Um Ser Só

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Que bom se você fosse como a lua
Que onde quer que esteja possa enxergar
Ou quem sabe, fosse como o sol
Que me aquece o peito aonde quer que eu vá

Depois de todo esse tempo, tem uma coisa que nunca mudou.
Ana Júlia e eu namoramos há 4 anos, entre idas e voltas, brigas sérias e desentendimentos bobos, conseguimos permanecer firmes e fortes. Juntos. E o que nunca mudou foi a saudade de quando ela está longe.
- Jú, será que você consegue uma folga de três dias? Tô morrendo de saudade de você! - Finalmente a ligação deu certo. Era oito da noite e eu estava no hotel, esperando para ir para o festival em Goiás e ela em São Paulo, trabalhando em mais um de seus projetos, ela era design de interiores totalmente apaixonada pelo que fazia, não podia ver uma sala que já tinha mil ideias de decoração.
- Amor, não faz assim, por mim eu estaria aí, mas meu trabalho tá complicado agora, eu realmente daria tudo pra ver você nesse exato momento! - Fechei meus olhos e foi inevitável não deixar um suspiro de frustração escapar. Sentei no chão da sacada do hotel e olhei para cima, ouvindo a respiração de Ana Júlia do outro lado da linha desejando que pudéssemos nos encontrar de alguma forma, que pudesse ver seu rosto assim como eu via a lua naquele momento.
- O Thor está com saudade também! Ele está aqui deitado junto comigo na cama, ouvindo a sua voz no telefone! - Ana Júlia riu quando o barulho da coleira de Thor ficou mais forte - Sai Thor, é só a voz dele!
- Cuida bem da nossa garota Thor, não deixa nenhum marmanjo se aproximar! - Sabia que ela deixou no viva voz e nosso cachorro podia me ouvir. Thor é um labrador preto, que Ana Júlia adotou no nosso primeiro ano de namoro e que era extremamente apegado a mim, o que a deixava super brava quando ele corria ao meu encontro quando nós chegávamos juntos em casa. Thor latiu e eu ouvi ela jogando a bolinha dele.
- Vocês são terríveis! - Ana Júlia sorria ao telefone - Quanto tempo você vai ficar aí?!
- Amanhã eu vou pra Minas e depois dois dias no Rio! Alguma chance de eu te ver?! - Tentei mais uma vez e ela riu.
- Vou pensar no seu caso! - Fechei os olhos e sem nem perceber estava sorrindo. Já fazia quase um mês que a gente não se via direito.
- Aí sim, Jú! Gostei disso!
- Agora você tem que ir trabalhar e eu também! - Olhei no relógio e ela tinha razão, já deveria estar me arrumando para o show e ela sempre me expulsava para eu tentar não me atrasar, nem sempre dava certo.
- Se cuida Luan, bom show e .... Eu te amo! - A última parte ela dizia sempre como um sussurro, como nosso segredo e eu adorava isso nela.
- Eu também te amo, Jú! Obrigada meu anjo - Ri ouvindo ela me mandar beijos pelo telefone, logo que desliguei recebi uma mensagem dela:
"Pra você matar um pouquinho da saudade! Nós te amamos!"
Uma foto dela sentada na nossa cama com Thor entre suas pernas, lambendo seu rosto enquanto ela ria. A foto era linda e me fez rir só de imaginar a bagunça que estava lá em casa. Era sempre assim e eu adorava isso.


Era sábado de manhã e faziam poucas horas que eu havia chegado ao Rio de Janeiro, estava exausto e despenquei na cama do hotel. Quando senti uma mão nas minhas costas, unhas deslizando por ali me fizeram acordar assustado e pronto para brigar.
- Bom dia! - A voz dela acompanhada de seu sorriso eram tudo que eu poderia querer agora. - Surpresa! - Ela riu quando eu a puxei para a cama de um jeito desajeitado e urgente.
- Você quase me mata do coração mulher, mas eu adorei a surpresa! - Disse sorrindo perto de seu rosto e a beijando de leve nos lábios.
- Essa era a intenção, queria chocar - Ana Júlia deu uma piscadinha marota, se sentando entre minhas pernas e colocando os braços sobre os meus ombros.
- Eu queria te ver! - Ela sussurrou com a boca colada na minha, passeou com suas mãos por todo meu rosto e, por fim, me beijou como se deve. Nosso beijo cheio de saudade e urgência, era algo que eu realmente senti falta, do toque dela, do cheiro, do seu gosto. Tudo nela me fazia muita falta quando eu ficava longe.
A abracei pela cintura e a trouxe para mais perto, quando minhas mãos entraram dentro de sua blusa eu a senti arrepiar e sorrir, e era a minha vez de explorar. De matar as saudades daquele corpo, daquela garota. Da minha garota.


Um Ser Só - Luan SantanaOnde histórias criam vida. Descubra agora