09 - Ajuda inesperada

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Odiava o fato de não poder contar a ninguém sobre meu passado. Esse segredo era tão cruel, que me sugava cada vez que eu lembrava e inevitavelmente, era toda hora. Eu precisava fazer algo. Precisava me aliar a alguém que o odiasse tanto quanto eu. E ninguém, jamais, poderia saber. Nem os meninos sabiam disso. Meu passado era um assunto tenso e nunca declarado abertamente. Já me meti em merda suficiente. Porque logo com você, Killian Jones?

Meu celular vibrou na calça e tirei-o rapidamente. Uma mensagem de minha aliada.

Pode vir à minha casa? Precisamos conversar Capitão. Te aguardo, Regina.

Posso. Chego ai em menos de 10 minutos. Até, KJ.

Precisava sair da casa da Emma o mais rápido possível, então assim que ela foi para a cozinha, peguei todas as minhas coisas e fui em direção ao quarto de hóspedes. Havia um bloco e uma caneta bem na mesa de canto, comecei a rabiscar umas desculpas, mas no fim deixei uma informação breve e nada acolhedora. Não poderia arriscar dúvidas de ninguém e principalmente de Emma. Se nem meus melhores amigos sabiam,porque ela, que mal me conhecia deveria?

Quem, em pleno juízo, começa a contar da sua vida depois de cinco minutos de conversa? Eu com certeza não estava no meu 100%.

Sai da casa da Emma o mais rápido e discreto possível em direção a casa da prefeita. Henry abriu a porta antes de eu tocar a campainha. Ele me deu um abraço rápido e saiu correndo.

– Atrasado para a escola. - disse Regina enquanto nos cumprimentávamos. Ela sentou-se no sofá e fiz o mesmo. - Quer tomar café? - perguntou, apontando para a mesa. Como estava morrendo de fome, aceito.

– Espero que não fique bravo, mas Robin pode ouvir a conversa? - pergunta e seu namorado surge com um bolo nas mãos. - Ele não vai falar para ninguém e pode nos ajudar, inclusive.

– Claro que pode! - cumprimento Robin com um aperto de mão. Ele se senta ao lado de Regina e corta um pedaço do bolo para ele.

– Mas me diga, novidades? - começa Regina.

– Nenhuma. - digo, desanimado. - Queria tanto ter o Bae comigo. - aperto as mãos e respiro fundo. Sinto meus olhos fraquejarem, mas não me importo. Apesar de tudo o que falam, sei que estou entre amigos e eles não irão me julgar. - Aquele MERDA do Rumpelstiltskin não deveria ter roubado o MEU filho de mim! - cerro os punhos e depois tento relaxá-los, em vão.

– Calma Killian. - tranquiliza Robin, apertando minha mão de modo firme.

– Calma? - pergunto. - Você quer que eu tenha calma? - berro. - Queria ver se fosse o seu filho que teria sido roubado e você não conseguisse fazer nada para recuperá-lo. - bato a mão na mesa ao meu lado. Ai! Porque logo a mão boa, Killian? Bater com a prótese ou com o gancho que é bom... Nada. Vez de Regina segurar minha mão, muito mais por medo de eu quebrar alguma coisa que para me tranquilizar. Tenho certeza.

– Ele vai ficar com você, eu tenho certeza. - diz ela, sorrindo. Se não fosse um momento dramático, seria cômico. Imaginem o que as pessoas diriam se ouvissem de um capitão que a prefeita que julgam ser uma bruxa má, na verdade é uma nobre e indefesa mulher com sentimentos? Hilariante.

– Se você diz... - falo muito mais para mim do que para qualquer outra pessoa.

– Eu só preciso que você me conte como tudo isso aconteceu para que nós possamos lhe ajudar. - ela diz e olha para Robin, que deposita um leve beijo em sua bochecha.

– Tudo bem. - digo.

Então começo a falar.

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