Ainda na noite daquele domingo, eu havia me sentido tão emotiva depois da tarde que tive, que até agi como uma boa garota com todos, sem exceção.
Eu me sentia vulnerável e feliz.
Quando estava prestes a dormir, ouvi o sinal de mensagem recebida no celular de um número estranho. Eu a abri para ler e ela dizia:
Você me deve um doce, sua chata!
Dorme bem, um beijo. A.Ele decorou mesmo o meu número. E parece que não me odeia. Salvei o número de André no celular como O Idiota do André e respondi a mensagem.
Eu sempre pago as minhas dívidas, seu idiota.
Te vejo em breve. Beijo!!!Foi muito difícil conseguir dormir a partir daí. Ele estava mostrando ser um cara legal.
***
Acordei sorrindo e pus a música Cheerleader de Omi para tocar no notebook, enquanto arrumava meu quarto. Seguiu-se uma lista de músicas no mesmo estilo, que serviu como pilha para o meu corpo acender.
A quinta-feira da véspera de Natal estava bem próxima. Minha mãe havia me dado dinheiro suficiente para um mês, o qual eu não tinha gastado praticamente nada. Então resolvi guardar tudo para as compras. Minha maior dúvida era se eu daria algo para Marcos e para Samanta ou não. Talvez uma meia para cada um.
Na tarde daquele dia, quando eu estava tirando um cochilo, o celular tocou na mesinha. Deixei-o tocar. Na segunda chamada aquele som ensurdecedor já estava me incomodando, então me estiquei toda e peguei o aparelho. Era Hugo. Atendi com voz de sono.
- Alô?
- Oi, Helena! - Hugo falou com uma voz grave. - Tudo bem?
- Sim e você?
- Bem. Mas eu poderia estar ótimo se você aceitasse sair comigo hoje.
- Ah! - eu já deveria ter esperado por isso. Sentei na cama. - Hoje eu não posso.
Na verdade eu não tinha nada marcado para aquela noite. O problema era que as roupas que eu havia levado para aquele lugar, não eram tão apresentáveis. Hugo se veste tão bem que daria vergonha ir de calça jeans ou qualquer coisa assim.
- Então pode ser amanhã?
- Claro - falei.
Não tinha mais como eu dizer não. Preciso comprar um vestido. Pensei.
- Ótimo. Tem um restaurante aqui perto que eu adoro, a comida é sensacional.
- Certo. Acredito que vá ser maravilhoso - falei, sorrindo um pouco.
Ficamos um tempo conversando e acertando os detalhes do encontro. Seria um jantar e, apesar de eu sentir uma certa confiança no Hugo, preferi tomar cuidado, dando o meu endereço para que antes de me levar, ele falasse com Marcos. Eu não queria correr o risco de ser sequestrada e obrigada a sumir do mapa, sem deixar rastros.
Eu chamo isso de precaução. E espero que não tenha falhas no meu plano.
- Então quer dizer que eu vou conhecer alguém da sua família!? Não vejo a hora - ele disse e eu pude ouvir um risinho sofisticado do outro lado da linha.
- Não se empolgue - falei, rindo. - É só um encontro.
- Na verdade é O Encontro, com iniciais maiúsculas - ele afirmou.
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O Verão de HELENA
Teen Fiction"Essa pode parecer só mais uma daquelas histórias clichês, onde a mocinha aparece pela primeira vez na cozinha, conversando com sua mãe e comendo uma maçã. Mas cada história segue um rumo e a minha, que seguia em linha reta, passou a fazer curvas be...