Aquelas mãos choram pela tristeza de nelas não caberem mais amor algum. De estarem vagas, e o vazio preencher todo o espaço. Choram de angústia, por não conseguirem traçar nenhum caminho. São mãos indecisas, que nunca foram amparadas.
Essas mãos pequenas querem agarrar o mundo. Mãos que já ficaram reclusas por muito tempo, e que desejam pegar o sol para si. São mãos que vivem a devanear. Mãos em vão cativeiro, contidas por si só e por tormentos do passado.
Tão cheias de sonhos distantes, que estão se fazendo cada vez mais presentes, são mãos no vácuo, que querem mais do que a própria queda. Mãos que querem mais que o Universo. Essas mãos desejam expandir galáxias e novos planetas.
São essas mãos que sabem acolher e retrair tristezas. Mãos soltas, que não sabem falar.
São mãos modestas e singelas. Mãos que descansam no leito da quietude em pleno barulho.
Mãos tristes, que moram no fundo de um coração. Tais mãos vazias, ocupam todo aquele espaço com pensamentos fúteis. Mãos fáceis e deprimidas, que não sabem sorrir.
Mãos discretas, sutis e sinceras. Passam seu tormento àquelas outras mãos. Quanta coragem daquelas palmas. Mas sim, elas estiveram dispostas a tudo isso. Talvez as mãos tristes, já saibam agora segurar amor.