ALTERIDADE.

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Cheguei em casa naquele dia feliz da vida, tanta coisa para pensar, tanta coisa para começar, tanta coisa para comemorar. Fiz uma lista de tudo que tinha que fazer em uma folha e pendurei na tela do meu computador.

Lista de afazeres.

1# Arrumar meu quarto.

2# Separar a matéria que eu vou ensinar para Renato amanhã.

3# Ver a roupa que vou usar amanhã.

4# Estudar para química.

5# Ler mais um capítulo do livro de física.

Fui fazer cada uma dessas coisas nessa ordem, quando terminei o quinto afazer já eram 18:30, ainda não tinha saído do meu quarto desde a hora que cheguei, e estava ouvindo uma barulheira na casa. Antes de ir bisbilhotar peguei meu celular e vi que havia a mensagem de Gustavo.

Guga_@Mtgato: Hey cheguei quer sair amanhã ? Estou com saudade de você... S2

Kevin_@louco: nem dá...Desculpa .

Depois de alguns minutos...

Guga_@Mtgato: :-/

A conversa parou ali. Eu e Gustavo sempre fomos assim, palavras curtas, no começo eu fazia questão de mostrar que estava interessado, mas depois de um tempo eu desaprendi como fazer isso. Gustavo era o tipo de cara que sabia usar e descartar tudo que tinha, no início do nosso relacionamento ele sempre me ligava e dizia que queria apenas ouvir minha voz, fazia questão que lhe mandasse fotos diariamente, declarações era quase toda a semana, mas com o tempo ele viu que seria difícil conseguir o que ele queria então foi deixando de investir em nossa relação. Hoje em dia considero Gustavo meu ficante sério pelo fato de ficar somente com ele, nunca fui de gostar de várias bocas diferentes todo o mês, ele deve me considerar uma distração ou algo do tipo.

Resolvi ir na cozinha comer alguma coisa, mal reconheci minha casa pois estava toda fora do lugar, não é que estava bagunçada e sim redecorada com os moveis estavam trocados de lugar e tinham outras coisas que davam um ar mais sofisticado aquele apartamento. Logo que entrei na cozinha dei de cara com Dona Estela, minha mãe, conversando com uma mulher que se apresentou como a dona do buffet que a minha mãe tinha contratado.

- Querido você ainda não se arrumou? - perguntou minha mãe com uma voz irritante.

- Eu tenho motivo para me arrumar? - perguntei sendo irônico.

- Você se esqueceu do jantar que vamos dar para os sócios da minha impressa hoje? - disse ela com um sorriso que me estressou.

- Eu não me esqueci não... Na verdade, ninguém me falou. - disse deixando mostrar meu estado de indignação.

- Como não? Estou falando a semana inteira sobre isso. - disse ela sorrindo sem graça para todos que estavam ali presentes.

- Quantas vezes a gente se falou essa semana mãe? - perguntei para ela com um olhar cínico.

- Como assim filho? - perguntou ela ainda mais sem graça.

- Uma... Em sete dias nos falamos uma vez, naquele dia que você me deu carona até o pré se lembra? E me diz uma coisa a senhora ainda se lembra o que você conversou comigo dentro do carro?- disse sarcástico e revoltado com aquela situação que ela quis me meter.

- Claro que eu lembro! - disse ela tentando cortar o assunto.

- Nada... - falei seco.

- Nada oque? - perguntou aquela mulher que eu chamo de mãe.

Notas de um amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora