[19] Insuficiente

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"Ela adoraria."

Eu me virei lentamente, olhando para minha mãe. 

"Inclusive, aqui está seu número! Desculpa, ela pode parecer um pouco tímida na frente dos outros, mas você me parece um menino legal."

Eu assisti com horror minha mãe dando meu número para o cara que tinha acabado de me violentar dias atrás.

"Obrigada senhora Lovato. Izzy, eu posso te ligar?" Minha mãe me cutucou e eu balancei a cabeça negativamente.

"É melhor não. Porque eu com certeza não vou atender." Eu vi um brilho de aço nos olhos de Sean enquanto minha mãe me puxou para longe e sabia que eu iria pagar por aquilo.

Uma vez que estávamos longe da multidão de paparazzi, minha mãe se virou para mim.

"Mas que porra foi essa?"

Eu dei de ombros, "eu não quero sair com ele."

Seus olhos estavam em brasa. "Isabella, em toda a sua vida eu tenho te ensinado a ser legal com as pessoas-"

"Sério?! Como? Por meio de babás quando você e papai estavam longe? Mãe, admita, você nunca esteve lá. Então pelo amor de nós duas, não comece a agir como uma mãe quando nós duas sabemos que você nunca quis ser."

Sua boca se abriu, prestes a gritar comigo ou provavelmente me colocar de castigo, mas no mesmo momento meu pai apareceu no carro, olhando para nós curiosamente.

"O que eu perdi?"

Minha mãe calou a boca e voltou para sua fachada fria. "Nada. Nada demais."

A viagem de volta era silenciosa, minha mãe continuou a me olhar pelo banco da frente mas eu me recusava a ceder. Finalmente, falei um pouco do que estava entalado em minha garganta desde a primeira vez que ela me deixou por causa do trabalho na segunda série e isso era um alívio. Pelo menos, nós chegamos em casa, e eu subi direto para o meu quarto. Sem me admirar, ouvi uma batida na minha porta alguns segundos depois.

"Izzy? Pode abrir a porta para mim?" Era meu pai. Não pensando por tempo o suficiente para descobrir que era uma armadilha, eu abri.

"Que foi?"

Ele suspirou, "Posso entrar?" eu abri mais a porta e ele entrou, sentando-se na minha cama.

"O que foi que você disse para sua mãe?"

Eu cruzei os braços, "Por que você precisa saber?"

Meu pai sorriu, "Porque ela está sentada na nossa cama e esteve chorando desde o momento que chegamos e você se fechou aqui então acho que alguma coisa desmoronou."

"Eu não ligo se ela está chorando. Eu a falei a verdade, que ela não deveria começar a agir como uma mãe se ambas sabemos que ela não queria ser uma."

Meu pai franziu a testa, "Isso não é verdad-"

"Mas é pai, é verdade. Eu a ouvi reclamando para Marissa sobre como eu atrapalhei sua carreira. De como ela desejava que a noite de bebedeira em Paris não tivesse acontecido. Você escutou isso também. É, eu sei que ela não tem esses sentimentos agora, mas a ideia de saber que ela já sentiu isso me dói, pai. Eu vejo o olhar em seus olhos quando ela está com raiva de mim por causa de algo, é um olhar que uma mãe nunca daria à própria filha. Você sabe que eu estou certa e sabe que a única razão pela qual vocês não se divorciaram a um bom tempo atrás é por causa da estúpida imagem dela diante do público. Bem, quer saber? Eu estou cansada de colocarmos band-aids por cima de todos os nossos problemas. Estou cansada de encobrir tudo com um assessor de imprensa. Por que não podemos ser uma família de verdade que pode lidar com seus problemas?!"

Ele ficou em silêncio enquanto eu terminava meu desabafo, "Isabella Lovato-Valderramma. Sua mãe te ama. Eu sei que em sua mente às vezes isso não parece ser verdade e que às vezes ela é pega no mundo, mas ela te ama. Eu não estou justificando suas ações, mas ela te ama sim. E quer saber? Ela me ama também, e eu a amo. Essa é a razão pela qual ainda estamos juntos. Por trás de toda a dor e raiva e decepção, eu a amo e ela me ama."

Minha resposta foi curta.

"Às vezes o amor é insuficiente."


Don't Tell Mom - Demi Lovato (Tradução Português/BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora