PERDIDOS.

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...



Confesso que dormi não foi fácil naquela noite, depois daquele beijo, depois daquele toque, depois daqueles olhares, depois de tudo tive muita coisa para pensar, fiz mais um desenho para entregar a Renato amanhã já que teríamos pré e depois eu não iria a sua casa. Fui dormi lá pelas três e pouca da manhã sorrindo que nem um bobo por tudo que estava acontecendo, por estar apaixonado por Renato e por ele aparentar estar apaixonado por mim também.



...



Acordei era 5:30, não sei porque estava desesperado, não poderia perder o pré, tinha necessidade ver o Reeh, precisava cuidar dele, precisava demonstrar tudo aquilo que eu estava sentindo. Pulei da cama o mais rápido que pude, nem o ventilador pode me amedrontar hoje, tomei banho e fui direto na cozinha pegar algo para comer. Meu pai estava lá arrumado e notei ele me observar de cima abaixo enquanto pegava algo na geladeira.



- O que foi? - perguntei estranhando aquele olhar.



- Acho que tive uma brilhante ideia - rebateu ele antes de tomar um gole de seu café e voltar a falar.



- Acho que você não vai para o pré hoje, vamos sair para tomar café na reunião dos psicólogos no prédio onde trabalho, todos vão levar seus filhos e eu vou levar o meu. - disse ele com um sorriso malicioso me informando que havia algo por trás dessa história.



- Só tem um problema com essa sua ideia - disse Eu do outro lado da cozinha antes de tomar meu suco.



- Qual? - perguntou ele me olhando.



- Você sabe que eu não vou- respondi direto, pegando minha mochila e saindo da cozinha.



Logo após aquela breve dialogo, fui ao meu quarto havia esquecido o desenho de Reeh e então parti de encontro ao meu príncipe, estava abrindo a porta da sala quando voltei a ouvi a voz do meu pai.



- Filho, eu sei que você está bravo comigo e te dou razão disso eu fui um cretino naquele dia e acabei descontando na pessoa que eu mais amo minha frustração, me perdoa eu quero voltar a ser o seu herói se lembra? Eu chegava em casa tarde e você corria para me ver e me beijar, você não dormia enquanto eu não chegava e por isso eu resolvi mudar... Deixa eu me desculpar com você, deixa eu te levar ao pré? - disse meu pai com uma voz que me emocionou, estava tão feliz por ouvir aquilo tudo meu dia não podia ficar melhor depois daquilo.



- Tudo bem papai, te espero na entrada da garagem. - disse quase chorando enquanto eu saia pela porta, queria voltar e dar o abraço mais apertado do mundo nele, mas não fiz.



Já era seis e dez quando entrei no carro, não sei o motivo pelo qual queria chegar tão cedo, só o fato de estar lá já me deixaria ainda mais feliz para esperar por Renato. O pré não ficava longe da minha casa eram 20 minutos de carro, porém como na maioria das vezes eu ia de ônibus, que demorava para passa, fora que as vezes ele passava e nem parava, e também tinha a questão do ônibus parar em quase todos os pontos até lá, pois algumas pessoas queriam descer e outras desejavam subir.



O transito estava tranquilo, fui no banco do carona, estava dando breves cochilos durante todo o trajeto, me perguntava como consegui acordar tão cedo depois de dormi tão tarde. Meu pai não falou nada durante o caminho, apenas ficava falando para eu descansar e foi o que eu fiz. Quando chegamos perto do pré vestibular, pude ver o carro de Lara lá na frente parecia que Reeh já havia entrado, mas porque será que eles foram tão cedo? Eu estava achando que eu já ia descobri quando senti meu pai aumentar a velocidade.



- Pai para! O pré logo ali em frente - disse desesperado.



Meu pai não respondeu apenas continuou a acelerar enquanto eu observava sem poder fazer nada, me senti um idiota por ter sido enganado pelo meu próprio pai, as vezes esquecia que ele era psicólogo e sabia falar o que eu queria ouvir. Estava quase chorando quando ele resolveu abrir a boca.

Notas de um amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora