Capítulo I

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Ela não era a mulher mais chamativa de todo o mundo, mas sem dúvida a mais interessante de todas elas. Não tinha uma beleza estonteante, não era alta, não tinha um corpo escultural, mas o mistério em seus olhos a tornava mais bela que qualquer outra mulher. Seus poderosos olhos negros como uma noite de inverno, transpareciam a grande mulher que a mesma era... Eu, com meus trinta e cinco anos, havia convivido com bastantes mulheres, porém, o "brilho" que essa mulher tem, eu nunca havia experimentado - ou até mesmo visto - igual. Elizabeth Huttinger era seu nome. O seu ar misterioso fazia com que qualquer um quisesse desvendar os seus segredos, conhecer a sua história e fazer parte de seu presente, porém, ela nunca permitia que alguém se aproximasse... Tentei por várias e várias vezes conhecê-la formalmente, porque é claro que como um bom detetive, eu já havia pesquisado sobre sua vida diversas e incansáveis vezes. Lembro-me bem da primeira vez que tentei aproximar-me dela... Era uma quinta-feira e ambos estávamos em um café no centro da cidade. Eu não costumava frequentar cafés, barzinhos, restaurantes... Mas a partir do momento em que descobri que ela frequentava, passei a sentir automaticamente, uma vontade de tomar café toda quinta-feira às dezoito horas, só que não para encontrá-la, é claro. Ou será que sim?

Fiz sinal para o garçom calmamente, e aguardei ele vir até mim. Mandei que o mesmo oferecesse em meu nome um cappuccino médio a ela, que acabara de chegar e sentar-se em sua mesa de sempre. Dezoito horas em ponto marcava o meu relógio de pulso. Pontual, não?!

O garçom então fez como pedi. Levou o cappuccino médio até a sua mesa. Ela nem mesmo olhou para ver o homem que lhe cortejava, apenas pediu para que o garçom se retirasse e afundou seus olhos em seu livro "O tempo entre costuras". O garçom então voltou para a minha mesa, e disse:

— Sinto muito, senhor. A senhora da mesa quatro pediu para que lhe devolvesse o cappuccino — ele disse, deixando então o cappuccino em cima da mesa, e voltando para o seu lugar.

"Mas não é possível!", pensei eu.

Paguei o que havia consumido e saí dali nervoso, aliás, com raiva, confesso. Era a primeira vez que uma mulher "negava" os meus encantos, mas como eu não desistiria, creio que não seria a última...

Ah, perdoe-me a indelicadeza... Não me apresentei. Chamo-me David Larson, tenho trinta e cinco anos muito bem vividos, nasci ao sul da Califórnia, e vim morar em Nova York aos vinte anos de idade para estudar. Hoje, trabalho em uma das maiores revistas do país, Wistly Magazine, como editor chefe. Não tenho filhos, nunca fui casado e não namoro - no momento, apresento-me como solteiro desde um relacionamento fracassado a muitos anos atrás, mas, não é uma história muito interessante de se contar, pelo menos não no momento.






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⏰ Última atualização: Dec 11, 2015 ⏰

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