No interior da noite em plena estrada deserta, o casal de noivos Jayme e Lisa, viaja para passar o feriado de quatro de Julho com seus velhos amigos de faculdade. Tudo estava muito quieto e tranquilo, o rapaz dirigia lentamente pelo asfalto, enquanto Lisa dormia. Foi quando o relógio no painel do carro marcou meia-noite, que do nada apareceu um lobo branco no meio do caminho, Jayme não teve tempo de desviar e bateu no animal, sentiu as rodas passando e quebrando seus ossos. Assim que parou o carro, saiu e foi ver o animal, porém não havia nada lá, somente uma grande mancha de sangue, e nela escrito:
"Você vai morrer hoje, Jayme."
O rapaz que sempre fora muito medroso, sentiu um frio na espinha ao ler a mensagem, Lisa pôs a mão em seu ombro e ele se assustou.
– Desculpe, não queria te assustar, o que aconteceu?
Então ele apontou para a mensagem no chão. E ela olhou para o local e depois pra ele.
– Nossa, isso é... o chão? Não pode ser! – Zombou a mulher.
– O quê?
Então ele olhou e não havia mais nada lá. Jayme olhou ao redor, mas não se via nada naquela escuridão, ele pegou Lisa pelo braço e levou para o carro, quando estavam lá dentro, ele disse o que havia acontecido. Ela riu dele, mas depois viu que era sério e que ele estava com medo, então se ofereceu a dirigir.
Estavam mais uma vez na estrada, os dois permaneciam em silêncio, conforme a madrugada passava, mais o frio aumentava, então os vidros foram ficando embaçados, o casal nem havia se dado conta disso até que estivessem bastante enfumaçados.
– Ligue o ar. – Disse Lisa.
– Tudo bem.
Assim que acionou esta função, os vidros começaram a se limpar, Jayme olhou no retrovisor para verificar se o vidro de trás estava limpando também, então lá estava escrito:
"Antes de o sol nascer."
O rapaz deu um grito, Lisa assustou.
– Olhe lá, veja!
Mas quando ela olhou, os vidros já haviam se limpado.
– Pare com isso, está me assustando.
– Apareceu lá atrás.
– Não tem nada lá. Tente dormir.
Relutante, ele puxou um casaco sobre seu corpo, se aninhou em seu banco, e ficou olhando a estrada vazia passar para lhe dar sono. Quando já estava quase pegando no sono, entre uma piscada e outra viu seu nome escrito na tela do GPS. Então ele olhou as letras que começavam a passar.
"Você tem a marca, deve morrer, seu sangue te condena, eu sinto."
Jayme já se entregando aos delírios, não disse nada dessa vez, apenas fechou os olhos e dormiu. Começou a sonhar, estava em um lugar totalmente tomado pela neblina, no ar apareciam palavras em uma linguagem desconhecida, voando de um lado para o outro, então uma voz demoníaca surgiu:
"Seu sangue tem a marca, porém você não irá morrer. Mas sim a mulher que agora carrega um filho seu em seu ventre."
– O quê? Do que está falando? Que Marca? Que filho?
"A marca da besta, sentimos em seu sangue, mas é no sangue seu que já corre nas veias da criatura. Vamos exterminá-la antes que seja tarde, mandaremos o ceifador."
Então surgiu do céu um homem com um manto e capuz negros que lhe cobriam o rosto, e um grande machado flamejante, que o atacou. Nesse momento Jayme acordou assustado e suando.
– Pesadelo?
– Sim, me responda, você está grávida?
– O que? Como sabe? Eu ia lhe contar quando chegássemos à cidade.
– Eu preciso te contar, no pesadelo...
Mas antes de dizer mais qualquer coisa, no meio da estrada apareceu o ceifador, que golpeou o carro com seu machado, fazendo-o parar fortemente, o casal desacordou. Logo depois Jayme entreabriu os olhos e viu o homem encapuzado abrindo a barriga de Lisa com sua longa e negra unha, enquanto ela gritava de dor. Então ele começou a gritar.
– Não, solte ela, não, não, nããão! – E desmaiou mais uma vez.
...
– Rápido! Problemas no quarto 666.
– De novo o rapaz louco? É todo dia a mesma coisa.
– Nunca vi isso antes, acorda todo dia, mas ainda está em coma profundo.
– Acho que nunca vamos saber o que aconteceu com ele.
– Também acho.
Fim.
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O Segredo da Meia-noite
Mystery / ThrillerEnquanto um casal de noivos viaja durante a noite, um lobo surge na estrada e é atropelado. A partir daí, sinais começam a aparecer para o homem, que, aos poucos, se vê cada vez mais perto do mal.