7. A fresta da porta.

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Ainda estou no hospital. Parece que vou ficar aqui só até amanhã e depois vou para a reabilitação.
Eu cansei de ficar aqui, eu estou morrendo e sei disso.
Durante a noite eu fico acordada, olhando a porta, tem uma pequena fresta em baixo, aonde entra a luz do corredor.
Eles me vigiam a cada 1 hora para ter certeza se estou bem.
Minha mãe veio aqui e perguntou se eu estava bem. Eu disse que sim, mas ela não sabe o tamanho do buraco que eu tenho dentro do peito. A magoa que eu sinto, ela realmente não sabe.
Parece que ninguém confia em mim.
Ficar ali naquele quarto, era como uma dor no peito, um buraco. Eu sabia que precisava ficar ali por mim, mas queria sair pela dor que sentia só aumentar.
Aquilo doía. E ainda dói.

2 dias depois.

Hoje me trouxeram para a realização, fiquei num quarto com 3 pessoas.
Dois meninos e uma menina.
Um dos meninos tem tendências a ser um psicopata, o outro é suicida, e a outra garota é depressiva e suicida.
Bom temos várias pessoas com problemas mentais no mesmo quarto, que legal.
"Oi, meu nome é Bruna." A garota veio me cumprimentar.
"Sou Camila."
"Por quais motivos você veio parar aqui?" Ela perguntou de um jeito estranho, eu diria que sombrio.
"Eu venho me cortando a um tempo e fico sem comer, então me trouxeram para esse inferno." Um dos garotos me olhou como se fosse rir dos meus problemas. Ele estava zoando de mim em sua mente, eu podia sentir isso. Então ele se levantou e saiu do quarto.
"Ele está zoando com os meus motivos, não está?" Perguntei a garota que estava na minha frente.
"Talvez, ninguém entende ele, por mais que os psicólogos daqui tentem, eles nunca conseguem." Eu simplesmente ignorei e me deitei na cama.

O quarto é totalmente branco, tudo é branco, as paredes, as camas, as roupas de cama, tudo.
Após alguns minutos ali, uma enfermeira entra no quarto e leva a Bruna e o outro garoto para fora. Logo em seguida o mesmo menino que zoou de mim entra no quarto.
"Então você é depressiva e suicida? Saiba que aqui dentro você não é nada, todos têm problemas então fique longe do meu caminho senão você irá ver o que realmente é ter um problema. Você é apenas uma garota que não tem a atenção dos pais."
Eu não falei nada, apenas continuei ali deitada apenas pensando como eu fui chegar ali.

3 horas depois.

Se passaram algumas horas e eu me encontrava no mesmo estado, só que em outro quarto. Disseram que seria melhor para mim ser "curada" eu estar sozinha num quarto.
Amanhã passarei com 5 psicólogos diferentes, qual eu me "adaptar" melhor, será meu "conselheiro" fixo.
Agora que estou sozinha nesse quarto, pude pensar. Minha mãe sempre quis passar a imagem de que somos uma "família" feliz, mas no fundo todos sabiam a verdade. Isso é o que mais machuca, todos sabem a verdade mas não ajudam, não tentam saber o que acontece, simplesmente ignoram e fingem que não sabem de nada.
Me sento na cama, junto meus joelhos contra meu peito, e fico ali. Sozinha. Me "abraçando".
Tudo que eu queria agora, era estar em casa, com meus livros, meus cds e com as minhas coisas.

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Gente, eu queria primeiramente pedir desculpas por ter sumido por tanto tempo. Sei que foram meses, mas minha vida está uma bagunça. Então me perdoem por ter sumido. Mas eu prometo que vou voltar a escrever.
O capitulo tá pequeno, mas eu juro que o próximo será maior.

E lembrando, boa parte do que eu escrevo aconteceu, só que de uma maneira diferente. Eu escrevo aqui quais foram as sensações das coisas que eu já passei. Então nem tudo aconteceu realmente do jeito que está escrito, mas enfim, é isso.
Obrigada por ler a história ❤️

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⏰ Última atualização: Apr 24, 2016 ⏰

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A pequena suicidaOnde histórias criam vida. Descubra agora