Capítulo 1

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Aquele dia começou como qualquer outro. Minha mãe, Ana, estava me esperando com o café pronto, meu pai sentado na mesma poltrona de sempre, lendo o jornal, e ali estava eu, Analice, a mesma adolescente de 16 anos de sempre, pronta para ir a mesma escola chata de sempre, com aquele mesmo professor chato de biologia de sempre que insiste em dizer que eu tenho que me esforçar mais. A escola só não e mais chata pois minha melhor amiga, Savanah, estuda na mesma classe que eu.

Mas tudo começou quando eu estava na escola. De repente minha gengiva começou a sangrar muito mas eu não dei muita bola. Savanah falou que era melhor eu ir ao médico ou ao dentista só para ter certeza que estava tudo bem. Eu falei que ia ir, mesmo sabendo que não iria.

Nesse mesmo dia quando eu cheguei em casa, estava com uma dor de cabeça insuportável, e comecei a vomitar. Minha mãe me levou ao médico e ele falou que deveria ser só um resfriado e receitou alguns remédios. Quando eu comecei a tomar os remédios as dores de fato passaram, mas depois de umas duas semanas começou tudo de novo, mas dessa vez foi muito pior.

Eu estava tomando banho eu vi que meu nariz e minha gengiva começaram a sangrar demais e uma dor de cabeça violenta começou. Eu saí do banho tonta, chamando pela minha mãe que me levou a outro médico. Eu cheguei lá sem saber o que estava acontecendo. Quando eu acordei a havia escurecido, isso significava que eu havia ficado mais de três horas dormindo. Eu ouvi, assim que acordei, minha mãe conversando com o médico.

- você tem certeza?

- desculpe Dona Anna, mas não há mais nada que a gente possa fazer. Ela tem no máximo dois anos de vida. A leucemia se espalhou rápido demais, e foi diagnosticada tarde demais também.

Minha mãe chorava muito e soluçava e meu pai ao seu lado chorava muito também.

Eu não conseguia acreditar. Leucemia? Eu sempre fui muito ativa, quase nunca adoecia, e agora estava com uma doença que me mataria em menos de dois anos.

Mamãe entrou no quarto e me abraçou. Eu comecei a chorar também e lhe contei que havia escutado o que ou medico falou. Eu disse a ela que ia ficar tudo bem, mesmo sabendo que não ia.

Aquela cena, de minha mãe me abraçando, falando que me amava e que não importa o que acontecesse ficaria ao meu lado, jamais ira sair de minha mente. Nesse mesmo dia eu passei por uma series de exames para eles confirmarem a doença. Foi um choque muito grande para todos.

Eu fiz o máximo que pude para não mostrar a ninguém que estava mal, eu tentei não deixar transparecer o quanto estava assustada e com medo de tudo isso.

Eu ainda estava no hospital e me sentia muito fraca, com um mal estar horrível e estava vomitando a cada cinco minutos. Mamãe não conseguia me olhar sem chorar e eu não conseguia segurar o choro ao ver o desespero dela e comecei a me perguntar, porque comigo? Porque minha mãe e meu pai precisavam passar por isso? Eles já haviam perdido um filho e agora eu iria morrer. Eu não queria aceitar.

O dr. Fernando ficou ao meu ado o tempo todo e me informou que eu poderia voltar para casa na manhã seguinte mas em duas semanas voltaria para começar a quimioterapia.

Foi a pior noite da minha vida. Eu dormi muito pouco pois quando conseguia dormir, acordava vomitando ou sangrando. Minha mãe também não dormiu nada, apenas cochilou por umas 2 horas.

Finalmente amanheceu e poderia voltar para casa. O dr. Fernando deixou tudo muito bem explicado. Qualquer mal-estar que eu sentisse deveria voltar imediatamente ao hospital.

Chegando em casa a primeira coisa que fiz foi dar notícias a Savanah, que ainda não sabia o que eu tinha.

-Analice, como você está? Você melhorou? O que você tem?

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