Uma viagem dentro de mim
Certa vez me peguei pensando em como seria se pudéssemos voltar no tempo. Isso mesmo. Como o que ocorre nos filmes de ficção cientifica. Onde os personagens decidem voltar para o seu passado e tentar mudar algo que queriam que fosse no futuro. Talvez um dia isso possa ser possível. Acho que não mesmo. Quem dera. Ou melhor, não sei. Talvez é melhor que seja assim mesmo. Sem essa possibilidade.
Quantas vezes já passamos por situações em que gostaríamos de voltar atrás no tempo, para que não fosse daquela forma. Quantas vezes, falamos algo que no calor da emoção acabamos afetando o próximo por não pensarmos racionalmente que aquela palavra poderia causar-lhe tanta dor e decepção. O nome disso, ignorância ou remorso. Sentimentos que se encontram marcados dentro de nossos corações. Que não existe um remédio especifico para a cura disso. Muito menos uma máquina do tempo. Mas o que pode ser pior que isso? É não poder mudar isso. Mas sabe de uma coisa? Podemos sim. Basta querermos.
Não é fácil. Não mesmo. Mas quando temos alguma atitude que nos causa vergonha ou que faz com que repensamos que poderíamos agir de uma outra forma, significa que estamos nos redimindo. É como se fossemos fazer uma viagem. Uma viagem de dentro de nós mesmos. Dentro do nosso próprio "eu". Não adianta querermos um perdão de alguém que causamos algo ruim, estar novamente de bem com uma nova pessoa, se não realmente mudarmos nosso comportamento.
Essa viagem da qual me refiro, é quando nos esforçamos em resgatar as situações que da qual estamos querendo voltar no tempo. Uma vez discuti por besteira mesmo com um grande amigo meu. Ele era teimoso igual a mim. Nos desentendemos. Mas fui muito rude, muito ignorante com ele. Ele era meu melhor amigo. Aquele mesmo de estar sempre presente em todos os momentos, bons ou ruins. Mas quando ocorre situações que temos plena convicção de que estamos certos, na verdade é aí que está o perigo. Meu amigo é quem estava certo. Ele estava só mais uma vez cumprindo o seu papel, o de amigo. Estava só me alertando. Só que pensei que fosse somente implicância por parte dele. Mas não era. Ele enxergou o que não via. E assim aconteceu. Anos e anos se passaram e perdi o contato com esse meu grande amigo. Ele ficou muito decepcionado. Não tive mais notícias dele. Mas ainda restam as lembranças dos melhores momentos de nossa amizade.
Essa viagem, essa reflexão que nosso majestoso cérebro nos proporciona faz com sentimos novamente, com que vivemos novamente esse passado. Tive que perder um grande amigo por arrogância. A viagem no tempo não existe. Mas só de pensar que gostaria de voltar no tempo e tentar mudar o que passei, essa situação, isso já me mostra que me tornei uma pessoa melhor. As minhas concepções hoje, as minhas atitudes também são muito mais racionais, ponderadas entre essa razão e a emoção. Não me sinto mais arrependido de mais nada. Então outro dia resolvi procura-lo, o meu amigo.
Entrei em contato com alguns antigos colegas da escola para tentar ver se alguns deles tinha de repente o contato dele. E por minha sorte tinha. Um outro amigo em comum. Comecei a minha viagem. O liguei, falei com ele, a princípio não estava se lembrado da minha voz, mas quando comecei a pedir desculpas sobre aquela situação que passamos, aquele desentendimento ele logo recordou. Ainda continuou sendo um grande amigo. Me perdoou. Foi uma sensação muito boa. Ter o contato de novo com alguém que fez grande parte de sua vida, alguém que era um grande amigo, e hoje ver que esse passado dá um pulo no seu presente, causando novas mudanças, é muito bom.
Essa viagem no tempo existe sim. Só que ela não é uma máquina como a que tem nos filmes. Não é algo imenso, difícil de se conseguir. É uma viagem bem simples. Ah e não custa nada. Mas é algo que só depende somente de duas coisas, sua mudança quanto ao que você pensa, as suas atitudes, o seu querer e claro a sua vontade. Temos que esquecer nosso orgulho, pois ele impede-nos de seguir com nossas vidas, de conquistar novas coisas, de fazer com que tenhamos novos sonhos.
A verdade é que esse orgulho, esse remorso, nos prende em uma escuridão que acreditamos nunca que se ascenderá, mas o único botão para isso, é a nossa própria atitude.
Essa viagem que fiz, me permitiu ter de volta novamente meu amigo, mas mais importante que isso, foi ver que podemos sim realmente mudar, digo em relação as nossas atitudes mesmo. Só que essa mudança não é fácil, pois ela é de dentro para fora. Você tem que realmente se sentir disponível, revigorado, disposto a ser uma nova pessoa. Uma pessoa melhor. Perder um grande amigo por arrogância de minha parte, me torturava. Não me sentia bem todos os dias. Só queria me sentir ótimo. Então só me disponibilizei para essa viagem. E que viagem.
-> Olá meus melhores
Aqui está a nossa primeira crônica deste nosso livro doce e fofo. Aqui voce encontrará palavras singelas que ti proporcionará uma reflexão. Neste aqui, o primeiro, fala-se de uma auto reflexão, de nós viajarmos dentro de nossa consciência, de nos conhecermos e de nos reconhecermos, nossos erros, nossas atitudes, em fim, de praticas que tomamos no dia a dia acabamos de nos esquecer do nós fizemos, se é algo errado ou se é certo mesmo. Espero que curtem e amem, comentem, isso é importante para mim.
Gui Hairam
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Doces Palavras
Non-FictionEstamos vivendo em um momento de nossas vidas onde nossos valores estão sendo trocados por coisas fúteis e banais. Estamos pensando errado, veja, nossos ídolos são pessoas tão comuns quanto nós só que "endeusadas" pela mídia, esquecendo por tanto qu...