Don't Tell Mom - Demi Lovato (Tradução Português/BR)

[24] Minha culpa

Demi's POV

"Como assim você vai sair Wilmer? Ela precisa de nós!" eu sibilei, tentando manter minha voz baixa para que Izzy não nos escutasse de seu quarto.

"Eu... eu não posso Demi... Eu preciso sair um pouco." Wilmer olhou pra os lados timidamente.

"Mas que porra Wilmer, você não pode simplesmente nos deixar! Izzy precisa que você esteja aqui por ela!"

Ele revira os olhos. "Ela tem você, Demi! Eu só... preciso de tempo, eu não posso estar aqui agora!"

Suas palavras foram como um tapa na cara. "E a quem eu tenho? Ninguém? Wilmer eu preciso de você. Por favor, fique."

Eu agarrei seu braço, mas ele balançou a cabeça e se afastou.

"Eu só... Eu não posso, Demi."

"Wilmer, não faça o que eu sei que você vai fazer. Eu não posso te forçar a ficar, mas lembre-se da sua família."

Ele abaixou a cabeça, mas ainda sim saiu pela porta.

~*Izzy's POV*~

Eu não podia evitar as lágrimas rolando em meu rosto enquanto escutava meus pais brigando de novo.

É tudo sua culpa, sabe.

Ah não. De novo não.

É, pois é. Ainda estamos aqui. E sempre estaremos. Mamãe não pode te salvar para sempre. Você acha que ela liga para seus probleminhas? HA. Ela está apenas tentando certificar-se de que você não vai ter uma depressão que vai arruinar mais o nome da família do que você já arruinou. Você é uma desgraça. Você sabe o que fazer.

Como se eu estivesse em transe, roboticamente andei ao banheiro que era conectado ao meu quarto e tranquei a porta. Minhas mãos automaticamente acharam a lâmina que estava escondida embaixo da pia e eu sentei no vaso sanitário. O segundo se esticou enquanto eu examinava meu braço, as cicatrizes que desapareciam e as que não desapareciam, era quase lindo. O tempo se arrastou - pelo menos em meu mundo -, quando eu levantei o metal de prata e lentamente o arrastrei pelo meu pulso. Uma, duas vezes, eu continuei fazendo até que a dor retrocedeu e o torpor tomou conta. Me sustentando contra a parede, eu suspirei em alívio. As vozes finalmente se aquietaram.

"Izzy?" eu pulei, quase deixando cair a lâmina que provavelmente faria um barulho que minha mãe reconheceria.

"Hm... Sim?" eu praguejei quando minha voz falhou e eu me apressei em lavar meu braço.

"Você está bem aí meu amor?" apertei a alça do vaso sanitário e eu levantei um pé no ar.

"Sim!" minha voz subiu uma oitava enquanto eu jogava a lâmina no vaso e a via descer pela descarga.

Puxei a manga do meu suéter para baixo e respirei fundo, olhando meu reflexo no espelho.

Dá um jeito nessa sua vida, Izzy.

"Iz-Ah, oi." minha mãe se interrompeu quando abri a porta. "Você está bem, querida?"

Eu assenti e passei por ela para sentar na cama, "Estou bem, só cansada."

Minha mãe sorriu simpática, "Bem, tire um descanso, você teve um dia cheio. Eu te amo."

"Também te amo, mãe."

Eu sorri, mas ele rapidamente se desfez quando ela desligou a luz e saiu do quarto.

~*Demi's POV*~

Eu bocejei pela centésima vez enquanto ficava acordada esperando Wilmer chegar em casa. Finalmente, luzes foram refletidas pela janela quando seu motorista chegou. Assisti a Wilmer saindo do carro e chegar à porta. Demorou a ele algumas tentativas para destrancá-la, mas finalmente digitou a senha correta. Eu continuei sentada no sofá enquanto ele entrava na sala.

"Boa tarde." Ele estava pior e isso quase me fez sentir melhor.

Quase.

"Espero que saiba que você vai dormir aqui essa noite." Wilmer sorriu pateta, e eu não pude evitar em sorrir de volta. Tinha ficado bem mais tolerante em relação ao álcool. Eu poderia até mesmo tomar uma taça de vinho aqui e ali em um jantar chique. Mas ficar bêbada? Não desde os 19.

"Você vai dormir comigo?" eu balancei a cabeça.

"Esse é o motivo de você dormir aqui embaixo; para nós não irmos dormir juntos e você acorde que fez algo errado mesmo que não se lembre da noite anterior."

Ele franziu a testa, parece uma criança diante de um problema de matemática complicado.

"E se nos não dormirmos juntos? Eu fico no chão e você pode ficar no sofá."

Eu suspirei, e balancei a cabeça.

"Você sabe que eu não posso fazer isso."

Com um resmungo Wilmer se sentou ao meu lado, até que lentamente foi se inclinando mais e mais até que sua cabeça estava deitada no meu colo e ele deixou escapar um ronco. Minhas unhas passeavam pelos seus cabelos enquanto eu olhava para o homem acabado por quem me apaixonei.

"Mas que porra nós vamos fazer?"