seu efeito. Um pouco antes de entrar em meu quarto pechei em uma coisa grande e alta, não estava conseguindo distinguir no que pechei não conseguia nem mesmo manter os olhos abertos, só sabia que alguns segundos depois depois do esbarrou eu cai no chão com um baque surdo, barulho causado pela minha cabeça batendo levemente no piso de madeira laminado, que era tão bem lustrado que deva para se enxergar.

- Hey? Esta tudo bem? Ain meu Deus! Seu burro! - dizia uma voz grossa mas ao mesmo tempo suave tentando me levantar.

- Eu... Eu estou... Eu estou bem - disse tentando abrir os olhos, ação essa que não conclui nem um pouco bem.

- Não você não está nem um pouco bem, você acabou de pechar em uma parede de quase dois metros de atura, como você estaria bem? - senti o tom bem humorado em sua voz, então presumi que estava sorrindo.

Estava me forçando a abrir os os olhos quando senti algo içar minha cintura levantando-me do chão e me acolhendo em um abraço quente. Por mais que eu quisesse fugir dali, e eu queria, aqueles braços estavam me acalmando e fazendo a dor desaparecer por um momento de tranquilidade dentro do turbilhão de coisas que acontecem dentro de mim.

- Enfermaria, certo? - disse ele mais uma vez.

- Errado! - me forcei a abrir os olhos, e quando consegui fitei apenas minhas mãos - meu quarto já está ótimo.

Só agora me dava conta de como minha cabeça estava doendo.

- Tem certeza moreninha? - senti o sorriso em sua voz e o acompanhei com um sorriso tímido - você ia ficar melhor nas mãos da enfermeira, não acha?

- Nada que uma cama, cobertor, algumas aspirinas e meia garrafa de vodca não resolvam -ri fraco e ouvi uma gargalhada de sua parte.

- Okay mocinha. Mas me prometa que se sentir qualquer coisa ira para enfermaria, certo? - me detive a apenas murmurar um okay - Agora, me diga onde é que fica seu quarto. Estou perdido nesse emaranhado d salas.

O guiei pelos dormitórios, em nem segundo sequer ele desgrudou de minha cintura me mantando junto ao seu peitoral, lugar que incrivelmente eu me encaixava, a esse ponto eu já me acostumei com a sensação de segurança que ele me passava ao manter nossos corpos colados assim. Me fazia, admito, muito bem.
Andamos uns 15 minutos até chegar ao meu quarto. Entramos e ele me depositou com delicadeza sobre o sofá, confesso que a sensação de seus braços me deixando não foi nem um pouco boa e levou toda a segurança junto com ele, mas assim que ele me largou consegui mirar seu rosto.
Ele tinha cabelos castanhos volumosos, pele branca um tanto bronzeada, sombrancelhas grossas e negras e barba por fazer. O olhei melhor e vi que ele sorria o que deixava seus olhos pequenos menores ainda. Retribui o sorriso com um sorriso simples e modesto, algo que o fez sorrir largo mostrando ainda mais aquele paredão branco e bem alinhados em sua boca.

- Deixe-me ver... - começou a falar - Cama? - encarou o sofá que segundos antes havia me depositado - serve! Então, cama? Certo! Coberta? - puxei para mim a manta do sofá e assento - Certo! Aspirinas? - neguei com a cabeça, estava me divertindo com aquilo - okay, então, vodca?

- Entrevo coxão e o estrado da cama. - disse baixo.

Meu protetor sorriu divertido e foi a caça de mais uma de minhas garrafas. Um minuto depois voltou com a garrafa na mão.

- Vodca?

- Certo! - confirmei.

- Vai beber mesmo?

- Pretendo. Mas se quiser me acompanhar.... - disse me ajeitando no se fá dando espaço para ele sentar.

- Sorte sua eu nunca recusar uma boa bebida! - rio e se sentou ao meu lado no pequeno sofá que mal servia para uma pessoa - Pra que copos né? -riu e abriu a garrafa passando a garrafa para mim e voltando para si.

- Será que posso saber o nome do meu salvado? - disse após uns minutos de silêncio.

- Salvado? - disse arqueando uma sobrancelha me fazendo rir - to mais para vilão arrependido! Uma espécie de Mega Mente, entende? - ambos rimos.

- Até vilões tem nomes, então?!

- Diego e agora será que posso saber o nome de minha donzela alcoólatra?

- Donzela alcoólatra? Que Ruggero não ouça isso -ri e o admirei franzir um pouco o cenho, não sei muito o porque - Clara, Maria Clara.

- Então Maria Clara rainha das donzelas alcoólatras - disse ele com voz de narrador de história infantil - acho que devo me retirar, amanhã er quer dizer hoje...

Não sei se ele contínuo a falar só sei que no minuto em que Fechei os olhos adormeci em um sono continuo e pesado sem sonho ou sentimento algum, apenas um descanso que no momento me parecia eterno.

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Oihe babys! Então o que acharam? Continuo? Não?
Er desculpa pelos erros de português

Beijos suas lindas....

H... De AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora