Misteriosa. Capítulo 37

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Narração

Oito meses se passaram. A pequena cidade estava tranquila, claro que vez ou outra, havia um novo membro do bosque encantado reaparecendo da maneira mais improvável ou até clichê (Através de algum portal). Tirando isso, não havia muitos acontecimentos na cidade de Storybrooke, o que chateava Emma, que sempre fora acostumada à agitação de New York. Coisa que preocupava Hook. Será que sua esposa (não oficial - ainda) iria perder a paciência e querer que eles saíssem da pacata cidade?

Liam e Alice estavam com 1 (um) ano de idade. Como de costume, foi feita uma grande festa no Granny's. Com 10 meses Liam já estava andando, diferente de Alice que ainda não anda. A pequenina apenas engatinha e fica em pé se segurando nas coisas. Ruby e a vovó passaram a ficar com o mini casal da realeza, embora Regina se sinta incomodada com o apego das duas mulheres às crianças. Henry notou que sua mãe-avó sempre fica enciumada quando a loba e Granny vêem algum avanço deles primeiro.

Emma olhava Killian diferente ultimamente, quer dizer, desviava o olhar. Seus beijos haviam perdido aquele calor. A paixão. Sua respiração estava sempre alterada quando saiam apenas os dois. Talvez o sumiço de Belle e de Branca a incomodasse. Mas, não queria forçar sua "bela" a desabafar, o pirata confiava nela, e isso era mútuo, não podia estragar esse laço tão forte que os unia.

NO POSTO POLICIAL

-Cuidado ou vai levar uma advertência por excesso de Run. -Disse Encantado ao genro.

-Para isso tenho um sogrão para destrancar a cela. -Comentou sarcástico.

-Quando seu destino muda você tem que mudar certos hábitos, se quiser o que lhe foi ofertado. -Retrucou deixando Killian pensativo.

NA PREFEITURA

São tantos problemas que a vida nos impõe e a gente se perde neles muitas vezes. Cada dia é uma nova chance de mudar tudo. Ou as soluções aparecem conforme as nossas atitudes e crenças. Nós somos o começo de tudo, somos tudo o que temos e somos o fim de nossas próprias histórias.

-Que tal parar de catar os pedaços? Deixe seu coração se curar, liberte-se. -Sugeriu Regina a filha.

-Oh. E. A... -Balbuciava. Era péssima em se abrir.

-Emma, eu conheço todo o alfabeto, querida.

Ela olhou para a morena que desviava o olhar, seu jeito meio torto de se certificar que seus muros ficariam intactos. Sua mãe. A que queria o seu melhor. Mas as lembranças não a deixavam em paz. Faltava pouco para o casamento deles e justo agora um turbilhão de sensações a invadia.

-Nada.

-Nada?! -indagou apreensiva. Aqueles olhos lindamente esverdeados estavam vermelhos. Seu cabelo preso e seu comportamento defensivo denotavam uma tristeza. Estava vestida como de costume. Sua mesa no escritório estava bem organizada. Coisa rara.

-Já que não sou um peixe para nadar contra correnteza ou telepata pra entrar nessa sua cabecinha confusa, é melhor irmos comer a lasanha ou aqueles três vão devorar tudo. -Falou tentando animar Emma. Sabia que no momento certo descobriria sua aflição.

-Isso nunca! -Respondeu apressada e acompanhou Regina Mills. Era engraçado como a loira dava tanta importância a comida.

O almoço transcorreu bem, com uma Swan aparentemente normal. Depois de aproveitarem um tempo com os filhos, as duas voltavam ao trabalho. Regina falava com Emma que parecia só escutar e responder o necessário.

Esta se sentia sufocada por tudo e todos ao seu redor. Era tão fácil para os outros depositarem expectativas na pessoa imperfeita que era ela, qual parte eles não compreendiam? Todo ser humano bom tem falhas e todo ser ruim tem sempre algum bem. Ela estava exausta psicologicamente com tantas cobranças. Por mais difícil que fosse sua vida na infância-adolescência, talvez ela fosse melhor. Um nó na garganta estava se formando e suas cordas vocais estavam loucas por ecoar um som alto e que fizesse todos caírem na real.

Quando as duas estavam prestes a entrar no prédio da prefeitura, eis que uma voz grave surpreende-as...

-E-m-m-a? -Fala pausadamente e com deslumbramento. Regina lança um olhar inquisidor. Quem era aquela "criatura" desprovida de estilo e moda atual? De onde a loira conhecia?

"Será que a minha filha está... Não! Não!" -Pensou Mills tentando afugentar aquele pensamento sórdido da cabeça.

"Isso... Não pode ser?!" -Sussurrava a filha de Encantado para si mesma.

A morena alternava o seu olhar daquele habitante "novo" de Storybrooke para a loira que permanecia imóvel. Seu queixo delatava a possível construção de uma fala, mas o amor verdadeiro de Killian Jones havia perdido a cor e pelo visto a língua também. Não houve tempo para mais pensamentos...

Swan...

<<<Continua>>>

A Outra Face (SENDO EDITADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora