A verdade

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A noite foi linda e a Vanessa me presenteou com um baixo novo. Acordei abraçado com ele, e com um delicioso café da manhã. Era meu aniversário, então fomos para minha casa. Quando chegamos lá meus pais e irmãos tinham preparado uma festa surpresa, acho que nem a Vanessa sabia ou se sabia escondeu muito bem. Estava tudo muito perfeito, até que a Vanessa passou mal. Minha irmã deu um remédio para ela, mas o problema é que ela sente muito sono quando toma remédio e ela apagou na hora. Assim que saí do quarto uma garota que eu nem fazia ideia de quem era me ofereceu uma bebida e eu não lembro de mais nada. Vanessa jogou um balde de água em mim e eu fiquei sem entender, ela estava furiosa e me mostrou uma foto em que aquela garota me beijava. Foi aí que eu liguei os pontos e concluí que aquela garota deve ter colocado algo na minha bebida que me fez apagar e aí ela deve ter tirado essa foto. Eu juro que eu tentei explicar para a Vanessa mas ela não quis saber, foi embora e já faz 2 meses que não nos falamos, eu tinha mandado várias mensagens e ligado várias vezes, fui lá várias vezes também, mas ela não quis me receber e muito menos me ouvir.

Eu estava indo para sorveteria, Rydel iria lá com alguns amigos e me chamou, eu me atrasei porque eu estava muito mal pela falta que Vanessa me fazia. Acho que ela tinha marcado na intenção de eu seguir minha vida, mas vai ser difícil. Quando abri a porta da sorveteria eu estava distraído.

-Oi, desculpe o atraso, tive que resolver uns assuntos- eu disse.

E assim que eu olhei, Vanessa estava lá. Foi surpreendente, mas ela não olhava para mim e não falava nada desde que eu cheguei. Comecei a suspeitar que minha irmã marcou esse encontro só para dar um jeito de nos unir. Se ela conseguir fazer isso, eu dou um troféu para ela. Eu e a Vanessa temos o mesmo gosto para várias coisas, inclusive sorvete. E de repente um amigo da minha irmã fez a seguinte pergunta:

-Vocês são namorados? Porque vocês seriam tão lindos se fossem um casal, fora que vocês pediram o mesmo sabor de sorvete.

Eu fiquei sem reação na hora, eu acabei deixando a Vanessa responder e ela disse meio confusa:

-Namorados? Não... É... Que... Ah não somos, é muita coincidência.

E eu disse:

-É, apenas coincidência e nada mais...

Depois de alguns minutos ela deu tchau e saiu apressada. Eu fui atrás, aproveitei que eu tinha que ir ao galpão onde iria ser gravado o clipe da música que eu tinha feito para ela, mas seria surpresa. Assim que eu saí de lá um carro passou em cima de uma poça e a roupa dela ficou molhada.

-Hey, coloca meu casaco, você está ensopada- eu disse.

-Ah não precisa...- ela disse sem olhar para mim.

-Por favor, você vai precisar. Eu estou indo para um galpão agora, é aqui perto. Lá deve ter algo que possa servir para secar você. Vamos comigo?- eu disse.

-É... Eu acho... Melhor... Ah ta eu vou... Mas não posso demorar...- ela disse ainda sem olhar para mim.

Eu queria puxar um assunto durante o caminho até o galpão mas fiquei sem graça e ficamos em silêncio: um sem olhar para o outro e um sem falar com o outro. Quando chegamos lá percebi que a Vanessa ficou encantada com o galpão, eu sabia que ela iria gostar, é bem a nossa cara. Consegui achar uma toalha para ela.

-Aqui, uma toalha. Você pode se secar...- eu disse.

Ela estava observando tudo que nem deve ter me escutado.

-Hey Vanessa, a toalha... Para você se secar- eu disse sorrindo.

-Ah... É... obrigada..- ela disse.

-Esse galpão vai servir para o novo clipe da banda, eu vim aqui ver se está tudo pronto. Incrível não é?- eu disse.

-Ah, é sim, bem bonito. Vai ficar bom- ela disse.

-Sim, pelo menos eu espero que fique. Deu trabalho conseguir esse galpão- eu disse.

-Imagino, bom... Muito obrigada por ter me ajudado, pela toalha e pelo casaco, mas eu preciso ir- ela disse saindo do galpão.

Começou a chover muito forte, não tinha como sair de lá. Tínhamos que esperar até a chuva parar.

-Parece que ta chovendo muito, você não pode sair assim, vai se molhar de novo, acho que vamos ter que ficar aqui até a chuva parar- eu disse.

-Mas... Eu tinha que... Ah que droga! Tudo bem....- ela disse voltando.

Já tinha anoitecido e a chuva só aumentou. Eu comecei a lembrar de todas as nossas noites juntos. Eu sei que ela poderia não gostar mas eu precisava pelo menos tentar me explicar.

-Olha, sobre o que aconteceu... Eu tentei te explicar mas...- eu disse sendo interrompido por ela.

-Não fale mais sobre isso, ta sendo muito difícil para mim ainda. Não estrague minha noite mais do que você já estragou desde que isso aconteceu- ela disse.

Depois do que ela disse, preferi não falar mais nada. Até que veio um trovão muito forte e a Vanessa se assustou, ela acabou me abraçando. Ela olhou lentamente para mim e eu para ela, estávamos totalmente próximos. Até que... nos beijamos, foi intenso. Dormimos no chão, foi uma noite maravilhosa e inesquecível. Amanheceu e estávamos abraçados, quando eu acordei ela já estava arrumada e prestes a ir embora.

-Bom dia- eu disse sorrindo.

-Bom dia, parou de chover então eu vou para casa, ah e não se preocupe vou lavar seu casaco e peço a Rydel para te entregar. Tchau- ela disse saindo de lá.

-Hey espera, o que eu fiz? Vanessa volta aqui por favor- Eu disse.

-Eu realmente tenho que ir- ela disse saindo apressada.

Eu realmente não entendi como que depois de tudo que a gente viveu juntos e depois dessa noite perfeita, ela continua sem dar uma chance para nosso amor. Estava na cara que ela ainda gosta de mim, ela me beijava com amor e eu conseguia ver sua pupila dilatar. Minha vontade era de gritar naquela hora: VANESSA EU TE AMO!

O amor da minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora