Em honra a minha promessa,
a minha família,
e a todas as pessoas
que acreditaram nisso
antes mesmo de acontecer.
______Ela era bela, disso eu me lembro, tinha curvas perfeitas e seus olhos eram hipnotizantes, não mais que os meus, claro. Eu a seduzi facilmente como sempre faço. Jovens, completamente loucas e alienadas por alguns músculos, tolas. Lembro-me também do cheiro da sua pele, usava um perfume amadeirado, inspirei-o com a intenção de recordar daquele momento. Mas, isso logo desapareceu e foi substituído por seus gritos agonizantes de dor e desespero, ela implorava, mas, eu já não tinha controle sobre mim. A encarei a tempo de ver nos seus olhos um último relance de luz. Eu sempre faço isso, atrair e matar, é instinto e isso me consome e me domina. Você pode pensar 'Quantas almas perdidas', ' São belas garotas'. Eu concordo! São belas, porém fúteis, inúteis e o mundo esta infestado delas. A minha única preocupação depois de ter o meu trabalho concluído é onde colocar a merda do corpo, só isso. Pra família eu deixo uma lembrança, uma única, um anel, um colar ou qualquer outra coisa que seja tão inútil como a garota. Não leitor, eu não sou um deus para julgar quem é inútil e quem não é, mas, eu sou um assassino e é disso que você tem que se lembrar. Eu sou Alan Colbe um assassino em série, mas, as menininhas costumam ter apelidos melhores pra mim.
O Sedutor
Já conseguia- se ver o nascer do sol no horizonte, de certa maneira minha casa tem uma vista privilegiada á esses acontecimentos, o que é bom, aliás, perfeito, pois é uma das únicas coisas que me faz acalmar. Até o leão mais feroz tem o seu ponto fraco.
Fiquei ali por uns vinte minutos observando o esplendor da natureza, antes de tornar o meu banho matinal e em seguida limpar a minha bagunça.
O sangue havia se espalhado e parte dele se coagulava no meu lençol branco, fechei levemente os olhos da garota, qual era mesmo seu nome? Patrícia? Carolina? Sei lá, eu nunca me lembro do nome dessas "putinhas", mas, seja quem for, se a filisbina não tivesse a mente tão inútil o corpo seria aproveitável.
Desci as escadas com o corpo sobre os ombros, o corpo era leve, abri a porta da sala e joguei-o no porta malas do carro, Journey, novíssimo, segui pelas pequenas ruas da minha humilde propriedade, herdeiro único das ações Colbe. Meus pais morreram em um trágico acidente de avião há dois anos, me deixando uma mansão e uma grande fortuna e isso me deu o direito de ter o meu cemitério particular.
Já que eu mato, me dou ao luxo de fazer o trabalho sujo, se isso pode ser considerado luxo perto das gentilezas deixadas pelos meus pais. Eu não sou um filho sem coração, muito pelo contrário sou um filho muito agradecido, e quem não seria? Meus pais foram perfeitos enquanto vivos e tenho que dizer o mesmo sobre a morte, eu não herdei somente as propriedades como também herdei o trabalho, sim, eles também não gostavam de garotas inúteis, e o meu papel nisso era apenas seduzi-las minha mãe e meu pai se encarregavam de matar e cuidar do corpo, mas agora como você mesmo viu, faço o trabalho sozinho. E de certa forma eu sinto orgulho disso, não só orgulho, mas, também prazer, o sangue e a morte me atraem como as flores atraem as abelhas.
Retornei ao carro, arrumei o meu cabelo no retrovisor, um topete certinho demais para a minha personalidade, mas, o penteado perfeito para chamar a atenção.
Sai dirigindo da propriedade Colbe onde, Rosa a empregada acabara de chegar, ela era baixa e velha, mas sempre demonstrava- se feliz, ela nunca desconfiara de nada até porque ela só trabalhava dentro de casa e vinha apenas uma vez na semana. Os lençóis? Iam pra cova com a garota. Fiz um leve aceno de cabeça a Rosa antes de virar a direita e seguir pela imensidão das ruas, já passava um pouquinho das nove da manhã, mas, eu ainda tinha muito a fazer.