Bom, aqui estou eu mais uma vez, em um término de namoro. Estamos numa praça, onde só tem gente brega e cafona. O Patrick inventou de fazer um "piquenique do amor". Que tipo de ser humano faz isso?
- Olha o aviãozinho - ele fala, pegando uma bolacha com doce e levando em direção à minha boca.
- Patrick, presta atenção, preciso falar uma coisa muito séria com você. - digo, depois de mastigar a bolacha com doce.
- Pode falar Té, estou à sua disposição. - ele vem perto de mim, e me dá um selinho.
- Olha, é que eu andei pensando direitinho, e acho que não dá mais pra nós continuarmos. - nesse momento ele deixa cair o copo, de suco que segurava, melando toda a toalha xadrez.
- O que você disse? - ele olha fixamente nos meus olhos.
- Isso que você ouviu. Eu não quero mais nada! - repito, porém com um pouco mais de ignorância.
- Eu acho que você não está se sentindo bem, quer pensar melhor... - odeio isso.
- Não! Eu não quero pensar não! - digo, mas logo repreendo-me por estar elevando meu tom de voz.
- Você não pode fazer isso comigo Ester, eu te amo e sei que você também me ama. - diz Patrick, meu "atual namorado", implorando-me para que eu não termine nosso "relacionamento".
- É ai que você se engana. Eu nunca te amei, apenas queria curtir com você. - digo, tentando acabar logo com essa ladainha de fim de relacionamento.
- Não! Eu não acredito! Depois de tudo que nós passamos você acaba assim como se não tivesse acontecido nada. - ao terminar de falar, os olhos dele já estão cheios de lágrimas. Tenho um leve pressentimento de que ele vai chorar.
- É isso mesmo cara, não dá! Você é o maior pé no saco. Odeio caras do tipo você, que ficam ligando à todo instante, dando boa noite, que querem ficar conversando até de madrugada.
Eu estava certa, ele começa a chorar. Ele começa choramingando baixinho, mas depois ele faz um barulho estranho. Uma mistura de porta velha se abrindo com avião.
- Por favor, não faça isso! Você quer que eu me ajoelhe? - ele fala e antes que eu responda, já vai se ajoelhando. - O que você quer que eu faça? Beije seus pés?
- NÃÃÃO - Digo, assim que vejo que ele está abaixando a cabeça em direção aos meus pés. - Vai parando por aí. Cara, se toca você está se passando por ridículo. As pessoas estão te olhando e rindo, então por favor levanta. - ele levanta e fica cara a cara comigo - Eu não te quero e pronto.
- Té - O ódio me sobe à cabeça toda vez que ele me chama assim. - Por favor, lembre dos nossos momentos de felicidade, de amor...
- Não teve momento nenhum de amor, de felicidade, de NADA. Eu só queria ficar com você e depois te largar. Se toca, eu nunca quis nada sério com você, e outra eu odeio quando você me chama de "Té", na verdade eu odeio quando você abre a boca pra falar qualquer coisa.
Ele não para de chorar. Odeio quando eles fazem isso. Só demoram mais meu tempo.
- É isso você quer ? - diz ele, enxugando as lágrimas.
- Faz muito tempo que estou te dizendo isso. - digo e reviro os olhos. - Mas você é tão pentelho que ainda não se tocou.
- Então tá bom, nunca mais irei te procurar, nunca mais vou te incomodar. Mas saiba, que você foi, que você é e que sempre será o amor da minha vida, a mulher com quem eu sonhava me casar. A mulher com quem eu pretendia ter filhos. Nunca mais eu vou querer olhar pra nenhuma outra mulher. E todas as noites, lembrarei de você, sem que se passe um dia da minha vida.
- Tá, boa sorte. - digo.
E ele vai embora, sem nem ligar para as coisas - toalha, cesta... - do piquenique. Sai cabisbaixo e se mistura na multidão.
Isso! Mais um coração partido com sucesso. Bom porque eu estaria comemorando por mais um relacionamento acabado ?
Simplesmente porque sou uma estrela. Isso mesmo, uma estrela dai você entende a conexão do nome (Ester - Estrela), bom sou uma estrela de verdade, mas não sou como todos acham que sou. Atualmente eu tenho pernas, olhos, carne... Tudo que qualquer outro ser humano tem. Bom, fui criada, desde pequena, para acabar com o amor e para partir corações. Deixando pessoas em depressão. Odeio esse negocio de "Amorzinho", "benzinho", "florzinha" qualquer coisinha desse tipinho.
Já acabei com diversos corações, muitas vezes com famílias, disfarçando-me de secretaria para atrair o patrão e acabar com uma família. Como consigo? Muito fácil, os homens são todos iguais, estão sempre esperando apenas por um rabo de saia. E é ai que eu entro. Sempre me fazendo de inocente e depois dando a maior rasteira neles.
Se eu gosto da minha vida? E o que eu posso fazer? Fui criada por Jadir - um deus - pra isso. E se eu tenho coração? Tenho, mas nunca me apaixonei de verdade, nunca consigo, pois os homens são todos fáceis e caem comendo na minha mão.
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Estrela Negra
Teen FictionUma estrela do mal é enviada à Terra com o intuito de acabar com o pouco de amor que nos resta, aqui ela vira uma encantadora e apaixonante garota, chamada Ester. Como manda sua missão, ela consegue destruir vários corações, fazendo-os desacreditar...