Duas semanas passam rápido dependendo do ponto de vista. Eu não tinha visto mais Diego, estava com ódio de Matheus e minha mãe estava me arrastando para fazer compras no supermercado.
-Mãe, sério? -eu disse enquanto ela me arrastava para seu carro vermelho.
-Seríssimo. Preciso da ajuda de alguém para me ajudar com as sacolas.
-Por isso o Coner nasceu!! -disse revirando os olhos.
-Seu irmão foi jogar boliche com seu pai.
-Como a vida é injusta, não é mesmo? -entrei e fechei a porta.
Chegamos até o supermercado e minha mãe pediu para eu ir até a área de higiene pegar sabonetes, desodorantes, absorventes e essas coisas. Eu estava escolhendo um absorvente até que um dos pacotes caiu no chão. Um garoto chegou e pegou para mim. Não era possível, o garoto era Diego, o mesmo garoto que tinha me levado para sua cabana naquela noite em que eu estava totalmente fora de mim. Agora ele me via comprando pacotes de absorvente no supermercado.
-Ah...obrigada. -eu disse envergonhada. -Está me seguindo? -eu disse rindo. Ele riu também.
-Se eu estivesse te seguindo, eu não escolheria a hora em que você está pegando absorventes para falar com você. -nós rimos de novo.
-Tem razão. -um silêncio ficou no ar. Ele me encarava e eu queria poder abraçá-lo.
-Você tem algo para me dizer? -ele perguntou com um olhar penetrante. Era como se ele escondesse algo sombrio dentro de si.
-Maia!! -minha mãe chamava.
-É a minha mãe. -eu disse evitando o contato físico e visual.
-Quando vamos nos ver novamente?
-Na escola talvez?! -eu disse andando de costas, ele assentiu com a cabeça e eu fui até minha mãe.
-Por que eu tinha que escolher os absorventes? -perguntei enquanto ela pegava temperos.
-Você nunca se preocupo com isso querida. Qual o problema? -ela perguntou sem me olhar, concentrada nos temperos.
-Nenhum mãezinha...nenhum! -eu disse. Fomos para o caixa depois dela rodar o mercado inteiro e meu pai e Coner já haviam chegado.
-Como foi o boliche? -perguntei me sentando no sofá ao lado de Coner.
-Foi divertido. Ganhei todas! -se gabou Coner.
-Foi mesmo? -disse mamãe rindo.
-Mentira, eu ganhei algumas. -meu pai se defendeu.
-Sim, ganhou. A penúltima...só a penúltima.
-Muleque vai tomar um banho, você está fedendo. -meu pai tacou uma almofada nele.
-Que isso pai? -ele ria. Coner subiu e eu fui regar as plantas do jardim.
Primeiro dia de aula. Como os novatos se sentem em relação a isso? Quer dizer, eles não conhecem ninguém. Deve ser estranho para eles. Bom, não mais, já que todos haviam se conhecido naquela porcaria que chamam de ilha. Tudo estava normal. Os mesmos grupos de sempre. A mesma galera com algumas pessoas diferentes. Eu sabia exatamente onde encontrar Matheus, mas a pergunta era...eu queria isso? O que eu estava dizendo, claro que eu queria. Ele me devia satisfações.
-Matheus!! -cheguei no mesmo lugar que ele costumava ficar com os amiguinhos fumando cigarro.
-Olha só quem apareceu!! -ele dizia, fazendo sinais para os outros se afastarem.
-Você me deixou bêbada!
-Calma gatinha! Você está viva, não está? -ele pegava em meu rosto.
-Você é um imbecil. -tirei sua mão de meu rosto.
-E você me ama! -ele ria.
-Já amei. Mas não amo mais. Você é ridículo. -ele jogou o cigarro no chão e se aproximou de mim.
-Ridículo? Vamos ver se você ainda não quer esse ridículo. -ele saiu em direção ao banheiro. Sai que nem um furacão até esbarra com a menina dos cabelos azuis.
-Opa! Que pressa.
-Desculpa! -eu disse com a cabeça abaixada.
-Eu posso não me importar com o motivo de você estar triste? -ela disse revirando os olhos.
-Não estou triste.
-Claro que não. -ela disse com deboche. O sinal tocou e todos fomos para as salas. Me sentei ao lado de Mia. Túlio era o nosso primeiro professor. Sendo assim, todos fomos para a quadra. Como era o primeiro dia, ela costumava deixar a aula livre. Então ficamos atoa. Coner pegou seu violão e começou a toca-lo com Miguel o acompanhando. Sentei em um banco e os observei cantando reggae, MPB, sertanejo, entre outros estilos de música. Diego se sentou ao meu lado.
-Tenho uma coisa para você. -ele disse pegando algo de seu bolso.
-Meu cordão. Obrigada. -o abracei.
-Disseram que não foi difícil concertar, só estava precisando ser apertado com alicate.
-Valeu! -eu sorri. Percebi que a música tinha acabado e Matheus tinha pegado o microfone. Ele iigou a caixa de som e seus olhos estavam arregalados. Ele tinha se drogado, tinha certeza.
-Maia!! Essa é para você. -ele largou o microfone no colo de Miguel que o olhava confuso. Matheus colocou seu pendrive na caixa de som, aonde começou a passar The Hills do The weeknd. Ele subiu em uma cadeira. Fui até lá pedir para ele descer.
-Matheus desce daí! Para com essa ceninha ridícula. -puxei seu braço ele desceu e encostou sua testa na minha.
-Maia! Nunca te esqueci. -ele dizia.
-Você está drogado. Precisa ir para casa.
-Só se você vier comigo.
-Você enlouqueceu.
-Me beija!! -ele disse.
-O que?? -perguntei espantada.
-Me beija!! -ele apertou meu braço.
-Você está me machucando. -eu puxei meu braço, mas ele me agarrou e me deu um beijão antes que eu pude perceber. E lá estava eu, no meio da quadra de meu colégio, sendo beijada por um cara que eu tinha nojo. Mas para ser sincera, o beijo dele até que era bom, mas eu não gostava dele. O que eu estava fazendo? Me cedendo ao beijo? Eu não poderia fazer aquilo, por mais que ele tivesse o beijo de tirar o fôlego. Chutei suas partes íntimas e sai correndo daquele lugar. Fui até o banheiro e me olhei no espelho. Eu estava descabelada. Comecei a me arrumar, até que Bianca chegou e trancou a porta.
-Agora o papo é só entre nós duas, querida!! -ela trancou a porta e guardou a chave em seu bolso. Definitivamente eu estava ferrada.########################
NA FOTO MAIA E MATHEUS
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One Part Of Me
Ngẫu nhiênMaia -uma adolescente normal de 16 anos- está prestes a ter sua vida virada de cabeça para baixo com o ano que está vindo. Novas amigas, novos professores, novas paixões. Além de muitas encrencas que acabam levando-a até a polícia....