Cap.1- Prazer, seu fim

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Cinco horas e vinte e três minutos.
Faltava quatro minutos para completar o meu serviço.
Olhei para o líquido alcoolico na taça em minha mão, o sol batia contra a bebida fazendo-lhe ficar cristalizada.
Bebi o resto do líquido e caminhei até a sacada do apartamento.
Daqui dava para ver todos os movimentos das pessoas e carros lá em baixo, Miami, apesar de linda, é muito movimentada, o que as vezes dificulta meu trabalho.

Começei o meu processo de sempre, coloquei um chiclete na boca, ajeitei meus fones no meu ouvido e me posicionei atrás de meu rifle com silenciador.
Fechei meu olho esquerdo e com o outro pude ver pela mira da arma o local exato onde o homem sempre parava.

17:26PM

Antes de tudo peguei sua ficha para rever o caso.

Roberto Emanuel Gonsales
Cubano. [FOTO]
32 anos

1 filha de 13anos
Separado da esposa
Veio para Miami á 10meses

Divida de 35mil em drogas á marfia americana
Assassino de prostitutas

Mais um típico caso de dividas não pagas a marfia.

17:27PM

O carro cinza para na mesma vaga de sempre próximo ao prédio da empresa Universal Magazine, ele tira seu cigarro do mesmo bolso esquerdo do palitó como todos os outros 24dias que fiquei lhe observando.
Após dar duas tragadas fica olhando para as garotas que passam por perto.

Jogo meu chiclete fora e aponto minha mira no cubano, posicionando perfeitamente acima de seu ouvido, respiro fundo.
Tudo está em silêncio, o único som presente é das batidas do meu rélogio de pulso.

Assim que ele acabou de tragar seu cigarro e jogar o resto pela janela do carro relaxo meus musculos, puxo o gatilho com cuidado para não errar a mira e...
"Pahh" Imito o som da arma com um sorriso triufante.
Seguro o cabo da arma forte por conta do impulso, o som sai abafado pelo silenciador e o cheiro de polvora entra por meu nariz.
Volto a olhar pela mira e está lá.
O cubano de 32 anos morto com um furo perfeitamente alinhado em sua fonte e o sangue escorrendo pelo seu rosto, e absolutamente ninguém viu ou ouviu nada.
Me levanto com a glória de mais um trabalho perfeitamente executado e vou para o banheiro tomar um banho para sair logo desse apartamento.

E quem eu sou?

Meu nome é Lauren Jauregui, para os meus clientes eu sou apenas Michelle.
Tenho 22 anos, sim, muito nova para esse tipo de trabalho.
E sou de Miami mesmo.

E o que eu faço?
Bem, eu sou simplesmente a melhor assassina particular da América.
Tanto policiais quanto os maiores chefes da marfia me contratam para fazer o que eles não conseguem.
Os policiais sempre me chamam quando tem algum bandido que eles não conseguem encontrar de maneira alguma e querem sua cabeça.
Os grandes chefes da marfia me chamam para acabar com a vida de devedores que está dando muito trabalho para eles. Como foi o caso de hoje.
Em troca me dão uma quantia bem generosa de dinheiro.

Não é um trabalho fácil, são poucos os que tem acesso aos meus serviços e sabem como entrar em contato comigo, apenas os de mais alto nível, mas em troca muitos querem minha cabeça em uma bandeja por conta da minha fama e meus assassinatos.

Pego o meu celular e digito o número anotado no papel.

-Alô?

-É a Michelle, o serviço está completo.

-Fim do cubano?

-Sim

-Ótimo, traga uma foto dele morto e venha para o mesmo lugar que nos encontramos da última vez para você receber sua recompensa.

-Okay. Bye.

Todas as minhas coisas já estavam ajeitadas para mim ir. Meus pertences na minha mochila e meu rifle em uma bolsa de violão para não chamar atenção, claro.

Peguei meu carro e dirigi até umas casas mais afastadas do centro da cidade, desci e andei por entre uns becos.
Se por acaso eu falasse para os policiais onde os maiores traficantes se encontravam era o meu fim literalmente.

O sol já não se encontrava mais no céu, os becos eram escuros e perigosos, senti que alguém estava me seguindo, olhei para trás mas não vi ninguém.
Peguei lentamente a minha pistola e continuei andando, olhei para frente e vi uma sombra atrás da parede.
Destravei minha arma e apontei para frente, a sombra vinha lentamente até mim.
Dei um impulso rápido para frente tentando surpreender a pessoa que estava me seguindo, mas de repente senti um corpo pular sobre mim, cai no chão fazendo minha arma pular longe.
Levantei minhas mãos em rendição, mas sorri ao reconhecer o corpo da morena sobre mim.

-Fica na tua ai sua vadia!

A arma apontada para meu rosto não me fez parar de rir da situação.

-okay okay, você me venceu.-Falei divertida.

Ela levantou e estendeu a mão para mim, limpei minha roupa enquanto ouvia a sua gargalhada.

-Droga Vero, você me sujou.

Verônica Iglesias é minha melhor amiga, sempre estivemos juntas em todas as situações.
Estudamos juntas na faculdade, fomos trabalhar na mesma delegacia, só nos separamos quando segui meu trabalho particular, mas mesmo assim estamos sempre nos encontrando.

-Não tem medo de morrer Iglesias?

-Por você? Óbvio que não. Mas me diz, o que faz por aqui?

-Vou receber o dinheiro de um trabalhinho que fiz. E você?

-Na verdade eu estava atrás de você, o delegado Kochima queria que você lhe ajudasse em algo.

-Kochima? Tipo, Walter Kochima?

-Sim, ele mesmo.

-Então aquele Japa finalmente resolveu deixar o orgulho de lado e me pedir ajuda.-Dei uma risada irônica.

-Pois é, mas é porque os grandes adivogados estão o enloquecendo de tantas denúncias da mesma pessoa. Vai lá para a delegacia amanhã de manhã, ele te explica direito.

-Okay.

-Então eu já vou, digamos que as pessoas daqui não gostam da presença de uma policial sabe rsrsrs.

-Tem razão, até mais Vero.

Nos abraçamos e ela foi embora.

Depois fui receber logo esse dinheiro e fui para casa, estava louca para saber para que Kochima finalmente precisava de mim.





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