Capítulo 1 - A chegada.

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- Voltar, eu precisava voltar. A vida em Londres fluia bem, eu tinha um bom cargo na empresa do meu pai, tinha um ótimo apartamento, a cidade é tão acolhedora que quando a gente vai pra lá não se sente estrangeiro, mas isso só não bastava. Faltava algo, faltava a brisa boa do Rio, as praias de lá... as minhas amigas principalmente ! Os amigos, as saídas. Tudo aqui me fazia recordar algo lá, nesses cinco anos tive sim vários amores, mas nenhum deles me ganhou como Miguel, meu antigo namorado-quase noivo que deixei no Brasil pra embarcar nessa nova fase da minha vida. Que valeu SIM MUITO A PENA, muito mesmo, posso dizer que sou uma outra pessoa, bem mais responsável. Uma profissional e tanto, mas eu necessito de um pão de queijo carioca, uma água de coco, uma cervejinha geladinha...fora a saudade que me consumia, quero abraçar, beijar, dar amor e carinho pros meus pais. Que sempre que dava, me visitavam bastante, mas ficavam dois, três dias ... Não passava disso! E só de lembrar da minha linda, minha amiga, minha irmã, minha prima Fani ! Eu necessito dela. Sério, não vejo a hora desse avião parar e eu poder ir correndo atrás deles ! - disse sorrindo para um gringo que me perguntou alguma coisa, mas eu não entendi muito bem. Então comecei a contar, colocar pra fora a felicidade que eu estava sentindo. O moço balançou a cabeça negativamente e voltou a ler seu livro.

Depois de mais umas horinhas CHEGAMOS !!! Como eu não avisei o dia exato da minha chegada, não tinha ninguém me esperando. Eu faria uma surpresa. Peguei minhas bagagens, chamei um táxi e seguimos para a Barra da Tijuca.

Chegamos em frente ao condomínio e pedi para o taxista esperar, alguém iria voltar pra pegar as malas.

Entrei no condomínio e várias pessoas me reconheceram de cara, algumas crianças que na época que sai daqui tinham uns dez anos, hoje mais velhas também me reconheceram e só ai vi que o tempo voa... O prédio ficou bem mais rigoroso pois Samuel queria por que queria me anúnciar. Insiste muito até ele liberar... falei com todos e logo entrei no elevador. Apertei os botões ansiosa, e só quando cheguei no meu andar lembrei das malas, esqueci de pedir pra Samuel pega-las no táxi. Assim que eu entrar, dou uma ligadinha.

Cheguei na frente do apartamento que eu cresci, será que mudou muitas coisas? Será que eles mexeram no meu quarto? será que está tudo como antes, ou tudo diferente ? Será que tem alguém em casa? Minhas dúvidas foram tiradas assim que apertei a companhia ...

- Quem é você?! - disse espantada, será que eles mudaram de apartamento? Ou eu que me confundi? ... um rapaz, alto, parecia ter 1,80, aparentemente forte, o cabelo dele é completamente liso e está meio jogado de lado, tem um rosto desenhado pelos anjos, corpo de dar inveja a qualquer um menino por ai. Me olhou despreocupado, de cima em baixo.
- Sou o Bruno, e tu quem é? - disse tranquilo.
- Carolina. Oque você está fazendo no apartamento dos meus pais? - disse o empurrando e entrando, olhei em volta, vi uma foto minha e dos meus pais na estante e estava comprovado, era mesmo o meu ap, joguei minha bolsa no sofá e prossegui. - afinal, quem é você?

Ele fechou a porta, e foi caminhando até a cozinha sem me dar bola, reparei que estava descalço, meio à vontade de mais pra um desconhecido. Fui atrás dele atrás de respostas. Ele estava pegando uma maçã, tinha uma mulher lá, essa ai também não conheço, mas como estava com um avental e estava preparando a comida, certamente é a empregada nova, ele deu um beijo na sua testa e mordeu sua maçã.

- Mãe essa ai é a tal Carolina ! - ele disse apontando pra mim, e ela parecesse ter sido pega de surpresa, correu e lavou as mãos, as enxugou e veio me cumprimentar.

- Oi dona Carolina, seja bem vinda ! - foi simpática.

- Oi. - sorri. - você trabalha aqui? - perguntei confusa.

- Sim, e esse é meu filho Bruno, a gente trabalha e mora aqui, a meu nome é Rosalinda, mas pode me chamar de Rosa viu ..- sorrio.

- Então você é filho dela? Certo, muito bom, Bruno querido, vai lá em baixo e busca minhas malas, por favor. - disse tranquila voltando pra sala, já que tudo estava esclarecido.

O Filho Da EmpregadaOnde histórias criam vida. Descubra agora