Sanzala Kassembe Dia nZambi

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Sanzala Kassembe dia nZambi
Aldeia Sagrada de Deus

Zambi abre as portas de sua aldeia para que os brasileiros a habitem.

Logo na entrada encontramos Mavangu de um lado e Lembá de outro, guardiões desse espaço sagrado.

Ao nosso encontro em festa um ser encantado em forma de lagarto nos dá boas vinda jogando sobre nós folhas sagradas que curam o corpo e a alma, é Katendê.

Zambi nos explica que todo o provimento da aldeia é administrado por Kabila, que zelosamente se dedica a pastorear toda criação de animais. A comida vem da caça trazida por Mutacalambo, Caiangu e Gongobira. Também vem da pesca garantida por Samba e Teleku mPensu.

Os guerreiros da aldeia protegem todos os habitantes com veemência e distinção. Zazi é habilidoso com seu machado de um corte. nKosi de tão feroz em sua missão é conhecido entre todos como "leão devorador das almas inimigas". Mulheres também se empenham nessa missão de guardar o povo da aldeia e o destaque vai para Matamba que tem a força de um vulcão em erupção.

A aldeia tem pessoas que cuidam da fé de seus moradores: sereias encantadas como Hongolo, Kiximbi, Iemanjá, Kaiá, Mikaiá, Kaiatumbá, Kituta e Zumbarandá trazem aconchego e paz de espírito. Elas habitam as águas das chuvas, rios, mar e lagoas. Tem também nSumbu, Kaviungu, Kingongo, Kanjanjá, nTôto e Kafunje que se dedicam à cuidar da espiritualidade da aldeia, dos rituais de nascimento ao fúnebre, tudo fica por conta deles que representam a terra que dão a vida e a recebem de volta quando a vida acaba.

Os responsáveis em manter a ordem na aldeia são Kitembu e Bamburucema, que com o tempo e o vento mantém os ciclos de toda a vida e natureza. Aluvaiá é invocado com sacrifícios animais quando surge algum impasse e precisam da presença e provisão urgente de Zambi, mas isso só se faz depois de consultarem o sábio oráculo de Kassumbenka, senhor dos mares e da profundidade do futuro do destino de cada um.

Zambi chega no fim do dia e na sua infinita bondade abraça seu povo por nascimento e todo o povo que acolheu. É quando todos se reúnem para lhe render graças pela vida e por tudo o que existe.

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