XXVII

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— Você consegue! — Disse mil vezes para mim de frente ao espelho do banheiro. — Logo você voltará para seu lar.

Era uma sexta-feira, fazia seis dias que havia visto Pedro pela última vez. Por mais que eu não quisesse me importar pelo fato de ele não aparecer, eu me importava. Mas entendia que ele estava trabalhando muito.

Era dia 23 de dezembro, o Natal estava próximo. Luisa pretendia fazer uma ceia para que não passasse em branco, por isso eu e ela estávamos pesquisando em livro de receitas tradicionais.

Saí do banheiro e me sentei ao seu lado enquanto ela olhava com água na boca as fotografias das receitas. Era tão bom vê-la animada.

— O que acha desta? — Disse Luisa apontando para uma receita de "Lombo recheado". — Parece uma delícia...

— Realmente parece ser uma delícia! — Concordei.

— Estava pensando em fazer esta de arroz. — Disse apontando. — Arroz especial de Natal.

Assenti, parecia ser uma boa receita.

— E de sobremesa... Tantarammm... — Brincou. — Rabanada!

Dona Ana costumava fazer rabanada no Natal.

Sorri para ela e assenti. Eu amava rabanada!

— Amo doces! — Falei com um sorriso.

— Percebi mesmo. — Brincou.

Com a gravidez, Luisa sentia muitos enjôos. Mostrei a ela uma simpatia que tia Madalena usou quando estava grávida de Bruno. Mas há cerca de uma semana, os enjôos pararam.

Ela havia falado com Felipe, no dia ele relutou, ficou inconformado. Mas logo se arrependeu e foi atrás dela.
Ela ficou feliz, pois ele estava demonstrando se importar com o bebê. Mas eles não voltaram a ficar, agora era uma relação de amizade, por conta do bebê que estava por vir.

— Estou animada para ir semana que vem ao consultório. — Disse sorrindo e acariciando a barriga praticamente inexistente. — Cuidar da saúde do meu baby.

— A mamãe mais linda do século XXI. — Falei.

Luisa me explicou como acompanhava o desenvolvimento de um bebê nesse século. Era possível visualizá-los através da barriga. Fiquei estática ao saber.

  Fui à cozinha e tomei água.

Luisa dizia que estava grávida de apenas 9 semanas mas que seu espírito já era de uma mamãe. Eu estava feliz por ela. Luisa seria uma ótima mamãe.

Minha vida acabava sendo entediante. Luisa trabalhava, por isso ficava pouco tempo comigo. Ela havia desmaiado há três dias, por conta disso ficaria 1 semana sem ir ao emprego.

Quando Luisa desmaiou, estava trabalhando. Ela ficou um bom tempo sem comer. Mas segundo a médica, estava tudo ótimo com o bebê. Na próxima semana ela iria realmente realizar um exame chamado "Pré-Natal", nesse exame iriam cuidar da saúde do bebê e da mamãe. A médica disse que iria receitar vitaminas para a saúde dos dois. Mas que era para Luisa se alimentar regularmente antes mesmo da consulta, para não sofrer mais desmaios.

Luisa no momento, estava saboreando um doce de leite que eu havia feito. Dona Ana me ensinou a fazer um ótimo doce. Que saudade dela!

— Felipe está mega preocupado por conta do desmaio. Disse que é para eu me cuidar. — Disse lambendo uma colher com o doce. — Não para de me ligar. Achei que ele não iria querer assumir quando eu dissesse. Mas ele me surpreendeu. — Sorriu.

— E seus pais? — Perguntei indo pegar uma colher para comer o doce.

— Estão chateados, mas já sou uma mulher independente, né?! — Falou.

Assenti. Luisa tinha apenas 21 anos, mas já demonstrava maturidade.

— Quando o bebê nascer quero ver se passo em um vestibular. Sou louca por engenharia civil! — Falou sonhadora.

Luisa me explicou sobre vestibular e várias coisas desse século. Ela vivia falando que queria fazer faculdade. Eu achava estranho as mulheres terem a liberdade de estudarem.

Nada além do depoisOnde histórias criam vida. Descubra agora