A campanha das armas havia chegado a seu fim. O aliados expulsaram completamente as hordas do Vale Sagrado e o reino de Vellistrë começou a ser reconstruído tendo sido renomeado. Agora havia duas grande bases na luta contra as hordas invasoras: Nova Vellistrë e Nelfária. Era um momento de reconquistar diversos reinos e cidades tomados pelos inimigos. Na região agora conhecida como Vale da Morte, local no qual grandes ninhos de reprodução de hordas demoníacas se instalaram, tropas especiais davam notícias de diversas Rainhas sendo destruídas. Era como se os Deuses estivessem favorecendo a aliança. Um cenário de vitórias se delineava e havia esperança novamente. Tropas especiais, com grandes feiticeiros e guerreiros sempre acompanhavam o Rei Öfinnel. Ele era o portador da espada à qual nenhum demônio conseguia resistir. Em muitas batalhas era visível como os malditos tremiam ao percebê-lo presente.
Meses haviam se passado, mas Öfinnel ainda estava muito amargurado. Sua vida havia se convertido numa sucessão de batalhas. E nestas, ele dava vazão a ira contra os inimigos. Após as vitórias, que estavam mais frequentes naqueles tempos, vinha sempre um vazio. Mas felizmente, não precisava esperar muito até que outro embate surgisse. Recusava descanso e mal conversava com seus súditos. Por outro lado, dava muitas ordens e muitos diziam que ele se tornara duro, inflexível e alguns até cochichavam sobre ele ser injusto. A verdade é que a culpa o consumia. Perdera seu filho, sua esposa e também a amante. No meio daquilo tudo, o pedido de Raastad foi o que o retirou da frente de batalha.
O general élfico explicou sobre o novo plano dos sábios élficos.
— Eles querem usar o poder das torres.
— Mas elas não foram seladas pelos arquimagos?
— Sim, para protegê-las dos demônios, mas ainda assim...
— Isto poderá acabar mal.
— Pior do que já ficou, amigo?
Logo fizeram os preparativos e iniciaram a jornada avançando pelos ares. Era um dia bastante ensolarado e as névoas que haviam atravessado cedo já haviam se dissipado. A única forma normal de subir ao planalto era escalando um paredão cruel. Alternativamente, subia-se com uso de magia ou montarias aladas. Demorou muito, mas Mu, o grifo que pertencia a Izguaziir acabou se acostumando com o rei. Era um belo animal, mas já estava envelhecendo. Öfinnel usava-o apenas para viagens e nunca o montava adentro de um campo de batalha.
No centro do continente, ao norte de Nova Vellistrë, descansava um imenso planalto coberto por névoas, rochas pontudas e charnecas onde crescia vegetação pequena. No passado, hölmos e vetmös haviam construído juntos um conjunto de dez torres, conhecidas como Torres Lunares, que conseguiam extrair e concentrar energia cósmica e que foi motivo do cisma entre as duas etnias. Os vëtmos queriam explorar tais energias e outras dimensões além do que era aconselhado pelos Arquimagos de Trinidacs. O impedimento de prosseguir com as explorações, fez com que Merrin partisse de Trinidacs para fundar seu próprio reino e que mais tarde, fosse bem sucedido na construção de torres que copiavam o projeto das Torres Lunares. Foi com elas que conseguiram ligar a terra aos abismos.
Öfinnel chegou ao planalto junto a Raastad e se surpreendeu com a quantidade de tropas élficas lá alocadas. Há muito tempo, Öfinnel já estivera ali e em Trinidacs, mas quase não tinham mais memórias disso.
— Veja, estão trabalhando para tentar anular, ao menos em parte, os selos aqui na periferia do planalto.
Öfinnel fez uma cara amarga e abriu a boca, mas foi interrompido.
– Eu sei, meu amigo. – disse Raastad, ao perceber que seria repreendido – Compreendo que acredite que tantas tropas estivessem melhor aplicadas nos auxiliando no campo de batalha... Mas estas torres, se desbloqueadas, nos oferecerão grande vantagem estratégica.
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Öfinnel. Rei. Vidente. Guerreiro. Lenda.
FantasíaÖfinnel foi o último rei de Vellistrë antes que fosse destruída pelas hordas de demônios invasores. Determinado, forte e imortal. Está vivo há incontáveis gerações e sua memória vai se perdendo aos poucos. Fortes ondas do destino impelem suas açõe...