11- Viagem

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- Mãe, essa aqui é a Gabriela. Uma, digamos, amiga - disse e apontei para a anja.

- uma amiga. Ok. Se precisarem chamem - minha mãe disse e voltou para sua leitura.

Eu conduzi Gabriela até o meu quarto e fechei a porta cuidadosamente.

Gabriela


Entrei no quarto do Matheus e a maioria das coisas que vi eram cadernos, papéis e revistas de ciências. Minha cabeça ainda doía absurdamente e eu sentia que não podia confiar nas minhas pernas. Era um dia tipicamente frio, pelo chão das ruas haviam inúmeras folhas secas e quebradiças. Minhas asas estavam pesadas dentro do corpo. Meus braços estavam moles. Resumindo, não podia ficar mais de cinco minutos em pé sem cambalear. Tudo isso aconteceu depois da visão, minha e do Matheus, nós recebemos um chamado, uma missão. Vamos ter que caçar um anjo mau. Eu gostaria muito de saber o porquê, mas sinto que isso ainda vai ser uma questão.

- então, pelo o que você me disse no telefone esse tal Klaus é um anjo caído ? - Matheus perguntou quebrando o silêncio dentro do cômodo.

- exatamente. - disse me sentando em sua cama - Mas isso é o máximo que eu sei dele. E mesmo assim, nós teremos que acha-lo e entrega-lo a comunidade.

- comunidade ? - ele perguntou arqueando as sobrancelhas em sinal de protesto por eu não ter contado a ele antes.

- É. A comunidade dos anjos de luz, abreviada CAL, porém "popularmente" conhecida apenas por comunidade. Ela tem tudo o quê os anjos precisam, inclusive o dinheiro para as missões. Então, depois que a gente capturar esse Klaus nós o levamos até lá e o resto eles cuidam - disse e apoiei a cabeça na cabeceira da cama. A dor estava ficando cada vez mais insuportável.

- mas os anjos guerreiros não são os arcanjos ?

- nisso eu estão tão perdida quanto você. Não sei porque Deus nos escolheu para essa missão. Mas o quê ele faz é bom perfeito e agradável, então tudo isso terá um propósito. - expliquei cautelosamente.

- Entendi, acho. E, por algum acaso, teria como a comunidade te enviar outro guardião apenas para era missão ? - ele perguntou passando a mão pela nuca.

- com medo Matheus ? - perguntei levantando uma das sobrancelhas.

- não, mas, levando em consideração que eu era o garoto que apanhava nas aulas de judô, acho que não sou o mais qualificado para prender um ex ser celestial. - Matheus se explicou, e devo dizer que até me pareceu uma explicação justa.

- mas se foi o senhor que teve a visão, o senhor que deve ir, não acha ?

- talvez. Enfim, pela tal visão, vi, não sei como, que nós vamos ter que ir a Boston, procurar por Klaus. Como eu vou explicar pra minha mãe que vou sair de casa sei lá por quanto tempo "sem motivo" ? - temos mais um problema para adicionar a lista.

- Já sei ! Nas relíquias da morte a Hermione lança um feitiço sob seus pais que alterava a memória deles para que eles não se lembrassem mais dela. Sei que infelizmente não sou uma bruxa, mas tenho poderes como qualquer anjo da guarda, acho que posso alterar a memória da sua mãe do mesmo jeito que a Hermione fez.

- então você vai embaralhar a mente do bairro inteiro. Pois todo mundo conhece a minha mãe, quando perguntarem pelo filho dela e ela não saber de quem estão falando irão internar minha mãe em um hospício e me dar por desaparecido. - Matheus acabou com minhas esperanças. Estraga prazeres.

- não deu tempo de pensar nos detalhes, tá bom ? - disse cruzando os braços os braços. - nesse caso, só resta uma opção: contar tudo para sua mãe.

- claro ! Por que eu não pensei nisso antes ? Eu começo dizendo que você é uma anja e você incerra tudo mostrando as asas e mandando ela pra um manicômio ! Gabriela, sua mente para idéias nunca esteve mais aguçada ! - ele disse debochando.

Nos olhamos por mais alguns segundos, um silêncio impactante tomava conta das quatro paredes que revestiam o interior do quarto. Não era possível ouvir nenhum outro barulho que não fossem respirações desincronizadas. Até que eu ousei uma frase:

- realmente, foram as piores ideias que alguém poderia dar. Mas agora Matheus: veja e aprenda. - eu disse com superioridade nos olhos.

Matheus

Sua fala me causou arrepios, o quê ela está pensando em fazer ? Sem dizer nada Gabriela se levantou ainda cambaleante, mas completamente decidida. Abriu a porta do quarto e olhou para minha direção como quem diz: "siga-me". E eu a segui sem resistência.

- olá de novo Paula - Gabriela disse para minha mãe se sentando ao lado da mesma no sofá - olha, eu tenho uma coisa para lhe contar.

- ah, não precisa, eu já sei muito bem o que te tão importante que você tem para me falar - minha mãe disse carinhosamente segurando nas mãos da anja.

- desculpe, mas eu acho que você não sabe.

- sei sim minha queria. Você e o Matheus estão namorando ! A muito tempo eu venho dizendo pra esse menino arranjar uma namorada. - Paula disse e sorriu ferozmente. Minha única reação foi levar a mão no rosto e desejar - com muita força - que ela não tivesse dito aquilo. E a Gabriela, a única coisa que coube foi olhar para o lado e rir comodamente.

- não, não é isso - anja disse com toda sua voz meiga e cautelosa. - é uma história um pouco mais complicada do quê todos nos gostaríamos - ela deu uma pausa apenas para ver a expressão facial da minha mãe. Não era boa. Mas Gabriela parecia saber o quê fazer, e naquele mesmo segundo pôs as mãos no peito da Paula, exatamente no coração. Ela continuou - nós recebemos um chamado, de Deus. Nós vamos ficar fora, não sabemos por quanto tempo, temos "assuntos a resolver". Nós vamos fazer o bem e somente o bem, não há o quê você temer. - Gabriela disse doce, porém forte o suficiente para que ficasse claro, para todos, a seriedade do caso.

- tudo bem. E o que eu digo para as pessoas que me perguntarem onde meu filho está ? - Hã !?!? Já não estava entendendo o quê se passava. O que essa menina fez com a minha mãe ?

- você dirá que ele está doente, muito doente, se precisar, dirá que é contagioso. Ninguém pode saber o que nós realmente estamos fazendo. Tudo bem ? - Gabriela perguntou e tirou a mão da Paula. Essa mulher está hipnotizando a minha mãe !

- tudo ótimo.... Quem quer mouse de laranja ?

- eu aceito um pedaço por favor. - ela ainda teve a coragem !

- posso saber o que raios você fez com a minha mãe ? - perguntei furioso me sentando a seu lado no sofá, no mesmo espaço onde antes era ocupado.

- só passei a ela confiança. A mesma confiança que eu tenho de que nós vamos voltar bem. Dei a ela a mesma fé que eu tenho. - ela disse extremamente relaxada como se absolutamente nada tivesse acontecido.

- você acha que é simples assim ?

- É mais simples do que qualquer outra coisa.

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O que será que estar por vir em ?

Alguém sabe ? Não ? Ótimo

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<Da Terra para Marte. Câmbio Desligo>

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