CAPÍTULO 26

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Daryl dormiu junto comigo no quarto, umas quatro horas de sono leve.

O frio chegava. A neve também. Parecia que iríamos ficar por ali certo tempo. Não desejava isto. Soube por Carl que Eugene mentiu a respeito de saber um antídoto para a "cura zumbi". Rio. Nunca me engananou com aquele cabelo esquisito e palavras desconhecidas. Ridículo, mas é o que acontece.

Todos já de pé, eu e Daryl ainda permanecemos na cama.

_ Eu tenho que ir. Você pode ficar.

_ Não. _ faço biquinho. _ fica.

_ Seu pai precisa de ajuda, amor.

Quando se refere ao meu pai. Me lembro das palavras frias de ontem. Ele nota a minha tristeza.

_ Devo saber de algo?

_ Não. Se tiver, papai lhe contará.

_ Então tem alguma coisa. _ Daryl encosta na cabeceira da cama. _ Me diz.

Subo por cima dele. Ficamos cara a cara. Afasto com a mão algumas mechas rebeldes de seu cabelo dos olhos.

_ Tivemos uma conversa nada agradável ontem.

_ Imaginei.

_ Ele não facilita as coisas. Acabei dizendo besteira.

_ Rick é uma boa pessoa. Só quer proteger você, sua irmã e seu irmão. A nós.

_ Eu sei. Bom, vamos levantar.

Ia saindo de cima, quando sinto sua mão calejada puxando o meu braço.

_ não tão rápido.

A voz levemente rouca sussurrava em meu ouvido. O beijei intensamente, fazendo todo meu corpo queimar.

Mas na porta alguém bateu. Atrapalhando o clima.

Era Beth.

_ Daryl. O Rick está chamando. _ virou o rosto rapidamente.

Não estávamos indecentes. Vestia a camisa e jaqueta do Daryl e, ele, estava sem.

Revirei os olhos.

_ Vai lá. Depois continuamos. _ o beijei.

_ Preciso da camiseta. _ sorri.

_ Claro.

Deslizo delicadamente meus dedos pelo zíper da jaqueta.

_ Toma. _ digo jogando sobre ele.

_ Preciso da camiseta, ela é importante.

Emito uma risada. Desaboto a camiseta com mangas cortadas, faço de forma calma. Fitando seus olhos azuis - que estavam focados em mim - não havia mais nada por baixo. O frio deixou meus mamilos arrepiados. E novamente jogo sobre ele.

_ Pode ir agora.

Ele me olha. Fica parado lá. Quando aproximo para beija-lo, outra pessoa bate na porta.

Pulo na cama, cobrindo meu corpo com o cobertor remendado. Estava semi-nua.

Era papai.

_ Daryl, a Beth não veio até aqui?

Sua expressão mudou. Chegou despreocupado, agora era uma mistura de tenso e vergonha. Dando o resultado de constrangimento.

_ Veio. _ terminou de vestir a camiseta, logo colocando a jaqueta. _ vamos.

A besta foi apanhada. Daryl saiu e papai falou algo em seu ouvido. Ele se foi, mas papai, ficou.

_ Vocês... usaram proteção?

_ Está sendo evasivo. _ me enrolo na coberta, saio da cama apanhando minhas roupas no chão.

_ Não. Estou cuidando de você.

_ Não sou criança, pai. _ sento na cama e coloco minha calça.

_ É, é sim. Mimada para piorar tudo.

Jogo a coberta p'ro lado, de costas visto meu sutiã.

_ Olha, a gente não fez nada. Só dormimos. _ coloco minha blusa. _ e temos proteção. Enquanto a isso, não se preocupe.

Entreolha a janela. Sentando Na cadeira de couro antiga.

_ Enquanto a isso... Rose, o que houve lá no hospital? Beth me falou algumas coisas.

_ Nada demais. Tive que engolir muita coisa. Pai, papai, me desculpe pelas coisas idiotas que disse.

_ Eu não quero me intrometer assim, na sua vida... tem razão já não é tão criança.

_ Eu não sou criança.

Ele balança a cabeça de forma inconformada.

_ Claro. _ se levantou. _ saía e tome café. Depois quero que venha comigo e Daryl para uma busca por suprimentos.

_ Tudo bem. _ digo.

Quando papai saí fecha a porta. Fico ali, sozinha. Com meus pensamentos.

Até uma mulher aparecer debaixo da cama.

The Walking Dead: Algo para temer [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora