Oitavo pecado capital

O começo

Já reparou que passamos uma boa parte de nossas vidas, focados em ser alguém melhor?
Esse alguém nesse momento foi para o espaço, pois estou aqui em uma das boates mais badaladas de Nova York "JAX", comemorando meu novo emprego, que por sinal começo amanhã.
Deveria estar em casa dormindo, mas estou aqui curtindo a noite como se não houvesse o amanhã.

Minha amiga Megg é a minha única companheira essa noite, e também quem me cedeu um teto para morar. Ela é louquinha de pedra, mas de um coração imensamente bom!

- Juh vou pegar uma bebida, você quer? - Diz a Megg

- Claro miga. Algo bem forte, pois quero curtir muito essa noite. Quem sabe não esbarro em algum gatinho por aqui né?! - Digo isso, pensando que já faz um ano na qual não transo, depois do termino com meu ex Antony.

Antony era um cara lindo, mas o que tinha de beleza, tinha de babaca. Conseguiu me iludir por quase toda a minha graduação. Até eu encontrar ele comendo outra em seu quarto. Devem estar se perguntando o que eu fiz né? Minha vontade era de tacar fogo na casa dele. Quebrar tudo. Mas quer saber? No final das contas, ele não merecia minhas forças para tal ato. Ele é um filhinho de papai, sempre teve tudo o que quis, e nunca se esforçou para conquistar nada por conta própria. É claro que depois disso, me infernizou querendo voltar.
Mas sabe como é, nós mulheres precisamos nos valorizar. Merecemos mais que machos escrotos que só tem cara bonita, mas é vazio por dentro.

- Trouxe um destilado para você, sabor morango. - Megg diz, me tirando dos meus pensamentos, toda empolgada virando o copo de bebida dela e me puxando para a pista de dança.

Bebemos um, dois, três drinques... E perdi as contas, pois ja estava no embalo total da musica eletrônica que o dj tocava. Nem percebo como, mas esbarro sem querer em um bonitão.

Meu pai amado, que homem lindo da porra. Alto de olhos da cor do mar, cabelos negros e liso, e várias tatuagens a vista. Com toda certeza ele é o próprio pecado.
Ele me olha sério e vejo seu olhar analisar cada detalhe do meu corpo, me fazendo estremecer. Eu já estava tão tonta, que no mesmo momento tropeço, mas sou pega pela cintura antes de cair de cara no chão da balada.

- Mais cuidado com essa bebida ai meu anjo, vai acabar se machucando. - Diz o muso, me posicionando em pé. Mas que voz mais sexy e autoritária. Estou chorando e não disse que é pelos olhos. Alguém me abana? Acho que minha menopausa chegou mais cedo, pois estou pegando fogo!

- O que foi? O gato comeu sua língua? - Ele diz sorrindo de lado, sensual e debochado.

- Não, mas bem que o gato poderia comer outra coisa não é? - Deixo escapar meus pensamentos travessos.

Céus, alguém me controle agora? Ou vou acabar me jogado em cima do cara, que nem sei o nome. Ele estava muito gostoso em uma camisa xadrez justa, com as mangas dobradas até o cotovelo, deixando a mostra suas tatuagens. E usando uma calça preta que marcava bem seu amiguinho volumoso, se é que me entendem...

Ele da uma risada verdadeira, gostosa de ouvir.

- Você bebeu demais, se não estaria encrencada com essa sua audácia. - O gato da uma piscadela e sai andando, sumindo pela multidão.

Fico um tempo olhando para a direção que ele foi, que nem vi minha amiga me chamando.

- Alôoo, terra chamando Juliet Price. Alguém ai? - Megg fala me trazendo de volta a realidade.

- Você viu aquele pecado em forma de homem? Ou eu estava sonhando?

- Claro miga, você estava babando nele praticamente. - Diz rindo da minha cara. - Melhor irmos embora, vou pedir um uber para a gente.

Ela sai andando e eu a sigo. Andamos para fora da boate, depois de pagar nossa comanda. Entramos no uber, que já estava a nossa espera, e fomos para o nosso apartamento, com o pensamento a mil naquele gato.

Chegamos em casa, dei boa noite para Megg, pois ambas estavam exaustas. Cada uma foi para seu quarto.

Tirei minhas roupas, joguei uma água no corpo, visto minha camisola e apago completamente entrando em um sono profundo.