Noite De Lua Cheia

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Roberta senta-se em sua cama pensativa, está incerta, não sabe se deve ir ao encontro dele. O sofrimento e a ansiedade estão estampados em seu rosto.
Levanta-se apressada. Pega seu robe branco, longo, de mangas compridas, todo bordado e com babados, coloca-o por cima de sua camisola transparente. Anda até a porta lateral de seu quarto que dá para a varanda, abre as duas bandas de sua porta larga e saí em disparada.
Corre em direção à montanha, seu robe abre e fica ao sabor do vento, porém ela não percebe, nem mesmo o frio da noite a detém, pois ele a espera na cabana, ao pé da montanha.
Ao chegar em seu destino, se encontra de peito arfante, cansada da corrida, mas se deleita ao vê-lo ali a sua frente, lindo e sensual. Cabelos negros, por sobre um rosto anguloso e másculo, queixo quadrado com uma linda convinha. Ele! Delicado e seu, abre seus braços para recebe-la.
- Amor! Você demorou hoje. Já estava pensando que você não vinha. Ele a abraça e beija seus lábios.
- Desculpe! Hoje, ele demorou a dormir. Carlos, precisamos conversar. Fala ela saindo de seus braços.
- Roberta! Amor. Se a conversa for à mesma de sempre, não quero ouvir...
- Será que você não entende que o que estamos fazendo é errado. Ele é um homem bom, me ama e cuida de mim, trata-me como se eu fosse seu paraíso e eu sinto-me culpada por deixá-lo em nossa cama e vim ao seu encontro, nas noites de lua cheia.
- Você me ama? Pergunta ele com um olhar triste, porém cheio de significados.
- Sim. Justamente por lhe amar tanto, é que me sinto culpada de deixá-lo lá em nosso leito matrimonial, pós ele nem se quer imagina que tenho você.
Ele volta a puxa-la para seus braços, buscando seus lábios para mais um beijo, afaga seu corpo, como se assim ela entendesse que o que sentiam era mais forte que tudo.
- Vem! Nossa cama nos espera.
Ela deixa seu olhar vagar pela cabana, até recairem por sobrea cama e só nesse instante, que percebe o que em sua pressa de está nos braços dele, não viu antes. No chão da cabana, da porta até o leito, um caminho de pétalas de rosas vermelhas e por sobre a cama, um lindo coração formado por elas, belas e perfumadas.
- Carlos! Você me emociona muito, de quando dos nossos encontros. Te amo. Ela deixa-se levar por ele, para aquele ninho de amor.
- Quero você Roberta, agora. Pois sei que as horas passam ligeiras e que logo você voltará para ele, mas enquanto isso não acontece, vou lhe dá motivos para voltar aqui, nessa nossa cabana, onde nos amamos, tendo como testemunha a luz da lua. Ele retira a roupa dela e a deita, beija seus seios e acaricia seu ventre, desce tocando com a boca sua pele arrepiada de desejo, até chegar a suas coxas. Ele interrompe os beijos ardentes, levanta-se para retirar sua calça jeans e a camisa polo azul, ficando completamente nu, sob o olhar dela. Volta a deitar-se junto de sua amada e ali retira a última peça que o separa dela, sua calcinha, joga ao chão e volta a beijar suas coxas, acaricia suavemente as partes mais íntimas dela e aparta suas pernas, a penetra. O amor feito de vai e vem, um bailado íntimo e tão deles. Após o amor, eles ficam um tempo em silêncio, ouvindo apenas as batidas de seus corações.
- Carlos! Como te amo. Fala ela em uma tortura de emoções.
- Seu tom triste me deixa sem ação. Dá a impressão a mim, de que o que fizemos é crime, porém não é. Pois o amor é algo sublime e não temos porque nos envergonharmos.
- Já está chegando a hora de ir. Preciso chegar logo em casa.
- Não! Não vá. Fique ao meu lado. Diante da expressão de tristeza dela, ele rende-se. - Tudo bem! Mas prometa que vai voltar.
- Não posso prometer nada, você sabe. Levanta-se, veste sua camisola e põe seu robe. Saí de porta a fora sob o olhar de Carlos.
Ao chegar a seu quarto, olha seu marido dormindo, com um semblante tão em paz e sonhador. A dor da traição a assola; toma conta, de todo o seu ser. Como um mostro comendo suas entranhas. Ela se recrimina por ter ido ao encontro do amante. Deita-se ao lado daquele que lhe dá segurança e paz. Aos prantos, ela soluça de desespero....
- Roberta! Roberta! Acorde. Uma mão meiga e suave à balança, trazendo-a de um sonho bom, porém tenebroso.
- Cláudio! Amor. Ela se agarra ao marido.
- Minha princesa. Calma! Você estava sonhando. Há tempos lhe chamo, porém você só falava que não podia ir mais até a montanha, só que nem existem montanhas em nossa cidade. Não precisa tremer desse jeito, eu estou aqui. Ele beija seus lábios e ela se aconchega. - Com que sonhou você, para deixá-la assim?
- Não importa amor, foi só um sonho... Hoje acabou o ciclo da lua cheia, não é verdade? Ela sorri para seu marido tão amado, porém pensa que tem que procurar no calendário, quando será a próxima lua cheia.
FIM

Noite De Lua CheiaOnde histórias criam vida. Descubra agora