catorze - primeiro beijo.

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FLIPPED

| LUKE |

Segunda de manhã, eu estava a caminho da escola tentando decidir se eu preferiria estar casado com Troye Sivan ou com o Tyler Oakley quando Ashton Irwin colocou Michael em minha cabeça novamente.

"Luke, você ouviu? A lista de reis e rainhas do baile saiu. Michael está, hm, ele está nela. Seu prato principal está nela." Revirei meus olhos para ele, "Michael Clifford não é meu prato principal."

"Oh, você está seguindo a dieta," Ahston brincou, me dando um leve empurrão com seu ombro. Eu dei um tapa em meu próprio rosto, fazendo Ashton rir. "Não é uma dieta, Ash. Eu o superei."

"Bom, estou feliz de ouvir isso porque o rumor é que Caroline está pagando pessoas para que votem nela e Michael. Ela poderia usar sua dieta." Eu quase vomitei ao ouvir o nome dela. Por que Caroline iria querer Michael de novo? Eu achei que ela estivesse namorando Mitch.

Naquela tarde, eu me encontrei pensando naquela votação. Eu podia sentir meus pensamentos voltando ao Michael. Mas por que eu deveria ligar se Caroline gostava dele ou não? Eu não deveria nem ao menos estar pensando nele. Eu deveria superar isso. Michael Clifford não fazia mais parte de minha vida.

No dia da votação, Caroline andou em direção ao meu armário e o fechou bruscamente."Eu ouvi dizer que você também quer ser rei do baile, com Michael como seu rei." Meus olhos se arregalaram antes de eu murmurar, "Não, não quero. Eu nem gosto mais dele."

"Você é tão gay." Dessa vez eu ri alto, batendo em meu joelho enquanto secava uma lágrima falsa na minha bochecha com a outra mão, "Não diga. E a propósito, Michael também é. Tudo bem se você quer que ele seja seu rei, ele apenas não quer uma rainha."

"Você está com inveja," Ela disse, indo embora com sua amiga Kim. Deus, eu odiava essa garota. Eu a odiava tanto que comeria meus próprios braços se isso a fizesse sumir.

Quando eu abri meu armário novamente, senti dois braços serem envolvidos em minha cintura, "Oi, Lukey. Nós iremos almoçar juntos?" Eu imediatamente reconheci Ashton, porque um: sua voz alta e dois: ele é o único que me chama de Lukey.

Eu assenti. Eu gostava de Ashton. Ashton era um bom amigo e sempre me fazia rir. Ashton me contou que ele gostava de garotos também, e isso fez eu me sentir aceito. Eu queria gostar de Ashton daquela forma, porque seria muito mais fácil do que gostar de Michael, alguém que nunca me deu uma chance.

Mas eu não gostava, tinha algo em Ashton que fazia eu não gostar dele daquele jeito. Eu acho que era apenas porque ele era muito legal, e eu me apaixonei por um babaca.

Ashton estava contando uma piada quando Kim decidiu subir em uma das mesas, chamar a atenção de todos e gritar, "Pessoal! Então, esse ano nós temos que escolher um rei e rainha pro baile novamente. E o rei e rainha do baile desse ano são obviamente Michael e Caro! Quer votar? Você pode votar bem aqui!"

E ali estava eu sentando com Ashton enquanto o garoto pelo qual sonhei metade da minha vida estava sentado com minha inimiga mortal.

"Então, você joga futebol, certo?" Eu o perguntei, mordiscando meu sanduíche. Ele assentiu, me contando tudo sobre seu time até que um certo nome saiu de seus lábios, "Calum."

"Você está no mesmo time que Calum Hood? Como ele é?" Ashton deu de ombros, escondendo seu rosto nas mangas de seu moletom. "Ele, hm, ele não é muito legal comigo. Mas ele é um ótimo jogador, então tudo bem." Então ele começou a reclamar de seu treinador. Eu tentei dar total atenção a Ashton. Mas era difícil, porque Michael estava sentado logo atrás dele.

Ashton estava me contando algo sobre o último gol que fez quando do nada, Michael levantou e andou diretamente até mim, "Luke, tenho que falar com você." Ele me puxou e me levou até o banheiro masculino.

Ele me empurrou contra a parede gelada e me olhou nos olhos. Ele parecia tão pequeno, tão frágil e mesmo assim intimidador e dominante. Então senti suas mãos dos dois lados de meu rosto antes dele fechar os olhos e seus lábios irem em direção aos meus. Ele iria me beijar. Iria me beijar. Esperei por esse beijo por toda minha vida. Mas não assim. Não desse jeito.

Eu o empurrei e corri em direção à saída do colégio, e dali corri para casa. Corri tão rápido que achei que meus pulmões iriam queimar.

Eu destranquei a porta da frente e imediatamente corri para meu quarto, chorando contra meu travesseiro. Eu ouvi minha mãe gritar meu nome, mas não me importei em responder.

"Querido? O que há de errado? Pode me contar," Minha mãe disse enquanto sentava em minha cama, passando a mão em minha perna suavemente. "M-Michael tentou me b-beijar." A campainha tocou, e eu sabia exatamente quem era. Falei para minha mãe não abrir aquela porta e ela assentiu, me deixando sozinho com minha própria tristeza.

Michael não me deixou em paz. Ele continuou ligando em meu celular e batendo em minha porta. Ele até mesmo dava a volta na casa e batia em minha janela, "Luke! Por favor. Eu tenho que te ver." Por que ele não entendia que eu apenas queria ser deixado em paz? "Por favor," Ele disse uma última vez antes de voltar para sua casa.

Depois de dois dias, Michael parou. E eu achei que finalmente tinha acabado. Então, em uma tarde, eu abri um pouco a janela e deixei as cortinas abertas, sentei em minha cama pra fazer algum dever de casa quando ouvi alguém tocar um violão.

Me virei, vendo Michael na frente de minha janela quando as palavras, "I miss you," saíram de seus lábios. Então, as palavras, "Where are you? And I'm so sorry," seguiram, e eu sabia o que ele estava fazendo, "I cannot sleep, I cannot dream tonight." Eu andei em direção à janela e a abri totalmente. Michael Clifford estava segurando o violão de William e estava tocando a música que eu costumava tocar naquele terraço o tempo todo, I Miss You de Blink-182.

Ele entrou em meu quarto, continuando a cantar até o refrão. Ele colocou o violão em minha cama e andou até mim. Ele olhou para mim com aqueles olhos, aqueles olhos verdes deslumbrantes, e eu sabia que Michael Clifford ainda carregava meu primeiro beijo. Mas não carregaria por muito mais tempo.

Enquanto nós continuávamos ali, na frente um do outro, eu percebi que mesmo depois de todos esses anos nós nunca conversamos. "Você, hm, você tem uma voz adorável."

"Obrigado. Quem diria," Ele sorriu ironicamente antes de colocar ambas as mãos em minhas bochechas. Eletricidade corria por todo meu corpo.

Com seus olhos presos aos meus, ele deu mais um passo e ficou entre minhas pernas. Eu não tinha certeza se meu coração já bateu tão rápido assim em toda minha vida. Eu notei uma pequena cicatriz acima de seu olho direito. Por um pequeno momento me perguntei como ele a conseguiu. Eu queria saber tudo sobre o garoto que estava em minha frente. E mais que tudo, eu queria sentir seus lábios nos meus.

Assim que a espera se tornou insuportável, os lábios de Michael encontraram os meus. O calor de sua boca enviou mais eletricidade por meu corpo. Eu coloquei meus braços em volta de sua cintura enquanto me perdia em seu hálito de Coca Cola e lábios macios. E dessa forma, o beijo acabou. Ele se afastou e pressionou sua testa contra a minha.

E desse dia em diante, eu sabia que nós iríamos conversar muito mais.


    ✿  

heya

to tritse

esse é o último cap de flipped

eu amo muito essa fic, espero que tenham gostado dela também :-)

ainda não sei fazer notas finais, então beijos góticos do fundo do coração que eu não tenho.

ciao


flipped ▷ muke (portuguese version)Onde histórias criam vida. Descubra agora