XXVI

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Delicadamente ele colocou as mãos na minha nuca e começou me beijando calmamente. Logo nosso beijo se tornou em algo mais intenso e suas mãos percorriam meu corpo. Havia uma espécie de Flora que eu não conhecia, que queria algo a mais que aquilo. Ele então tirou minha camisola e fiquei apenas com minhas peças íntimas. Entre nossos beijos fui retirando sua camisa. Deitei na cama e ele ficou sobre mim, beijando e sugando meu pescoço. Eu suspirava e estava arrepiada. Ele então tirou a calça e em seguida sua peça íntima. Depois retirou a minha.

Foi minha primeira vez, ele foi carinhoso comigo. Não pude negar que senti um desconforto no início. Mas não foi culpa dele, ele foi calmo e me perguntava várias vezes se eu sentia dor. Foi perfeito.

Acordei deitada em seu peito, Pedro ainda estava dormindo e estava me abraçando. Me levantei com cuidado, afastando suas mãos. Os primeiros indícios de raios solares já invadiam a janela de meu quarto. Me certifiquei de que a porta estava trancada.

Como estava nua, vesti um vestido. Eu estava visivelmente corada. Ter relações sexuais sem haver casamento era o cúmulo. Meus pais me deserdariam.

Logo vi Pedro abrindo os olhos, lançou um sorriso. Sua face era de sono, estava tão fofo.

Retribuí o sorriso, constrangida pela noite passada.

Ele então ligou seu celular e observou por algum tempo.

— Droga! Já são 5:30, tenho que correr e chegar lá no consultório às 6:00. Tenho plantão hoje. — Disse chateado. — Posso tomar um banho?

Assenti e ele foi ao banheiro. Ele não demorou muito, se trocou no banheiro mesmo.

Em seguida me beijou.

— Ontem vim para cá direto do hospital. Precisava te ter. — Falou entre beijos. — Nossa noite foi tão boa. Obrigado.

— Digo o mesmo. — Sorri.

E lá saiu pela porta meu erro.

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— Quer dizer que o senhor Pedro Souza passou a noite aqui? — Disse Luisa tomando um gole de café.

Corei e sorri constrangida.

— Ouvi seus gemidos durante a noite. Fiquei preocupada, mas logo ouvi você falando: Pedro. — Começou a gargalhar.

Fiquei ainda mais constrangida. Ela notou. Então seu olhar se transformou em um olhar triste.

— Eu. Estou. Grávida. — Falou por fim, sem demonstrar reação nenhuma.

— De Felipe? — Perguntei e ela concordou silenciosamente com a cabeça. — Como descobriu que estava grávida?

— Enjôos e minha menstruação estava atrasada. Fui na farmácia e comprei o exame. — Falou.

Falar sobre gravidez, métodos para prevenir, relações sexuais; eram uma coisa que eu praticamente desconhecia. Era um assunto que as pessoas do meu século evitavam até o último momento. A gente só deveria descobrir após o casamento. Mas neste século parecia tão comum falar sobre tais assuntos.

Eu a abracei e ela começou a chorar sobre meu ombro.

— Fique tranquila. — Tentei acalmá-la. — Você já falou com Felipe?

— Não. Eu não quero falar com eles. Eu pensei até em abortar, mas o bebê não tem culpa. — Disse com a voz pesada por lágrimas.

Concordei. Lembrei que há alguns dias vimos uma matéria sobre aborto na televisão, era algo proibido no Brasil, a não ser em algumas exceções.

— Fale com ele. Ele pode ser um homem que a tenha desonrado, mas ele é o pai. — Falei secando suas lágrimas.

Ela deu um breve sorriso triste.

— Irei à casa dele hoje e falarei. — Disse decidida. — Eu levei muito a fundo nossa história, a gente estava ficando, nem chegava a ser um namoro. Eu sou uma idiota.

— Não, você não é. Encerrar tudo que podia haver com vocês dois por conta de uma traição foi o correto. — Sorri para acalmá-la.

— Você tem razão. Estou com cerca de dois meses. — Acariciou a barriga quase inexistente. — No começo me desesperei, não queria contar à ninguém. Faz uns 15 dias que descobri. Estou começando a aceitar.

— Um bebê fora de um casamento é algo totalmente errado. Pelo menos, no meu século. Mas estou feliz, uma criança é algo bom. Você é forte, vai conseguir cuidar dessa criança. — Fiz carinho em sua barriga.

Então começamos a rir. Conversar fez bem para ela. Luisa era mesmo uma moça de ouro.

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