Diana ouvia gritos, sentia dor, calor, ardência e muito medo. Ficou desacordada por três dias, mas foi em uma quinta-feira que uma luz forte a acordou de um sonho infernal, à fazendo contrair o rosto com a claridade forte.
- Acho que ela está acordando - as voz pareciam vir de longe, quase como um sussurro, era um homem - coitada, como eu devo agir quando alguém perde toda a família?
- Ela é sua paciente e está órfã de pais e irmão, tenha o mínimo de consideração e profissionalismo - uma mulher repreendeu.
Apos contrair o rosto com a claridade, Diana se sentia aliviada por acordar daquele pesadelo, mas ainda tinha dificuldades para abrir os olhos e se recompor como normalmente fazia toda manhã.
Seu corpo estava doido - mais que o normal - e logo percebeu que não estava em casa. Ela se ajeitou, se sentindo finalmente acordada e totalmente fraca. Pôde ver uma mulher com um sorriso fraco se aproximando.- Você passou por poucas e boa menina...
Diana - Aonde eu estou?
- Você está no hospital Holy Peace, está tudo bem agora.
Diana - Meu corpo está ardendo, me desculpe, mas qual o seu nome mesmo?
- Sou Pattie, suas ardências são esperadas, vou pedir para aumentarem a dose do sedativo. Diana, você foi encontrada em uma casa que estava... Em chamas.
Diana se manteve sem expressão, então Pattie continuou.
Pattie - Sua família... Não resistiu... Você tem noção do que pode ter iniciado o incêndio?
Diana lembrou da mãe e do irmão, Gus, de oito anos. Seu rosto se contraiu de novo, mas agora em um início de choro. Com a voz fraca e se segurando para não desmoronar na frente de uma mulher estranha, ela respondeu.Diana - Eu estava dormindo, então Josh entrou no quarto e... - a voz da garota sumiu por alguns segundos, que pareceram ser uma eternidade. Cada lembrança do toque daquele homem, a dor, ela já considerava o seu corpo imundo demais para ser merecedor de alguma relevância, então... mentiu - ele perguntou se eu queria alguma coisa, já que a janta estava pronta. Lembro de ter dito que não e voltado a dormir, quando acordei, já estava engasgando com a fumaça...
Pattie prestava a atenção em cada palavra, como se a sua vida dependesse daquilo. No seu resto havia uma expressão acolhedora, parecia que ela realmente se importava.
Pattie - Então, esse Josh... Era seu padrasto, certo?
Diana - Era, mas... Onde ele está?
Pattie - Ele também não resistiu, Diana. Eu lamento muito.
Mas a expressão de Diana não foi de perda, ela fechou os olhos e transbordou alívio.
Pattie - Pela sua reação vocês não tiveram um relacionamento muito bom, não né?
Diana fez que não com a cabeça, mas ainda não confiava na mulher para contar dos seus medos
Pattie - Diana, nós fizemos exames em você quando chegou, haviam indícios de estupro e... eu sinto muito, como eu disse, você passou por poucas e boas... sabemos de quase tudo o que você passava naquela casa, aquele homem era... - Pattie parou por não achar uma palavra que descrevesse o nojo e ódio que ela sentia no momento - ...eu entendo o seu alívio. Não precisa mais sentir medo, agora você tem pessoas boas do seu lado.