Coisas estranhas acontecem na aula de história

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  09:15 da manhã aula de História.

  A aula de história é a melhor aula. Se você vai pra escola pra dormir. A voz da professora é um dardo sonífero direto em meus ouvidos. É quase impossível não dormir nessa aula – e a matéria não ajuda muito.

  Eu havia acabado de mergulhar em um rio de chocolate, e estava boiando vendo o céu mais bonito que se possa ver, quando ouço um barulho de vidro quebrando e acordo em um pulo.

  Olho para o lado e vejo que o vidro da porta estava todo estilhaçado no chão.

  -Meu Deus, Ana o que aconteceu?

  -Bolo brigou com Ralo e quebrou o vidro - Sussurrou Ana de volta para mim.

  Logo percebo uma confusão de meninos ali por perto, cadeiras no chão vidro espalhado, pessoas gritando e a diretora se aproximando.

  M havia arredado para trás, fiquei o observando. Ele não estava sério, mas também não sorria.

  E então tudo estava muito confuso de repente ele estava ao meu lado.

  -Lua! – Olho para cima e me deparo com aqueles olhos negros e aqueles lábios carnudos. - Leia isso quando estiver sozinha.

  Pego um papel dobrado de sua mão. Ele anda rapidamente e volta para seu lugar. Ele nunca andava na sala. Nunca saia de seu lugar. Sempre conversava muito baixo, alguns professores diziam que nunca ouviram a voz dele. Mas dessa vez ele se levantou, e o fez enquanto rolava uma confusão para distrair todas as outras pessoas.

  A diretora então levou Ralo e Bolo para a sala dela, eles gritavam e estavam exaltados.

  -Lua, o que ele te entregou?- Diz Ana apontando para o Sr. M.

  - Nada.

  -Ah, claro, eu quero ver.. Mostre-me.

  -Ana deixa de ser chata... Não é nada... É só um bilhete do Juca... Provavelmente pedindo ajuda pra chegar em você.

  Ana abre a boca para responder, mas então Ruth – do outro lado da sala- começa a vomitar sem parar.

  Soninha, a professora de História, começa a gritar, "Chamem alguém, ai pelo amor de Deus... que dia... Não da pra piorar" as meninas ao seu redor todas se afastam correndo com nojo. Os meninos correm gritando feito loucos.

  Contorno a sala, passo por trás dela e tiro seu cabelo do rosto e o seguro para trás enquanto ela desata a vomitar.

  O sinal toca, todos correm para o pátio, e no fim só restam Ruth, Ana e eu.

  Depois que o vômito cessa, Ana e eu levamos Ruth para o banheiro. Passamos todo o recreio com ela.

  Mas mesmo estando ali a ajudando, minha cabeça estava no bilhete que pesava no bolso de trás do meu jeans.

  Quando o recreio acabou, voltamos para a sala de aula, que já estava limpa. Sr. M não voltou para a sala. Ouvi algum dos meninos dizerem que ele havia ido embora no recreio.

  "Leia isso quando estiver sozinha." Pensei nisso o resto da aula.

  Quando o ultimo sinal bateu, juntei meus materiais e corri, para o ponto de ônibus. Contei cada segundo até ele chegar, e quando ele chegou contei cada segundo até chegar em minha casa.

  Eu estava FAMINTA, mas mesmo assim corri para meu quarto. Joguei a mochila no chão, descalcei meus sapatos, e me enfiei debaixo da coberta com o bilhete na mão.

  Minhas mãos tremiam. Tremiam tanto que quase não consegui abrir o bilhete.

  Então vi uma letra familiar, tosca e embolada.

  Mas logo na primeira frase senti como se Não estivesse mais ali. 

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Queridos amigos e amigas leitores/escritores,

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Bjokas

~Iza~


O Sr. MistérioOnde histórias criam vida. Descubra agora