Capítulo 12

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- Lanny, porque você está indo na direção da casa da Alva?

Silêncio.

-Lanny, fala comigo, por favor, já estamos andando a mais de dez minutos e você não disse nada desde que saiu se embrenhando no mato.

Silêncio ainda.

- Lanny, tenho certeza que se você estiver pensando o que eu estou pensando que você está pensando, eu penso que isso não é uma boa ideia.

- Então pare de pensar, Elly.

Ela estacou. Continuei andando. Se ela não queria participar disso, tudo bem. Eu iria até o fim de qualquer jeito.

- Lanny, pensa melhor. Tem de haver uma explicação. - sua voz veio de trás, ela ainda estava parada.

Me virei pra trás e olhei diretamente pra ela - Elly, ele já fez a escolha dele, eu preciso fazer a minha e seguir com o plano até o final. Não tem o que pensar. Vou até a Alva e o Alpha todo poderoso Paul pode ficar com quem ele quiser. Ponto. - me virei e continuei andando.

Elly me seguiu floresta adentro e não deu mais nem um pio.

Cerca de quinze minutos depois, chegamos em uma clareira. Agora sei porque ninguém vem ali. Mesmo com o sol a pino, o lugar era sombrio... Bem tipo casa de bruxa dos filmes de terror mesmo.
Maaaas, como não estamos num filme de terror...

Parei em frente a velha porta preta desgastada pelo tempo, com sua tintura descascada, mostrando que um dia havia sido de cor azul celeste. A casa de barro sem reboque ou pintura estava camuflada à floresta devido as Heras que na parede cresciam. No chão, um capacho sujo do barro e do mato da floresta. Teias de aranha contemplavam o madeiramento do telhado, que tinha suas telhas pretas pela falta de limpeza. Dois vasos enormes com folhagens estranhas ladeavam a entrada.
Não, eu não estou tentando descrever a poesia do lugar, que aliás só se for poesia mórbida, estou é...
Estou tomando coragem para bater na porta.

Assim que Elly chegou ao meu lado, essa coragem chegou com ela.
Bati três vezes com a mão fechada, e logo ouvi uma voz lá de dentro:

- Entre cachorrinha, está aberta.

Olhei para Elly de soslaio e vi um arrepio passando por seu braço. Abri a porta tentando ignorar o fato de que eu estava igualmente assustada e entrei.

OMG!!!!!!!

Não acreditei quando entrei.

O primeiro cômodo era uma grande sala com todos os tipos de meios de comunicação e aparelhos eletrônicos de última geração que podem existir. Com o piso, as paredes e o teto totalmente brancos, parecia um painel da Nasa montado em um centro cirúrgico. Que tipo de bruxa velha, assustadora e malvada se liga em X-box???

Cadê a parte das vassouras de galhos e gatos pretos brincando com ratos, em frente à uma prateleira de vidros com dedos de sapo e rabo de lagartixa?

Ouvi Elly suspirar e me agarrar. Ela é a maior nerd-eletrônica que já se ouviu. Sei que ela estava se controlando para não ir até lá. Mas nossos pensamentos foram interrompidos no momento em que ela quase sucumbiu ao desejo de mexer nos aparelhos.

- O que as duas cachorrinhas fazem aqui?

Olhamos pra trás e nos deparamos com uma senhorinha de vestido florido de azul com uma faixa combinando no cabelo. Não podia ser ela...

- Estou procurando por Alva. - falei mais por curiosidade do que pra responder a pergunta. Precisava saber se era ela mesmo.

- Ah, sim, só um momento que eu já vou chamá-la.

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