Acordando

393 19 1
                                    


POV Sasha

Tudo está calmo.

Tão calmo como se eu nem estivesse lá.

Mas de repente, parece que depois de tanto tempo eu finalmente posso sair dessa prisão imaginária.

Sinto o ar preencher meus pulmões de forma rápida e forçada e a luz aos poucos invade meus olhos até abri-los por completo.

Estou tão desacostumada que volto a fechá-los com um murmúrio de fraqueza.

Tudo está tão claro.

Me sinto cansada demais para levantar e então examino o lugar onde estou.

Um quarto de hospital. Que maravilha.

Eu me lembro de seres extraterrestres invadirem Nova Iorque e um homem com arco e flecha me salvar. Ou eu o salvei?

Eu congelei os destroços no ar não foi? Pera aí, o quê? Isso não faz nenhum sentido.

Logo depois eu entrei em colapso. Parece que foi um sonho. Tinha lugares lindos, porém quase irreais. Pareciam estar fora no universo. Havia dois bebês com seus pais que pareciam ser da realeza e ai... Eu desmaiei.

Só então percebo que há uma enfermeira no quarto.

Eu a fito confusa esperando que tenha reparado que estou acordada.

— Bom dia - Ela sorri sem me olhar diretamente, depositando a água de uma jarra em um copo.

—Bom dia - Devolvo um pouco distraída e confusa - Ãm... Os alienígenas já foram embora?

Ela me olha confusa, mas logo parece me entender.

— Ah, bem, eles foram há muito tempo - Responde ela me entregando o copo d'Água - Há quatro anos.

Mal consigo engolir a água depois dessa frase.

— Como assim quatro anos? Estamos em 2012, não estamos?

Ela balança a cabeça negativamente.

— 2015.

Encosto-me à cama, desolada e extremamente confusa. Como eu poderia ter dormido por quatro anos?

— E a moça que trabalhava comigo na lanchonete? - Pergunto depois de um tempo.

— Quem?

— Madison Reagan. Ela estava na lanchonete também. E estava grávida.

— Desculpe, mas não tem nenhuma Madison Reagan aqui. Pelo menos não agora. Talvez quando aconteceu. Se bem que... - Ela deixa um silêncio compreensível.

Puxo o ar, nervosa só de pensar.

— Muita gente morreu nessa guerra. Foi um total massacre. Mas ainda bem que tínhamos Os Vingadores.

Olho-a confusa (como sempre).

— Os Vingadores?

— Sim! Você não ouviu falar, não é?

Nego com um balançar.

— Eles que salvaram o mundo - Ela fala como se estivesse encantada com esses tais Defensores - Eles expulsaram os alienígenas.

— Espera, tinha um cara com arco e flecha nisso aí?

— Ãh, sim. Gavião Arqueiro se não me engano.

Que nome é esse - Murmuro mais para mim do que para ela.

— Ah, bem tem o Homem de ferro, esse você já deve conhecer.

Assinto franzindo a testa e o cenho ironicamente. Quem não conhece o gênio bilionário Tony Stark?

— Tem o Capitão América que por sinal é muito bonito.

Pelo o que sei foi o cara que estava congelado por 70 anos. E eu achando que Friboi durava muito.

— Um Deus nórdico pelo o que entendi... Thor.

Mas hein? Tem até deuses mitológicos nisso? E cadê o Loki então?

— Um monstrengo conhecido como Hulk.

Ah, o do acidente Gama... Pois é. E você pensa que nada mais de estranho existe.

— E uma ruiva conhecida como Viúva Negra.

Os caras não tem nome melhor, não?

— Mas, vamos falar do que importa, não é? - Diz ela com um sorriso - O doutor já te deu alta devido a sua condição estar estranhamente melhor e que há alguém na sala de espera te aguardando.

Quem poderia ser? Não tenho ninguém pra se preocupar comigo pelo o que sei. Maddie? Sophie e Anne? O cara que vive me cobrando o aluguel? Se fosse para eu saber, ela teria me dito o nome. Só espero que não seja nenhum sequestrador.

Tiro todos os fios grudados ao meu corpo e caminho com uma certa dificuldade até o armário com minhas roupas*. Estranho, alguém deve ter trazido-as.

Depois de me trocar dirijo-me até a sala de espera, que curiosamente e nada surpreendentemente, está vazia.

Franzo o cenho, um pouco desapontada, mas já esperava por isso.

Apenas o som do relógio na parede tira o silêncio daqui. É um pouco irritante.

Talvez o sujeito que veio para me ver esteja no banheiro ou algo do tipo, então resolvo sentar e esperar.

Pego minha bolsa e procuro por meu celular, deve ter no mínimo cinquenta mensagens.

Sasha RomanoffOnde histórias criam vida. Descubra agora